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- Jess Routlegde -

1 ano antes...

— Aí esse lugar é nojento — digo assim que eu e Cléo entramos em um dos becos de Nassau

— Pra quem é uma assassina que dormiu na rua, achei que ia ser menos fresca — reviro os olhos para Cléo — Você quer uma identidade falsa, aonde acha que vai encontrar isso? No shopping? — ela debocha

— Oque já entendi.. — reviro os olhos mais uma vez

— É aqui.. — ao fim do beco a uma pequena porta de madeira e uma mini janela, não sei se isso é uma casa ou só uma parte do beco que foi fechada com tijolos

Cléo bate na porta mas assim que termina de bater dá pra ouvir a voz masculina esbravejando de dentro do local — VAI EMBORA — Cléo bufa no mesmo exato momento que começa a bater na porta de novo, repetidas vezes cada vez mais forte, antes que ela mesma chute a porta, a porta é aberta com brutalidade revelando o garoto alto e moreno, está usando um moletom e tem cabelos lisos formando um pequeno topete

— OQUE FOI QU...— ele grita quando encara a Cléo mas assim que para os olhos sobre mim para de falar, encaro o mais fundo dos seus olhos verdes e longos segundos nesse jogo é ele quem quebra o contato visual quando volta a olhar para Cléo, ele não diz nada quando dá espaço na porta e Cléo da uma risadinha entrando no cômodo

Assim que entro o garoto fecha a porta, meu rápido olhar passa pelo local e então percebo que é só o fim do beco e que alguém apenas faz uso desta parte como casa, tem uma pequena e bagunçada cozinha no canto, no meio do local um sofá e um tapete em frente a uma tv e no canto a uma cama de solteiro junto de uma mesa com vários computadores

— Porque tá aqui? — o garoto pergunta entediado quando volta para a cozinha cuidar de uma panela que está no fogão

— Você sabe porque eu to aqui — Cléo se joga sobre o sofá enquanto eu fico a caminhar pela sala

— Deixa eu adivinhar, me trouxe mais um dos seus problemas para mim resolver — ele vira a cabeça para me encarar, apenas fecho a cara e ergo o queixo para cerar os olhos na mesma médica que ele faz

— Eu preciso de uma identidade falsa... — Cléo fala e assim paro ao seu lado e me sento no sofá

— E eu preciso de um unicórnio Cléo, se manda — o menino olha entediado

— Meu Deus oque você tá cozinhando ai? — o cheiro de queimado toma conta do lugar

— Você vai queimar a própria casa, meu Deus sai daí — me levanto e caminho até o seu lado roubando a colher da sua mão para mexer a comida que não sei se ainda tem salvação

— Ei, essa casa é minha — ele me fuzila com o olhar

— Então come comida queimada aí besta — retruco e ele revira os olhos antes de sair da mini cozinha

— Oque vocês querem? — ele pergunta assim que se senta no sofá

— A gata cozinheira ali precisa de uma identidade nova — Cléo fala e levanto meu olhar pelo ombro pra ver os dois me encarando

— Porque? — ele cruza os braços mas sua pergunta é interrompida pelo telefone que toca, Cléo se levanta do sofá no mesmo instante que atende e apenas alguns minutos em ligação Cléo se dirige até a porta

FUEGO (JJ maybank & Rafe Cameron) Onde histórias criam vida. Descubra agora