50- Hoje.

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Wanda POV.

Em uma fração de segundos a ligação tinha encerrado, eu estava vestida e as chaves do carro estavam em minhas mãos.

Eu não sabia no que pensar e não sabia como me acalmar. Era uma sensação torturante, mas não era uma sensação tão desconhecida por mim, afinal, era a segunda vez que eu passava por isso.

Eu não consegui prestar atenção em nada do que Yelena disse depois de que as palavras "Natasha" e "hospital" foram pronunciadas, e isso era o que estava me fazendo costurar o trânsito de Los Angeles.

As multas que chegariam em casa não me importavam, a única coisa que eu queria era chegar naquele hospital tão conhecido por mim e ver Natasha com meus próprios olhos.

Quando parei o carro no estacionamento, tive a percepção de que a viagem havia durado duas horas, mas ao olhar rapidamente em meu celular enquanto andava em passos apresados em direção a porta do hospital, vi que o caminho que deveria durar 20 minutos, eu fiz na metade do tempo.

Tentei ignorar todas aquelas lembranças que invadiram minha mente. Eu não poderia lidar com aquilo, mas foi quase impossível de fazer isso quando passei por onde eu senti o sangue escorrer entre minhas pernas, onde os olhos de Yelena se arregalaram e ela intercalou o olhar entre minha calça vermelha por sangue e meus olhos e quando a frase "eu estou tendo um aborto" escapou por entre meus lábios.

Joguei todas essas lembranças para um lugar isolado em minha cabeça. Eu não poderia me permitir sentir tudo aquilo outra vez. Meu foco era em Natasha.

-Wanda! - Yelena me chamou rapidamente assim que cheguei na sala de espera tão conhecida por mim. - Calma!

-Onde ela está? - falei em um tom um tanto quanto desesperado.

-Ela está na triagem, estamos aguardando o doutor. - Yelena se aproximou para segurar minhas duas mãos. - Mamãe está com ela.

A última parte me fez respirar aliviada. Saber que Natasha estava sob os cuidados de Melina era menos desesperador. Portanto, foi impossível evitar a onda de fúria que me atingiu ao saber que minha noiva, uma mulher que sofreu um grave acidente, um grande trauma na cabeça, estava "esperando" para ser atendida.

-Boa noite! - cheguei para falar com a recepcionista que estava sentada atrás de um balcão. - Eu preciso falar com o diretor do hospital.

Ela segurou o risinho cínico, mas sem nunca me olhar, seu olhar estava focado na tela do notebook.

-Ele não pode atender no momento. - foi sua resposta.

-Ele me conhece. - cruzei os braços sob o balcão. - Avise que é a Wanda Maximoff.

Eu pude a assistir engolir em seco e sua cabeça subiu para encontrar meus olhos lentamente, como se estivesse receosa de me olhar.

-Oh. - foi o som que saiu da sua boca quando nossos olhares se encontraram. - Me desculpe, senhorita Maximoff! - ela pediu prontamente e rapidamente o telefone estava em seu ouvido e ela estava ligando para alguém.

Eu suspirei frustrada com aquilo. Eu não merecia uma atenção privilegiada apenas por ser a Wanda Maximoff, eu merecia um tratamento decente porque era obrigação daquela mulher, ela estava sendo paga para isso.

Ninguém estava naquele hospital por vontade própria, então era necessário o mínimo de decência ao se dirigir a qualquer familiar que estava naquela recepção, porque todos estavam machucados.

Eu já havia retornado a sentar na primeira fileira quando a recepcionista me disse que ele estava vindo ao me encontro. Meus pés batiam no chão de tanta ansiedade que eu sentia, minhas mãos esfregavam minha coxa o tempo todo e meus olhos corriam pela grande recepção.

Real Life - WantashaOnde histórias criam vida. Descubra agora