22- Passado

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Natasha POV.

Estacionei meu carro em frente a casa da minha ex-sogra, quando várias memórias, várias pequenas coisas que aconteceram ali, invadiram minha mente.

Olhei para a porta e vi Bruce acenar assim que reconheceu meu carro. Não tinha o que fazer, eu estava ali e precisava lidar com o passado.

Desci do carro e caminhei até Bruce. Eu o conhecia o suficiente para dizer que ele estava ansioso para que eu chegasse.

-Natasha, estou feliz que tenha vindo. - ele falou assim que parei na frente dele.

-Como ela está? - perguntei simplesmente. Não queria dar abertura a ele e ele confundir as coisa.

-A quimioterapia tem deixado ela bem fraca. - Bruce respondeu e eu pude ver seu semblante triste.

Assenti com a cabeça, engolindo em seco. A mãe de Bruce, com certeza, era a pessoa que eu mais gostava daquela família e a única que prestava. Vê-la naquele estado realmente doía no mais íntimo de meu peito.

Caminhando até a sala de estar da casa que eu tanto conhecia, vi Edith com a aparência cansada sentada no sofá e assistindo TV.

-Olá, Edith. - falei e pude ver ela desviar o olhar da TV para mim e seus olhos brilharem. - Como está?

-Natasha, minha filha! - ela tentou se levantar e caminhar até mim, mas Bruce impediu. - Senti sua falta!

Caminhei até o sofá e me sentei ao seu lado, logo nossas mãos estavam entrelaçadas.

Fiquei ali por pelo menos uma hora. Conversamos sobre tudo. Talvez seja por isso que Edith sentisse minha falta, ela talvez quisesse conversar, conversar outros assuntos além de sua doença. E eu tinha certeza que esse era o único assunto entre Bruce e ela. Sua doença.

Me despedi da minha ex-sogra me sentindo mais leve. Eu precisava vê-la. Caminhei na companhia de Bruce até a porta da casa.

-Natasha. - ele segurou meu pulso assim que tentei caminhar até meu carro. Eu olhei para sua mão e depois subi meu olhar para seus olhos. Nada precisou ser dito. Ele tirou a mão de mim. - Eu preciso de você.

-Não faz isso, Bruce. - falei.

-Eu preciso tanto de você. - ele falou e prendeu seu olhar ao meu.

-Não usa essa situação para tentar me trazer para perto. - falei. - Isso me parece um tanto desesperado.

-Mas eu estou!

-Bom, lide com seu desespero longe de mim. - fui curta e grossa. - Não me mande mensagem nem para falar sobre sua mãe, ela tem meu telefone e está autorizada a me ligar sempre que for preciso, mas eu quero você distante de mim. - parecia um tanto cruel falar assim com alguém que tinha uma mãe com câncer, mas eu sabia que Bruce no momento estava usando da doença de sua mãe para tentar se reaproximar de mim, e eu não permitiria que isso acontecesse.

-Isso é pela Wanda? - ele perguntou.

-Isso é por mim. - respondi e virei as costas. - E por ela também. - falei andando até meu carro.

(...)

-Amor? - Wanda me perguntou assim que abri a porta de seu apartamento e a encontrei na sala. - Achei que estaria na empresa.

-Eu senti saudade. - falei e dei um selinho demorado em seus lábios.

-Como ela está? - Wanda perguntou quando estávamos abraçadas.

-Fisicamente mal. - falei me afastando para olhar em seus olhos. - Mas ela me parece a mesma, inabalável.

-Isso é bom...? - ela perguntou.

Real Life - WantashaOnde histórias criam vida. Descubra agora