Cortejo

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" — Segundo: — Jin levantou outro dedo. — é um cortejo, rapazes, precisamos levar a dama para encontros."

Acreditei, fielmente, a minha vida toda, que eu tinha um excelente gosto para moda. Então, estar sentado em minha cama em plenas duas da tarde esperando Yumi terminar de revirar meu guarda roupa em busca de algo "decente" para a visita à residência dos Leblanc com certeza não estava nos meus planos.

— Eu tô te dizendo, você parecer um mauricinho só vai fazer ela desejar que você tropece em uma vala e nunca mais volte a cortejá-la. — Yumi declarou.

— Isso foi bem específico.

— Sim, justamente porque já pensei exatamente isso certa vez. Mais de uma vez, aliás.

Soltei um riso e resolvi não tentar argumentar contra. De qualquer forma, eu não estava com pressa, por mais que, devo confessar, eu estivesse bem animado para ir logo.

— Levando em conta que você pode acabar conhecendo a família dela, não posso rasgar suas calças. — Yumi lamentou e jogou um jeans escuro em minha direção. — Então pode ser essa.

— Rasgar minhas calças? São tão horríveis assim?

— Não, Yoongi! Eu, particularmente, acho muito sexy. Tenho certeza de que se tornará moda algum dia. Talvez eu deva ser estilista.

— Credo. — fiz uma careta. — Não, obrigado. Deixe minhas calças do jeito que estão.

Minha irmã me mostrou a língua e jogou uma blusa branca em mim. Depois, ela também jogou um blaser simples.

— Vai ficar com cara de gatinho burguês e comportado, mas nem tanto. Garotas gostam disso. — ela informou, já saindo do meu quarto. — Boa sorte. Mas imagino que você não vá precisar já que, pelo que vi ontem, ela está caidinha por você.

Soltei um risinho constrangido.

— Quem me dera, Yumi!

Então, depois das dicas de moda da maior fashionista de toda Londres, eu enfim pude buscar o buquê de violetas encomendado e seguir rumo ao meu destino.

Devo confessar que eu estava nervoso. Tive medo que, por algum motivo, a senhorita Leblanc e eu ficássemos constrangidos o suficiente para fugir todos os assuntos. Ah, seria tão embaraçoso.

Como meio de prevenção, eu não só pretendia levar flores à ela, como predendia convidá-la para darmos uma volta ao parque mais belo das redondezas. As damas normalmente gostam de passear ao ar livre para observar patos e, bem, o parque tinha um lago com patos.

Respirei fundo e ajeitei o blaser, desamassando-o mesmo que não estivesse amassado. Então, depois de reunir coragem, segurei a aldrava dourada e bati em dois toques.

Os segundos se passaram arrastados. Mordi o lábio e um dos meus pés bateu no chão repetidas vezes, demonstrando nervosismo. Até quase prendi a respiração quando a porta se abriu. Fora uma criada quem me atendeu, já que vestia roupas simples e uniformizadas demais para ser uma dos Leblanc.

— Boa tarde. — sorri nervoso. — A senhorita Leblanc está?

— A senhorita Leblanc saiu há pouco mais de dez minutos junto da senhora Leblanc. — a moça informou. — Creio que elas não demorarão. O senhor pode esperar na sala de estar, eu lhe acompanho. A senhorita Leblanc me informou que eu deveria deixar os pretendentes a aguardando lá.

No momento, eu não soube se me sentia mais nervoso com o tempo de espera até o nosso encontro ou me sentia aliviado por ter mais alguns minutos para me acalmar e pensar em como evitar que eu dissesse alguma bobagem e ela perdesse o interesse.

Greenaway ໒ kth + mygOnde histórias criam vida. Descubra agora