Asher Relish
Após o seu chamado, a segui para sei lá onde, ela caminhava em silêncio e eu apenas a acompanhava.
-Você não costuma ser tão silenciosa- comentei
-Você não me conhece, como pode dizer como eu costumo ser?-
-Bom, com certeza posso afirmar que tem a língua afiada-Retruquei
-Eu chamo isso de sinceridade.-
-Imagino que a sua sinceridade não agrade a todos- ela se virou para mim após o comentário e então parei de caminhar
-Não agrado a você, príncipe Asher?-fingiu uma expressão preocupada, era notável a sua ironia sempre que citava o meu título
-Não foi oque eu disse.-
-Acho que nem você mesmo sabe oque diz.-
-Por que está tão brava?-Me arrisquei em perguntar e vi ela me fuzilar com o olhar
-Eu não estou brava.-
-Não é oque parece-insisti
-Fale menos e ande mais.-Virou novamente para frente e continuou a caminhar
Logo adiante havia uma carruagem a nossa espera, alguns guardas também estavam preparados para nos conduzir. Vi um deles estender a mão para que ela se apoiasse e adentrasse, mas ela recusou, e entrou por si só, o quê me arrancou uma risada.Entrei também e me sentei ao seu lado-Para onde vamos?-Perguntei
-Você verá quando chegarmos.-
A viagem não era longa, em cerca de meia hora chegamos ao que parecia ser o destino.Assim que a carruagem parou, nós descemos e então ela se dirigiu aos guardas
-Fiquem aqui.-
-Senhorita, não é prudente deixarmos o príncipe e a princesa sozinhos.- o guarda resistiu
-Infelizmente é impossível eu ficar sozinha em qualquer lugar que seja- forçou um sorriso- estaremos logo adiante, dentro do campo de visão de vocês-continuou e ele assentiu com a cabeça
Caminhamos mais adiante, iniciando uma caminhada em uma ponte, onde ela debruçou os braços, e abaixou a cabeça, observando o lago.Fiz o mesmo e me posicionei ao seu lado-Por que escolheu esse lugar para me trazer?-perguntei
-Digamos que eu o escolhi mais por mim do que por você.-Eu a encarei
-Explique.-
-Gosto de vir aqui, acalma a minha mente-
-Arrá-me vangloriei com um sorriso- eu sabia, eu disse, você está brava-
-É, talvez eu esteja- se rendeu-
-Eu sei, você não consegue esconder tão bem quanto pensa, princesa-
-Ou talvez você esteja reparando demais em mim-me provocou com um olhar desconfiado
-Não deveria ser tão convencida.- olhei ao redor- é um lugar bonito
-É, temos muitos lugares bonitos aqui.-
-Na Hungria também, você nos deve uma visita.-
-Oque te faz pensar que eu lhe devo algo?-
-Bem, isso é óbvio.Você está tendo a honra de minha visita aqui- ela riu com a minha resposta
-"não deveria ser tão convencido"- entonou a sua fala, usando minhas próprias palavras contra mim mesmo, não contive a risada
-Oque você quis dizer com " a minha sinceridade não agrada a todos"?-perguntou após alguns minutos de silêncio, erguendo a cabeça e me olhando, esperando por uma resposta-Bem...-suspirei- Me parece que não agrada a sua mãe.-Disparei com sinceridade e vi sua expressão mudar, ela estava irritada
-Vamos voltar para o palácio.-Disse séria me dando as costas e indo em direção a carruagem
-Eu disse algo errado?-
-O problema é justamente esse, você fala demais.-
Eu não imaginava que aquele comentário a deixaria tão furiosa, esperava que ela estivesse pronta para ouvir algo do tipo.O modo como suas emoções estão sempre mudando me irrita.
O caminho de volta foi como na ida, em silêncio, mas dessa vez o clima estava pesado.Não ousei olhá-la, apenas sentei em meu lado e virei a cabeça para a janela.
Voltamos para o palácio e então seguimos caminhos diferentes.Decidi ir para o meu quarto e tentar dormi um pouco, mas isso claramente foi em vão, não conseguia parar de pensar no motivo em que tinha levado ela a ter essa mudança de humor tão repentina.
Quando me dei conta já havia anoitecido, meu estômago pedia por comida, então fui até o grande salão, a mesa já estava posta para o jantar.
Fiquei esperando que Bryanna comparecesse, mas não aconteceu, o que me leva a pensar que isso a afetou mais do que eu imaginei.
Ao voltar para meus aposentos, me deparei com meu pai:-E então, como foi?-perguntou interessado em minha resposta
-Foi...normal.- claramente não era aquilo que ele esperava ou queria ouvir e a sua expressão entregou a confirmação
-Como que normal? Oque você fez Asher?-
-Eu não sei, eu não disse nada de errado e de repente ela ficou brava e não disse mais nada depois que voltamos.-confessei
-Seu idiota!Oque eu tenho que fazer pra você entender que essa garota é importante?-Ditava com os dentes cerrados, sua raiva era evidente
-Eu não tenho culpa, aquela garota é maluca, maluca.-
-Se ela é maluca ou não, isso não me interessa, ela é valiosa e você tem que conquistá-la.-
-E por que eu deveria fazer isso?-
-Porque eu estou mandando, seu imbecil.Sinceramente, as vezes parece que você não é meu filho.Não conteste as minhas ordens, apenas as cumpra!- Terminou já gritando as últimas palavras
-Ta, tudo bem.-
-Você vive se atrapando com as servas e com qualquer saia que esteja em sua frente, e agora que é preciso que você faça isso, você não faz- segue o seu sermão dando voltas ao meu redor
-Ela não é como as outras mulheres, pai.-Isso realmente era verdade, Bryanna caçava, era grossa, sincera e mil outras coisas que não se costumava ver em outras mulheres
-Está dizendo que não consegue seduzí-la?-
-Não.Você sabe bem que eu consigo ter a mulher que eu quiser e...-
-Então o faça!-me interrompe- Prove que você é um Relish, prove que é o meu filho.-
-Tudo bem, eu farei.-
-Ótimo-coloca a mão em meu ombro- boa noite.- deseja antes de sair do quarto
Eu precisava seguir a ordem de meu pai, mas para isso eu tinha que pensar em algo para me reconciliar com Bryanna.
Não podia dormir com tantas coisas na cabeça, caminhei até o jardim e me sentei em um dos bancos até que
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu Rei
RomanceAsher Relish, príncipe e herdeiro do trono Húngaro conhece em uma de suas caçadas rotineiras uma garota de beleza fascinante, Bryanna Callen.Ele só não imaginava de quem essa se tratava. A realeza pode trazer muitos segredos, que não demorarão a...