Para finalizar e viver o presente

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- O que aconteceu? - Taehyung encarou a mala em minhas mãos.

- Fugi de casa. - contei.

Ele ficou quieto, olhando para meu rosto. A adrenalina e a raiva já estavam passando e agora eu estava com medo e um pouco de arrependimento. Quer dizer, arrependimento? Talvez nem tanto. Cometi um ato infantil ao fugir, mas...

- Entre. - ele deu espaço. - Brenda, leve a mala dele ao meu quarto. Arthur, prepare chá.

Os dois empregados se curvaram e fizeram o que lhes foi mandado. Eu me senti meio inquieto, sem saber o que fazer e onde ficar, e Taehyung percebeu porque segurou minha mão e me guiou até a sala de estar.

- Cadê Tori? - perguntei.

- Deixei ir à casa da vizinha para brincar. - ele respondeu, sem desviar os olhos dos meus. - Por que fugiu, amor?

- Meu pai sabe sobre nós.

- E como ele reagiu?

Tombei a cabeça no sofá e encarei o teto. Demorei, mas respondi:

- Ele te chamou de prostituta.

- Posso bater nele?

- Se quiser enfrentar um faixa preta.

- Posso matá-lo, então. Com uma pistola.

- É uma boa ideia. - sorri fraco, fazendo ele sorrir também. - Desculpa por aparecer aqui de repente. É que eu fiquei com tanto ódio quando ele disse aquilo sobre você que agi impulsivamente.

- Por que está pedindo desculpas? Estou feliz que veio para cá.

- Não é incômodo?

- Desde quando você é assim? - ele apertou minha bochecha, me fazendo resmungar. - Não, não é incômodo. Nem faria sentido se eu dissesse que é, já que vou me casar com você.

Arthur surgiu na sala com a bandeja com duas xícaras de chá. Nós pegamos e agradecemos, então ele se retirou.

- Mas não quero ficar aqui. - eu disse após um gole. - Em Londres, digo.

- Também não quero. Aqui é muito agitado. Muitos eventos, muitas lojas, muitos carros. Quero um lugar mais calmo.

- Mais recluso?

- Sim. Uma chácara, ou uma fazenda, não sei. Com um quintal bem grande para fazermos piqueniques. E para nossos filhos se sujarem de terra.

Dei risada.

- Certo, certo. Gosto dessa ideia. Mas logo agora que Victória se acostumou a morar aqui?

- Ela não gosta tanto daqui. - ele contou. - Quanto mais rápido irmos embora, mais ela vai gostar.

- Não tenho o que me prenda aqui. - dei de ombros. - Quer dizer, antes preciso ver com minha irmã. Não sei se ela voltará para os Estados Unidos com meus pais, ou, sei lá, se casará com Seokjin, que é a opção que acho mais difícil.

- Não me importo que ela vá conosco. Veja com ela e me diga. Eu vou vendo os possíveis lugares.

- Está bem. E vamos nos casar lá?

- Quer casar aqui?

- Não. - até estremeci ao pensar nos rumores que teriam.

- Então lá. Onde quiser! Estou tão feliz que finalmente vai acontecer. Yumi disse que você acabaria se casando com a Martha.

Cerrei os olhos.

- Aquela garota... Achei que a ameaça era de brincadeira.

- Se te consola, não acreditei nela.

Greenaway ໒ kth + mygOnde histórias criam vida. Descubra agora