O lago e as marcas

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O barulho da aldrava preencheu o ambiente. Yumi e eu estávamos ambos lendo na sala de estar, então largamos nossos livros e corremos até o salão de entrada; Nossos país haviam chegado.


— Oh! Meus queridos! — minha mãe correu abraçar Yumi e depois a mim. — Estava contando os segundos para voltar!

— Nós também. — Yumi respondeu.

Nosso pai entrou logo em seguida. Ele era como me lembrava. Alto, magro, pálido e quase careca. Usava um chapéu alto e preto, quase uma cartola, um casaco preto por cima de uma blusa social de botões branca e uma calça e botas pretas. Ele segurava uma bengala com uma mão e ajeitava o par de óculos com a outra. Mantinha a mesma postura pomposa que eu me lembrava desde a última vez que nos vimos.

— Yoongi. Yumi. — ele nos cumprimentou.

— Pai. — balancei a cabeça. — Posso falar com o senhor no escritório?

Ele apenas seguiu em frente sem me esperar guiá-lo. As vozes de minha mãe e Yumi abafaram-se quando entramos no escritório. Me senti constrangido por ele ter sentado em minha cadeira e eu ter ficado em pé em frente a mesa, como quando eu era uma criança. Era a típica cena de uma bronca.

— E então? — ele murmurou.

— Ah, bem... — pigarreei. — Na verdade, pai, o que preciso falar com o senhor é algo que sei que o senhor não vai gostar, mas preciso que tente me entender.

— Prossiga.

— É que estou apaixonado, pai.

— E está preocupado por ser uma moça de pouco dote? Não será por isso que me fará decepcionado.

— Ah, acredite, o dote não é o problema. É que eu estou apaixonado por um homem, pai. O filho do falecido James Kim, Kim Taehyung. — contei e desviei o olhar, nervoso. Como o silêncio prosseguiu, resolvi falar: — Ele também está apaixonado por mim, pai, e acho que podemos nos casar em breve.

— Pois bem.

— Tudo bem?

Meu pai se levantou e me olhou brevemente ao dizer as palavras cruéis:

— Arrume suas coisas e saia daqui. E não espere contar com sua herança, ex-Min. Você desonra a nossa família.

Depois dessas palavras, eu acordei com lágrimas nos olhos. Foi quando notei que tudo isso não tinha passado de um sonho — pesadelo — e que eu ainda estava na casa de verão dos Thompson, na manhã seguinte à chegada da viagem tão exaustiva.

Sequei as lágrimas com as costas das mãos, me sentindo atordoado pelo pesadelo tão específico, então ouvi batidas na porta e a voz de Taehyung:

— Yoongi! Acorda! Vamos apostar uma corrida!

Me sentei entre os lençóis e cocei a cabeça, ainda sonolento. Precisei ouvir mais três sequências de batidas ansiosas para me levantar e me vestir com uma calça marrom e uma blusa bege, e então abrir a porta com o mau humor estampado em todo o meu rosto.

— Acabei de acordar. — foi assim que eu o cumprimentei. — Não enche.

— Bom dia, querido. — ele deu uma piscadinha. — Vai arrumar o seu cabelo? Não que esteja feio. Se quiser não arrumar, vai continuar um pitel.

Revirei os olhos e saí do quarto passando a mão entre meus fios para ajeitá-los.

— Todo esse mau humor porque dormi antes de você ontem? — Tae provocou. — Desculpa. Da próxima eu fico acordado por mais tempo.

Greenaway ໒ kth + mygOnde histórias criam vida. Descubra agora