cap32-enigmas-Bryanna

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Bryanna Callen

  Quando cruzo o grande salão, todos os olhares dos homens ali presentes me acompanham. Eu sorrio enquanto caminho até a mesa, agora eu gosto de ser desejada, muitas coisas mudaram depois que me tornei imperatriz.

-jesteś fantastyczny( Você está fantástica)-O príncipe dita em polonês, se levantando e me oferecendo sua mão para que eu me apoiasse. A mesa onde o rei se senta fica após alguns degraus, em uma parte elevada do salão.

-Obrigada.-Agradeço e seguro em sua mão, subindo os degraus e me sentando ao seu lado, ele me olha surpreso

-Você fala polonês?-

-Dentre outras línguas.-Afirmo e o rei me encara, sentado logo a frente

-Você não para mesmo de surpreender, senhorita Callen.-Admite enquanto bebe de seu vinho

-Bem, eu serei direta, afinal não posso ficar muito tempo longe. Os senhores já devem imaginar o motivo da minha vinda.-Inicio revezando o olhar entre o rei e o príncipe

-Algo me diz que tem a ver com a sua declaração de guerra à Hungria.-O rei sugere e sorrio concordando

-Vocês também tiveram inimizade com o Relish, pelo que sei.-

-Está propondo uma aliança?-O príncipe pergunta

-Você é direto.-Digo e ele sorri- Mas sim, está certo. O rei Arthur matou o meu pai, e tudo o que quero é matá-lo também. Não tenho interesse naquelas malditas terras, então vocês podem ficar com elas. Eu só preciso do Relish morto.-

-Está abrindo mão das terras?-O rei pergunta, confuso

-Exatamente, senhor.-

-Então, se aceitarmos ajudá-la nisso, toda a Hungria ficará em nossa posse?-

-É o que estou propondo.-confirmo

-É uma proposta tentadora...e estranha. Quem em sã consciência abriria mão da oportunidade de ter domínimo sobre outro reino?-

-Bem, como eu disse, o meu único interesse é vingar a morte de meu pai, e fazer justiça em seu nome, dar ao Hendrick o que ele merece.-

-Intrigante-O rei revela e encara o seu filho- O que acha disso, Oton?-

-Eu não posso negar que ficarei feliz em atravessar a minha espada pelo principezinho Relish. Estive bem perto de fazê-lo-Se refere a Asher e por algum motivo fico desconfortável, limpo a gargante e disfarço.

-O quê?-A pergunta sai sem que eu possa contê-la

-Oton lutou contra Asher na batalha em Pécs, por pouco não o matou.-O rei explica enquanto agarra uma coxa de frango e come

-Sim, mas ele não saiu ileso.- O príncipe apanha uma taça de prata da mesa e a vira com rapidez na boca

-Você o feriu?-Pergunto buscando fingir o máximo de desinteresse possível. Imito o seu gesto, alcançando a taça que estava posta a minha frente e bebendo do vinho

-Não duvidaria se estivesse morto agora.- ele se gaba com um sorriso debochado

-O quê?-Me engasgo com o vinho, dando leves tossidas. Céus, tenho que parar com isso

-Haha, Oton é um bom guerreiro sim, mas se o príncipe tivesse morrido, a notícia já teria repercutido.-O rei gargalha, argumentando

-Sim, você tem razão. Asher sabe lutar bem também.-Digo aliviada e só percebo o elogio quando ambos me encaram- Mas estou certa de que Oton é melhor.- tento consertar, e com sucesso pelos sorrisos que surgem em seus rostos

-De fato-O rei concorda

-Mas então, o que me dizem?-

-Se estás sendo sincera em sua proposta, então eu vos digo que podes contar com a Polônia ao seu lado.-Diz Haskel e não contenho um sorriso satisfeito

-Perfeito.-

-Lutaremos ao seu lado, Callen. E confiaremos de que cumprirá a sua parte no acordo.- Oton ressalta

-Eu irei.-

-Pois bem, brindemos a isso então.-O rei propõe, elevando sua taça. Então todos o imitamos, erguendo e unindo nossas taças ao brinde

-À União da Áustria e Polônia!-Oton grita

-À Áustria e Polônia!-O restante do salão repete em coro, comemorando.

  Me sinto aliviada e contente, os poloneses serão bons aliados, e vão me ajudar a conquistar o que eu tanto desejo.
  A noite é repleta de comemoração pela mais nova aliança formada. A música ressoa pelo salão, as pessoas brindam, dançam, gritam e celebram alegramente o mais novo acordo, e a futura vitória. Sei que eles estão sedentos por colocarem as mãos nas terras húngaras, era isso que pretendiam quando tentaram a invasão, mas não conseguiram. E agora eu estou oferecendo isso a eles, tudo em troca de sua ajuda em minha vingança, é uma excelente oferta.
  O meu poder triplicaria se eu dominasse a Hungria, mas eu não quero aquelas malditas terras, não quero estar onde aquele rato imundo traidor esteve.
  Quando por fim o jantar se encerra, me retiro da mesa com a licença do rei e me direciono até o jardim. Ele me lembra o do meu palácio, aquele em que eu passava horas com o Asher. Olho para o céu e me recordo do dia em que dormimos sobre a grama, olhando as estrelas. Uma voz me tira de meus desvaneios e malditas lembranças que eu gostaria de esquecer, mas que insistem em ficar em minha mente:

-Gosta de olhar o céu?-O príncipe pergunta se juntando a mim

-Gosto da noite.-

-A noite é misteriosa.-Ele diz olhando para o céu e em seguida para mim- Como você.-

-Acha que eu sou misteriosa?-

-Acho que você é como um enigma, difícil de decifrar.-

-Então significa que tentou.-

-Decifrar?- pergunta e concordo com a cabeça- é, não posso dizer que não.-

-Eu também gosto de decifrar as pessoas, sou boa nisso.-

-E o que você pode decifrar de mim?-O encaro após sua pergunta, ele sorri, ansioso por minha resposta

-Você é um guerreiro, orgulhoso, gosta de se gabar de suas vitórias, gosta de vencer a qualquer custo. É um homem que jamais permite demonstrar suas fraquezas, o seu sentido da vida é vencer, tendo isso você está satisfeito. Também gosta de desafios, isso te excita.-

-Vejo que não sou um enigma pra você.-

-Não, não é.- Sorrio me gabando

-Você é um desafio para mim, Callen.- insinua, sorrindo com sarcarsmo e eu rio

-Boa noite, Kowalski.-

-Boa noite, Imperatriz.-

Meu ReiOnde histórias criam vida. Descubra agora