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- Jess Routlegde -

2 dias antes

Plenas 1 da manhã e estou dirigindo por Outer banks, as estradas são mais longas mas em alta velocidade chego no meu destino em minutos, pego minhas chaves e peço para o homem da portaria abrir para mim, vários corredores com diversos contêiner lado a lado, fico pensando em quantas coisas ilegais devem ter guardadas dentro de cada um desses compartimentos, paro em frente a porta do contêiner 127, minhas chaves tiram o cadeado da porta e preciso acender a luz para enxergar o lugar que está um tanto vazio, não tem janelas e fico pensando se eu dormir aqui eu não vou morrer asfixiada né? fecho a porta me trancando do lado de dentro, minha cabeça está uma verdadeira bagunça pensando na briga com o jj, estou com raiva por ele falar que alguém seria capaz de me manipular, brava por ele insinuar que eu ainda não superei o rafe e furiosa por ele realmente achar que em algum momento deixaria de escolhê-lo, eu e o rafe temos questões que não foram resolvidas e nós estávamos juntos em um momento que eu estava muito sozinha, foi meu primeiro amor, não é que eu ainda ame ele mas não é como se eu pudesse simplesmente ignorar a existência dele porque o meu atual namorado fica com um ciúmes infantil, eu não escolheria o rafe, ele é alguém bom e tem certos pontos mas eu nem preciso pensar duas vezes para escolher o jj, eu queria que ele percebesse a confiança e certeza que eu tenho de que é ele, de que é ele quem eu amo e de que é ele quem eu quero ficar! Vou explodir, se eu não me distrair sou capaz de voltar até o castelo só pra atirar na testa do jj, pego a caixa mais próxima e me sento no chão começando a revirar os muitos arquivos do meu pai, se tiver qualquer pista sobre o Royal merchant aqui, eu vou achar.

[...]

Dor nas costas é suficiente para resumir, o contêiner tem ar condicionado então não morri asfixiada mas dormir no chão não foi minha melhor ideia. Deitada sobre uma manta que trouxe na minha mochila, pelo relógio eu deve ter capotado em algum momento entre as 5 ou 6 da manhã, não consegui dormir muito por causa do chão duro então acordei agora as 9 horas, de coberta usei os muitos papéis do meu pai que estão por todo o chão espalhados, já devo ter revirado umas cinco caixas mas tudo que eu encontrei foram pesquisas do meu pai que claramente não levaram a nada, alguns arquivos parecem que ele escreveu quando estava bêbado porque não fazem sentido algum, preciso de energia porque só ao olhar para esses papéis tenho vontade de vomitar, volto a pensar no jj e me levanto no mesmo momento, não quero pensar nisso porque acho que nós dois precisamos de um tempo para refrescar a mente então vou ocupar minha cabeça com alguma coisa para depois conversamos, tranco o contêiner e vou até minha moto do lado de fora, é a única no estacionamento, claramente sou a única louca de dormir em um lugar como esse, não quero voltar para Outer banks então sigo reto na rodovia até encontrar uma lanchonete 24 horas, tem poucas pessoas e algumas famílias que provavelmente estão viajando, me sento no balcão e uma garçonete simpática me trás meu pedido em poucos minutos, fico comendo enquanto na minha cabeça tento desvendar o enigma que meu pai criou

— Torta de chocolate com cerveja? — levanto meu olhar vendo o garoto a minha frente

— Doce e amargo, combinação perfeita — dou uma leve risada

— Doce e amargo... define bem você — junto as sobrancelhas e dou um sorriso de canto

Está do outro lado do balcão vestindo um avental um pouco sujo, fica fácil saber que é um pogue, parece ter uns 20 anos pela sua altura, um sorriso meio torto e fofo com os cachos caindo sobre os olhos castanhos e com as bochechas um pouco queimadas do sol marcando bem seu maxilar, talvez se os cabelos fossem mais claro e talvez olhos azuis com o sorriso um pouco mais largo e aí droga... suspiro, estou comparando o garoto a minha frente com o jj

FUEGO (JJ maybank & Rafe Cameron) Onde histórias criam vida. Descubra agora