cap2-Dois predadores-Asher

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Asher Relish

Finalizo o posicionamento dos itens em minha armadura, me preparando para montar no cavalo, meu pai observa de perto:

-Trate de conseguir uma boa presa.-Ordena

-Já me viu voltar de mãos vazias para o palácio?- o indago

-Eu já disse, não quero qualquer presa, quero um grande animal.O duque Edmond sempre está se gabando de como o filho dele traz raposas e lobos.-

-Não sabia que se importava com oque o Duque Edmond dizia.-

-E não me importo.Mas aquele porco imundo sempre está querendo superiorizar o seu filho.E eu quero que você prove que é melhor, afinal você é o príncipe, o herdeiro do trono Húngaro-

-Não se preocupe, pai.Eu aposto que isso é apenas uma mentira para que o lorde Roland tenha uma imagem de guerreiro intocável, mas aquele ali parece ter medo até de tocar nos talheres- Comento e rimos

-É verdade, filho, mas de qualquer forma, vamos mostrar a eles que os Relish quem são os verdadeiros caçadores.-

-Deixa comigo.Sei o lugar perfeito- o tranquilizo enquanto monto no cavalo, entrelaçando a corda da cela entre os dedos e me preparando para partir.Espero sua confirmação facial, que é dada por um aceno de cabeça e então começo a minha caminhada.
Ser desafiado me faz ir além dos meus limites, e tentar sempre me sobressair a qualquer um, e é isso que eu vou fazer.
Quero encontrar o maior animal e levá-lo para o palácio, para que assim todos vejam que ninguém, muito menos um lorde sardento é melhor do que eu.
Para essa jornada, conheço o lugar ideal, a floresta Demerara, que fica bem distante do palácio, e na divisa da Hungria com a Áustria.Meu pai não gosta que eu vá para lá, mas bem, foi ele quem pediu que eu fosse atrás de um bom alvo, e é lá que eu vou encontrá-lo.Poucos frequentam aquele lugar, tem seus motivos, costuma ser dado como um local de risco, visto que muitos de nossos inimigos são vistos ali, mas eu não me importo.
Após a longa viagem, desço do cavalo e decidido a continuar a caminhada a pé e só:

-Podem ir, eu sigo daqui-Ordeno aos guardas que faziam minha escolta

-O rei não vai gostar de saber que o sr está aqui, e sozinho, alteza-

-Na ausência do rei, as ordens vêm do príncipe e adivinhe só? O rei não está aqui, portanto fiquem aqui.-

-Como quiser, alteza-Concorda e assim o faço
Adentro a floresta densa, cortando algumas folhagens que impedem a passagem com minha espada.Ouço um som familiar, me viro e me deparo com oque eu imaginava, é uma raposa vermelha, extremamente rara na região, se eu conseguir levá-la com certeza serei muito bem visto.
Movo-me de forma cuidadosa, alcançando minha lança, e com o braço inclinado, me preparo para jogá-la em direção ao animal.Calculo o rumo de forma minuciosa e planejo a força e distância, quando o momento perfeito chega.Não há como eu errar, seguro firmemente e antes que eu pudesse soltá-la vejo uma flecha atravessar o alvo, o meu sorriso glorioso se vai juntamente com a vida da raposa.
De imediato retiro minha espada da bainha, voltando minha atenção para a direção em que a flecha foi lançada, pode ser inimigos.Fico em posição de ataque quando vejo sair de entre as folhagens, uma mulher trajando roupas de couro e portando um arco e flecha.Oque?

-Oque é isso?-abaixo a guarda e me aproximo ao notar que se trata de uma mulher

-Quem é você?-Ela se surpreende com minha chegada, apontando o arco em minha direção

-Como se você não soubesse...-reviro os olhos caminhando até sua direção

-Não se mova.-Mantém a mira sobre mim e ergo os braços em sinal de rendição, olhando-a de forma tediosa

-Pode abaixar o arco, por gentileza?-

-Você não respondeu minha pergunta.-

-Tudo bem, eu vou fingir que acredito que você não saiba quem eu sou.Enfim, isso não é relevante, eu só quero saber oque uma mulher faz aqui e por que você roubou a minha presa.-

-Roubei a sua presa?-Guarda o arco de volta, envolto a um de seus braços, rente às suas costas.Ela solta uma breve gargalhada

-Não entendi o motivo da risada.-

-O motivo, meu caro, é que eu não roubei nada.Apenas fui mais rápida e agi no tempo certo, você deveria fazer o mesmo.-

-Você quer falar comigo sobre caça?-Gargalho em tom de deboche

-Bom, pelo oque acabamos de ver aqui, eu o faço melhor que você-Dita confiante me fitando nos olhos

-Não há espaço para dois predadores aqui.-

-Eu sei, tranquilize-se por não ser um-
A sua postura, a forma como fala, tudo exala confiança e superioridade. Estou a ponto de dar a minha resposta, quando ouço sons de cavalos agitados e avisto soldados vindo em nossas direções.

-Escute...-Antes que pudesse completar a frase, a puxo para trás de uma árvore, nos jogando ao chão, com os corpos colados um ao outro, tampando sua boca com uma de minhas mãos, enquanto observo a movimentação dos soldados.

Meu ReiOnde histórias criam vida. Descubra agora