Mirela e Dominic são dois advogados que se conhecem desde sempre por causa do convívio de suas famílias, que são muito unidas.
Eles sempre estão se enfrentando nos tribunais, o que deixa a relação deles mais intrigante e turbulenta, fazendo os dois...
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Já fazia alguns dias que eu havia descoberto a gravidez e eu ainda não contei para o Dominic, não por medo e sim por esperar um momento perfeito que nunca vem. Toda vez que eu tento contar, algo atrapalha e eu não acho legal contar no trabalho.
— Quero te levar em um lugar — Dominic fala, entrando na cozinha.
— Sabe que horas são? — Ergui as sobrancelhas.
— Por isso mesmo. Vamos? Lou está na casa da sua mãe e estamos entediados.
— É sábado, às 3 da manhã.
— Por favor. — Fez biquinho de choro. — Mirela, por favor. — Revirei os olhos. — Diz que sim.
— Ok. Vou botar uma roupa decente – me dei por vencida.
— Te espero na sala.
Fui para o meu quarto, botei uma calça jeans, uma blusa social branca e um tênis, ajeitei meu cabelo, fazendo um rabo de cavalo, e saí do quarto. Ao passar pelo corredor, parei no espelho e, por algum motivo, eu comecei a imaginar minha barriga grande, comecei a imaginar o Dominic acariciando a minha barriga. Dei um sorrisinho bobo e segui o caminho. Dominic estava à minha espera, vestindo uma calça jeans, blusa de manga e um tênis.
— Podemos ir — falei.
Dominic entrelaçou sua mão na minha e nós saímos da minha casa. O caminho não foi rápido e eu não fazia ideia de onde estávamos indo. Dominic quis manter segredo até chegarmos.
Eram 5:15 quando chegamos no lugar. Era uma colina, tipo a que eu ia com os meus irmãos. Não dava para ver tão bem, mas o carro iluminava bastante.
— O que viemos fazer aqui? — perguntei.
— Ver o nascer do sol.
Olhei para ele com um olhar mortal e ele abriu um sorriso cínico.
— Poderíamos ver o nascer do sol da janela do seu apartamento.
— Até poderíamos, mas não seria a mesma coisa.
— Por que não? — Botei a cabeça em seu ombro.
— Porque teríamos barulho. Aqui só tem você, eu e a natureza. Uma paz é o que precisamos, precisamos respirar ar puro.
— Tudo bem. Acho que seria uma paz maior se você cantasse para mim. — Levantei a cabeça e ele me olhou. — Cante algo, nunca ouvi você cantar para mim.
— O que eu não faço por você.
Me aconcheguei nele botando a cabeça no seu ombro e fechei os olhos, apenas deixando a música entrar nos meus ouvidos. Ele canta You Give Me Something de modo suave e calmo, perfeitamente no mesmo tom, não desafinando em nenhum momento.
A voz do Dominic cantando é a melhor coisa que eu poderia querer para me deixar em paz e relaxada, transformando esse em um momento perfeito.
