Natasha POV.
-Como foram os últimos dias, Natasha? - minha terapeuta, doutora Fields, me perguntou.
Olhei um momento para o sofá marrom onde eu estava sentada. Refleti um pouco sobre os últimos dias e suspirei.
-Bom, eu falei com Yelena. - olhei novamente para a minha terapeuta que estava em uma poltrona, me olhando atentamente. - Eu falei com ela porque não quero mais ter que lidar com as consequências daquele acidente. Eu quero superar. Eu estou pronta para superar!
-Está? - Fields me olhou intrigada.
-Sem dúvidas. Eu entendi que por muito tempo, Wanda e eu queríamos ignorar o que aconteceu, fingimos que os meses de dor nunca existiram, quando na verdade, tudo o que precisávamos fazer, era olhar para aquilo e levar como aprendizado.
-Você está correta, Natasha. - a doutora sorriu de maneira orgulhosa.
Eu estava aprendendo a lidar com os traumas, e o melhor, Wanda era minha companheira nessa caminhada.
-Ontem o fim do meu noivado com Wanda foi noticiado. - suspirei ao me lembrar daquele acontecimento. A terapeuta franziu o cenho confusa com aquela informação e antes que ela pudesse questionar, eu me adiantei. - Mas nós estamos juntas. Aquilo foi fake. Mas também...
De repente lembranças da noite passada inundaram minha mente e uma dor insuportável começou a crescer em meu peito. A imagem de Wanda chorando descontroladamente e tentando a todo custo controlar a respiração quando estávamos na segurança do nosso lar, no nossa quarto, sentada na nossa cama, se fizeram parente.
Sofrer por algo é horrível, mas ver alguém que amamos sofrer, é pior ainda.
E por isso, eu tive que ser forte. Fazer Wanda olhar para mim e seguir o ritmo da minha respiração foi difícil, mas necessário.
Eu não conseguia raciocinar naquele momento, mas eu usei toda a minha frieza para me lembrar de algo que podia ser feito naquela ocasião.
Minha noiva havia me falado a dias atrás que tinha desenvolvido ansiedade e eu soube que, eventualmente, eu teria que lidar com alguma crise. Esse foi o motivo de eu pesquisar em diversos sites: "Como ajudar em uma crise de ansiedade?".
Um dos resultados da minha pesquisa foi: "Distraia a pessoa com boas memórias."
Otimismo naquele momento não parecia uma boa opção. Escutar um "Vai ficar tudo bem!" iria irritá-la. Dar um tranco nela dizendo: "Você precisa enfrentar isso!" parecia uma péssima escolha também.
Foi por isso que eu comecei a sussurrar para ela todas as boas memórias que vinham em minha mente.
O nosso primeiro beijo quando ela tinha 18 anos. O dia em que tomei coragem para assumir que estava disposta a lidar com qualquer merda para continuar com ela. O dia em que eu disse que a amava. A forma como ela foi impulsiva ao me pedir em casamento.
Lembranças que aquecia meu coração, e provavelmente, o dela também, levando em consideração que as lágrimas começaram a cessar, a respiração se tornar regular e um pequeno sorriso brotar em seus lábios.
Quando despertei das memórias do dia anterior, doutora Fields me olhava intrigada, esperando que eu continuasse a falar.
Em uma respiração profunda, eu tentei focar e ser mais transparente o possível para dizer aquilo.
-Ontem nós descobrimos que uma amiga próxima está fornecendo informações pessoais a imprensa, e este foi o motivo da matéria dizendo que não estamos mais juntas e foi também o motivo da Wanda ter uma crise de ansiedade.
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Real Life - Wantasha
Fiksi PenggemarDizem que amar é um sentimento tão intenso que é capaz de unir duas pessoas sob quaisquer circunstâncias, mesmo diante das maiores dificuldades e provações. E quando uma atriz de Hollywood, chamada Wanda Maximoff, desenvolve e aprofunda esse sentim...