Asher Relish, príncipe e herdeiro do trono Húngaro conhece em uma de suas caçadas rotineiras uma garota de beleza fascinante, Bryanna Callen.Ele só não imaginava de quem essa se tratava.
A realeza pode trazer muitos segredos, que não demorarão a...
Após não conseguir dormir, como esperado, decidi fazer o que eu devia ter feito no momento em que descobri aquela imunda verdade: procurar Bryanna. Eu não sei bem o que irei dizer ou fazer quando encontrá-la, mas eu sei que eu preciso, e preciso logo. Aguardei que os primeiros sinais da manhã aparecessem no céu, clareando o dia, então me aprontei e saí. Deixei um bilhete em meu quarto, dizendo que havia saído para caçar, tudo o que eu não preciso agora é de ser dado como desaparecido e ter toda a Hungria a minha procura. Pelo contrário, eu preciso ser discreto, e é por isso que eu optei por vestes mais simples e uma capa preta com um capuz que disfarça bem o meu rosto, que não deixa evidente por onde eu passar que eu sou o príncipe. Quando consigo sair do palácio, me acomodo em um cavalo já com sela e então inicio o meu trajeto. Leva algumas horas até que eu consiga pisar no solo Austríaco, o sol já castiga mais. Quando me aproximo das cidades, a população fica mais densa e então prefiro descer do cavalo e o conduzir ao meu lado, a pé. Não estou muito longe do palácio, assim que conseguir passar pela cidade cheia de Graz, posso pegar um pergaminho e chegar rápido a Viena. Desta vez esse lugar parece bem mais cheio do que eu me lembrava, uma massa de pessoas se locomove, os estabelecimentos estão fechados e todos parecem bastante animados e bem vestidos, tem algo acontecendo. Quando por fim consigo passar pela multidão, inicio a minha cavalgada até o palácio. Já consigo ver de longe as partes pontiagudas do telhado, estou em Viena. A figura se torna cada vez mais próxima e já começo a pensar em tudo o que vou dizer quando vê-la a minha frente. Os meus pensamentos longes só me permitem perceber a aproximação de dois cavaleiros, quando sou interceptado por eles:
-Para onde está indo, amigo?-Um deles pergunta, de cima do cavalo. Os dois me encaram
-Perdão?-É tudo o que penso em dizer e torço para não ser reconhecido
-Ele perguntou para onde está indo, estás surdo?-O seu companheiro reforça sua pergunta
-Ah, sim, claro. Para o palácio, tenho uma audiência com a princesa.- Conto a primeira mentira que me vem a mente
-Você não vai ver a princesa no palácio.-Diz em tom sério, soa quase como ameaçador
-Por que não?-Arrisco a pergunta com o meu palmo repousando sobre a espada, qualquer tentativa de ataque deles, estarei pronto para revidar. Os dois me encaram sérios e fico surpreso quando caem em gargalhadas ao mesmo tempo, após alguns segundos.
-Em que planeta está vivendo, homem? Hoje é o dia da coroação. A princesa já deve estar a caminho da igreja.- Revela e então tudo começa a fazer sentido. Por isso a multidão, por isso toda agitação nas redondezas.
-Como eu pude esquecer, minha cabeça anda tão fora do lugar.-Gesticulo a mão sobre a cabeça, como se me culpando pelo esquecimento.- Obrigada por terem me lembrado.-agradeço e os dois assentem com a cabeça, partindo.
Mudo então a direção e conduzo o cavalo até a igreja. Vai ser impossível passar por toda essa multidão com o cavalo, então o amarro na sombra, em um lugar fresco e mais afastado e sigo a pé. Não é difícil localizar a igreja onde acontecerá a coroação, dada a sua estrutura e luxo perceptíveis de longe. Me aproximo, caminhando entre as pessoas e me parando frente a ela, onde todos esperam em conjunto. O sino toca do alto da torre e então é avistado uma carruagem folheada a ouro se aproximando, é ela. Quando parada em frente a igreja, a porta é aberta pelo general, que estende a mão para que a pessoa que está dentro desça. Os seus pés tocam o chão, junto a um tecido relativamente fino que cobre as suas pernas. É um vestido preto com detalhes dourados , bem justo, desenha bem o seu corpo e suas curvas. Todos têm a mesma reação: surpresa, ninguém nunca viu algo assim antes, mas eu já tinha visto sim, nos desenhos de Bryanna, ela está usando um dos vestidos que desenhou. Não contenho um sorriso ao perceber isso, está usando o que sempre sonhou em usar, mas tinha medo. Ela parece tão segura, caminha sobre o tapete de veludo vermelho com majestosidade e de cabeça erguida, se está nervosa não demonstra. Apesar de toda a guarda fazendo a segurança do local, com os conhecimentos que tenho sobre as falhas no exército, consegui adentrar a igreja para assistir à cerimônia. Ela sobe no altar imenso e então o ritual se inicia. Ela se ajoelha, repete algumas palavras ditas pelo papa recita as promessas da tradição, é ungida com óleo. Então, ainda ajoelhada, é colocado sobre ela um manto dourado, e em seguida uma coroa feita de ouro e repleta de jóias. Ela se levanta e se vira de frente para o povo, e em seguida se senta no trono.
-Deus salve a imperatriz!-Grita o papa após o ato
-Deus salve a imperatriz!-Toda a multidão grita em conjunto, as vozes em uníssono ecoam por todo o lugar
Bryanna não é mais uma princesa, se tornou imperatriz. Eu sorrio e aplaudo junto a todos, quando ela se levanta, eu espero que cumpra a tradição e que parta, mas ela parece preparar a voz e então começa a falar
-Meu povo da Áustria, eu sei que todos os coroados antes de mim nunca fizeram isso, mas eu preciso fazer.- Inicia e todos permanecem em silêncio e atentos, alguns cochicham- Não é segredo para ninguém que o meu pai, o Imperador Hendrick estava muito doente. Mas o que não sabem é que esse não foi o motivo de sua partida.- Revela e os cochichos aumentam, eu já sei o que vem a seguir, consigo sentir os meus batimentos se acelerando mas permaneço imóvel. -O nosso imperador foi assassinado!-Grita e as reações de surpresa e espanto ecoam por toda parte- O meu pai foi evenenado, eu descobri recentemente. Mas o que mais me deixou furiosa foi saber por quem.- Ela anda sobre o altar, falando no tom mais alto que consegue- Nós abrimos as nossas portas, oferecemos nossa ajuda para ratos que nos apunhalaram pelas costas. Os malditos Relish mataram o meu pai, o próprio Rei Arthur foi o responsável.-Ela revela por fim e abaixo a cabeça, se alguém me reconhecer aqui não terei pra onde correr.- E é por isso, que o meu primeiro ato como imperatriz é declarar Guerra a Hungria. Guerra aos Relish, guerra ao Rei Arthur e ao príncipe-Ela grita furiosamente
-Guerra à Hungria!!!-Todos gritam raivosos, gesticulando os seus braços para cima
-Guerra aos Relish!!!-Eles repetem
Bryanna declarou guerra contra meu país, contra meu pai, contra mim. Se ela o fez, deve achar que eu conspirei contra ela, deve achar que eu ajudei a arquitetar a morte de seu pai. Aqui é o lugar menos seguro para mim agora, eu preciso ir embora, preciso retornar para a Hungria.
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