Wanda POV
Aquele estava sendo um daqueles dias que eu tinha a sensação de que nada poderia piorar. Ou melhor, absolutamente nada que acontecesse me abalaria, eu estava calejada, tanto sofrimento me deixou calejada.
Minha noiva estava internada com tantas lesões que não saberia ao certo explicar e eu perdi meu bebê. Todos os planos durante esse quase um ano de namoro indo por água a baixo.
E a sensação de eu não conseguir imaginar uma vida sem o amor dela simplesmente não ia embora, mesmo que cada médico que vinha falar com a família me olhasse com pena, ou que eu sentisse que em alguns momentos eles estavam tentando me preparar para o pior.
Mas não haveria como me preparar para isso. Não existia a menor possibilidade. Seria um desmoronamento impossível de conter.
E as vezes eu tinha a impressão de que minha sogra, meu sogro, Yelena, Kate e minha família estava se preparando já. Eu via no olhar de Yelena o desânimo a cada palavra que algum médico dizia.
Eu não a julgava, mas também não desistiria da pessoa mais importante da minha vida, não quando eu sabia que ela também estava lutando.
E era esse o motivo de após o início do meu aborto, eu tomar um banho no banheiro do hospital e voltar para o lado de Natasha
Meus sogros já tinham voltado para casa, assim como meus pais, Pietro e Kate. Estávamos eu e Yelena de acompanhante.
A sensação de olhar para Natasha naquela cama era sufocante. Tão sufocante que Yelena estava para o lado de fora do quarto, onde havia algumas cadeiras e o balcão no qual pertencia ao enfermeiro chefe.
Estava sentada na poltrona que havia puxado para perto da cama e segurava sua mão. Eu analisava cada traço daquela mulher e era incrível como ainda com tubos saindo de sua boca, a expressão cansada, o rosto pouco machucado, ainda sim, ela era sem dúvidas a mulher mais linda do mundo.
Fui tirada do meu momento de admiração e dos meus pensamentos por algumas batidas na porta de vidro, quando eu olhei vi o Doutor Patrick, responsável pelo cérebro de Natasha.
-Wands, estamos melhor? - ele perguntou assim que cheguei até ele, enquanto fechava a porta de vidro e de correr do quarto.
-Depende. - murmurei fitando os olhos azuis cansados do meu amigo. - Depende do que vai me dizer agora.
Meu amigo havia prometido a mim que daria notícias sobre o progresso - ou não - de Natasha. Prometeu que me manteria informada sobre tudo.
-Wands... - ele segurou minhas duas mãos e naquele exato momento meus olhos começaram a arder, porque eu sabia que não eram boas notícias. - Ela sofreu um traumatismo craniano enorme. Consertei todos os sangramentos que encontrei.
-Ela pode ter danos cerebrais permanentes? - eu nunca tive tanto medo de uma resposta. Pensar em ter Natasha, mas não ser a minha Natasha era tão desesperador quanto perde-lá por completo.
-Ela pode não voltar mais. - Patrick foi direto, talvez ele também quisesse me preparar. Mas ao ouvir aquilo, eu permiti que as lágrimas presas caíssem pela minha bochecha, porque era simplesmente insuportável ouvir aquilo. - Mesmo que consigam estabelecer o corpo, o cérebro pode não se recuperar.
-Obrigada, Patrick. - agradeci por ele ter informado, minha voz embargada e as lágrimas que não paravam de correr entregou o quão mal eu estava me sentindo e isso fez com que Yelena que estava sentada em uma cadeira próximo dali, corresse até mim.
-Aconteceu algo? - ela perguntou de imediato, olhos arregalados e o corpo tenso também a entregavam, ela estava desesperada. Yelena intercalou o olhar entre o doutor e eu, esperando por respostas.
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Real Life - Wantasha
أدب الهواةDizem que amar é um sentimento tão intenso que é capaz de unir duas pessoas sob quaisquer circunstâncias, mesmo diante das maiores dificuldades e provações. E quando uma atriz de Hollywood, chamada Wanda Maximoff, desenvolve e aprofunda esse sentim...