cap10-Silenciosos-Asher

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Asher Relish

  Após o seu chamado, a segui para sei lá onde, ela caminhava em silêncio e eu apenas a acompanhava.

-Você não costuma ser tão silenciosa- comentei

-Você não me conhece, como pode dizer como eu costumo ser?-

-Bom, com certeza posso afirmar que tem a língua afiada-Retruquei

-Eu chamo isso de sinceridade.-

-Imagino que a sua sinceridade não agrade a todos- ela se virou para mim após o comentário e então parei de caminhar

-Não agrado a você, príncipe Asher?-fingiu uma expressão preocupada, era notável a sua ironia sempre que citava o meu título

-Não foi oque eu disse.-

-Acho que nem você mesmo sabe oque diz.-

-Por que está tão brava?-Me arrisquei em perguntar e vi ela me fuzilar com o olhar

-Eu não estou brava.-

-Não é oque parece-insisti

-Fale menos e ande mais.-Virou novamente para frente e continuou a caminhar
   Logo adiante havia uma carruagem a nossa espera, alguns guardas também estavam preparados para nos conduzir. Vi um deles estender a mão para que ela se apoiasse e adentrasse, mas ela recusou, e entrou por si só, o quê me arrancou uma risada.Entrei também e me sentei ao seu lado

-Para onde vamos?-Perguntei

-Você verá quando chegarmos.-

   A viagem não era longa, em cerca de meia hora chegamos ao que parecia ser o destino.Assim que a carruagem parou, nós descemos e então ela se dirigiu aos guardas

-Fiquem aqui.-

-Senhorita, não é prudente deixarmos o príncipe e a princesa sozinhos.- o guarda resistiu

-Infelizmente é impossível eu ficar sozinha em qualquer lugar que seja- forçou um sorriso- estaremos logo adiante, dentro do campo de visão de vocês-continuou e ele assentiu com a cabeça
  Caminhamos mais adiante, iniciando uma caminhada em uma ponte, onde ela debruçou os braços, e abaixou a cabeça, observando o lago.Fiz o mesmo e me posicionei ao seu lado

-Por que escolheu esse lugar para me trazer?-perguntei

-Digamos que eu o escolhi mais por mim do que por você.-Eu a encarei

-Explique.-

-Gosto de vir aqui, acalma a minha mente-

-Arrá-me vangloriei com um sorriso- eu sabia, eu disse, você está brava-

-É, talvez eu esteja- se rendeu-

-Eu sei, você não consegue esconder tão bem quanto pensa, princesa-

-Ou talvez você esteja reparando demais em mim-me provocou com um olhar desconfiado

-Não deveria ser tão convencida.- olhei ao redor- é um lugar bonito

-É, temos muitos lugares bonitos aqui.-

-Na Hungria também, você nos deve uma visita.-

-Oque te faz pensar que eu lhe devo algo?-

-Bem, isso é óbvio.Você está tendo a honra de minha visita aqui- ela riu com a minha resposta

-"não deveria ser tão convencido"- entonou a sua fala, usando minhas próprias palavras contra mim mesmo, não contive a risada
   -Oque você quis dizer com " a minha sinceridade não agrada a todos"?-perguntou após alguns minutos de silêncio, erguendo a cabeça e me olhando, esperando por uma resposta

-Bem...-suspirei- Me parece que não agrada a sua mãe.-Disparei com sinceridade e vi sua expressão mudar, ela estava irritada

-Vamos voltar para o palácio.-Disse séria me dando as costas e indo em direção a carruagem

-Eu disse algo errado?-

-O problema é justamente esse, você fala demais.-

   Eu não imaginava que aquele comentário a deixaria tão furiosa, esperava que ela estivesse pronta para ouvir algo do tipo.O modo como suas emoções estão sempre mudando me irrita.
   O caminho de volta foi como na ida, em silêncio, mas dessa vez o clima estava pesado.Não ousei olhá-la, apenas sentei em meu lado e virei a cabeça para a janela.
  Voltamos para o palácio e então seguimos caminhos diferentes.Decidi ir para o meu quarto e tentar dormi um pouco, mas isso claramente foi em vão, não conseguia parar de pensar no motivo em que tinha levado ela a ter essa mudança de humor tão repentina.
   Quando me dei conta já havia anoitecido, meu estômago pedia por comida, então fui até o grande salão, a mesa já estava posta para o jantar.
  Fiquei esperando que Bryanna comparecesse, mas não aconteceu, o que me leva a pensar que isso a afetou mais do que eu imaginei.
   Ao voltar para meus aposentos, me deparei com meu pai:

-E então, como foi?-perguntou interessado em minha resposta

-Foi...normal.- claramente não era aquilo que ele esperava ou queria ouvir e a sua expressão entregou a confirmação

-Como que normal? Oque você fez Asher?-

-Eu não sei, eu não disse nada de errado e de repente ela ficou brava e não disse mais nada depois que voltamos.-confessei

-Seu idiota!Oque eu tenho que fazer pra você entender que essa garota é importante?-Ditava com os dentes cerrados, sua raiva era evidente

-Eu não tenho culpa, aquela garota é maluca, maluca.-

-Se ela é maluca ou não, isso não me interessa, ela é valiosa e você tem que conquistá-la.-

-E por que eu deveria fazer isso?-

-Porque eu estou mandando, seu imbecil.Sinceramente, as vezes parece que você não é meu filho.Não conteste as minhas ordens, apenas as cumpra!- Terminou já gritando as últimas palavras

-Ta, tudo bem.-

-Você vive se atrapando com as servas e com qualquer saia que esteja em sua frente, e agora que é preciso que você faça isso, você não faz- segue o seu sermão dando voltas ao meu redor

-Ela não é como as outras mulheres, pai.-Isso realmente era verdade, Bryanna caçava, era grossa, sincera e mil outras coisas que não se costumava ver em outras mulheres

-Está dizendo que não consegue seduzí-la?-

-Não.Você sabe bem que eu consigo ter a mulher que eu quiser e...-

-Então o faça!-me interrompe- Prove que você é um Relish, prove que é o meu filho.-

-Tudo bem, eu farei.-

-Ótimo-coloca a mão em meu ombro- boa noite.- deseja antes de sair do quarto
 
  Eu precisava seguir a ordem de meu pai, mas para isso eu tinha que pensar  em algo para me reconciliar com Bryanna.
  Não podia dormir com tantas coisas na cabeça, caminhei até o jardim e me sentei em um dos bancos até que

Meu ReiOnde histórias criam vida. Descubra agora