Prólogo

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Anos Antes...
Dominic:

Ela estava tão linda no palco, era como se ela fosse uma verdadeira princesa. Eu queria tanto ter sido o Romeu para ficar perto dela e beijá-la, mas eu sou péssimo atuando.

A plateia começou a aplaudir e eu saí dos meus pensamentos, começando a aplaudir também. Keyla foi a primeira a sair do palco e veio até mim, sorrindo.

— O que achou? — perguntou.

— Você estava perfeita.

— Eu estava falando da Mirela, mas obrigada pelo elogio. — Ela fez reverência.

— Ela estava muito linda.

— Por que não diz para ela o que sente? Será sua última oportunidade.

Franzi o cenho.

— Como assim?

— Ela irá viajar, não sabia?

— Não.

— Ano sabático. O pai dela prometeu isso para ela, disse que quando terminasse a escola, ela poderia ir.

— Mas combinamos de aproveitar sua última semana aqui, e talvez a minha, então é melhor ficar com você.

— Você me verá sempre quando eu voltar ou quando você for para Londres. Já a Mirela não sabemos.

— Mas...

— Vai logo — mandou, me empurrando.

Saí do teatro e fui em direção aos camarins, dando breves sorrisos para os alunos que participaram da peça. Bati na porta e logo a Mirela atendeu. Fiquei com expressão de bobo, tentando formar uma frase decente e tentando controlar minha timidez.

Seu cabelo já não estava mais preso e ela já não estava mais com roupas antigas. Seu longo cabelo estava caindo em seu tronco, a luz refletia em seus olhos cor âmbar e sua boca carnuda ainda estava pintada de vermelho.

— Dominic? — sai dos meus pensamentos com o seu chamado. — Quer algo?

— Te...convidar para tomar sorvete - falei, gaguejando. 

Mirela abriu um sorriso.

— Vou terminar aqui e te encontro.

Espera, ela realmente aceitou?

— Certo. — Sorri.

Esperei sentado perto do camarim da Mirela, que demorou bastante. Eu estava começando a achar que ela não iria aparecer, mas ela apareceu com seu habitual vestido florido de cor pastel. Caminhamos juntos para fora da escola, em silêncio e olhando um ao outro de soslaio o tempo inteiro. Fomos para a sorveteria perto da escola e pedimos nosso sorvete antes de ir caminhar no Central Park, um lugar que eu amo já que dá para ver o sol e o céu.

— Amanhã será nossa formatura — comentei tentando puxar um assunto.

— Sim. Estou ansiosa. Fui na formatura dos meus irmãos e sempre pareceu tão legal.

— Soube que irá viajar.

— Meu pai sempre me prometeu que quando eu acabasse a escola eu poderia fazer um ano sabático. Quero focar em algumas coisas da minha vida.

— Isso é interessante.

— E você? Irá para Londres como os seus irmãos?

— De verdade, ainda não tenho tanta certeza, as vezes parece legal já que meus irmãos estarão lá.

— Ah, sim.

Eu já não tinha mais nada para falar, então apenas olhei para frente, voltando a prestar atenção no caminho.

Nós não tínhamos muito o que falar, então o clima ficava bem desagradável. Aliás, nunca tivemos muito o que falar, Mirela sempre foi mais próxima da Keyla e eu ficava com vergonha de conversar com ela por causa da minha paixonite. Mirela chutava as pedras da rua enquanto eu olhava o céu, fingindo não haver um clima chato.

— Vem comigo — reunindo coragem, puxei ela.

— O que está fazendo? — perguntou quando eu coloquei a mão na cintura dela.

— Dançando. Dança comigo? — Colei nossos corpos e ela engoliu seco, começando a ficar meio tensa. Eu também estava igual, nunca tive ela tão perto.

— Aqui? No Central Park?

— Sim, aqui. Não teria lugar melhor para isso. Então?

Ela não disse nada, mas passou os braços em volta do meu pescoço. Começamos a dar passos curtos de um lado para o outro, iniciando uma dança. Mirela colocou a cabeça no meu ombro, e eu senti sua respiração descompassada no meu pescoço, me causando arrepios. Seu cheiro era tão bom, eu poderia passar horas só sentindo seu doce cheiro. Ela levantou a cabeça e me fitou. Seu rosto estava perto e nossas respirações ofegantes, porque queríamos fazer isso. Comecei a me aproximar, assim como ela.

— Para! — falou, e eu me afastei, dei um passo para trás.

— Desculpa — pedi meio envergonhado.

— E que...que você vai embora e eu...acho que também, e sabe? — falou com a voz oscilante.

— Entendi. — Soltei ela. — Não precisa explicar — Botei as mãos no bolso em um ato de nervosismo.

— Dominic, eu gosto muito de você, mas não desse jeito.

Não vou falar que isso não me deixou triste, porque me deixou. Imagina a sua paixão falar assim na sua cara que não gosta de você?

— Acho melhor eu ir — falou.

— Certo. Boa noite, Maya.

Ela me olhou parecendo frustrada.

Eu nunca havia chamado ela assim, mas falar o seu nome iria me causar frustração já que eu sempre fantasiei com ele, escrevendo em todo tipo de lugar com corações ao redor.

— Boa noite, Francesco — Ela nunca me chamou assim.

Mirela deu as costas, começando a se afastar, e eu acompanhei com o olhar cada passo seu se afastando de mim, me sentindo um idiota completo.

Eu só queria dizer para ela o quanto eu quero ficar com ela, mas às vezes nem tudo que queremos acontece.

Mirela, eu infelizmente sempre irei gostar de você.

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Espero que gostem de tensão, provocação e adrenalina, porque Dominic e Mirela tem bastante disso. Conheceram um lado deles muito diferente do que é na história da Kisa e do Alfredo.

Minha Imperfeita Paixão - Minhas Paixões 02Onde histórias criam vida. Descubra agora