Hachi

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Um simples anúncio nos portões do palácio deixou o povo empolgado, principalmente as moças vigaristas que não hesitariam em mentir caso o sapatinho coubesse em seus pés. As pessoas que viram o anúncio rapidamente espalharam pelo resto do reino e bastou algumas horas para que todos do reino estivessem informados sobre a visita dos guardas reais Bokuto Koutaro e Akaashi Keiji.

Claro que essa informação chegou à madrasta, que viu ali a grande oportunidade de uma das suas filhas conhecerem o príncipe. Ao voltar para casa depois do seu passeio matinal pela vila, subiu rapidamente as escadas para despertar as filhas, que dormiam exaustas por ter voltado tarde do baile.

- Hitoka! Hitoka! - chama ela abrindo a porta do quarto da filha loira, que não ficou nada feliz. - Levanta-te já! Depressa, não temos tempo a perder!

Ao ter despertado a loira, a madrasta saiu de seu quarto e abriu outra porta do corredor que dava acesso ao quarto de sua outra filha.

- Kiyoko! Levanta! - começa a sacudir a morena.

- Para quê? - resmunga ela, tirando as cobertas de cima de si, para encarar sua mãe que abria as cortinas das janelas, ofuscando a sua visão por breves segundos.

- Sim, o que se passa? - Hitoka entrou no quarto também curiosa pela pressa da mãe.

- Não se fala de outra coisa na vila! Depressa, ele não deve demorar muito!

- Quem vem? - perguntam as irmãs.

- O guarda Bokuto e o guarda Keiji! Procuraram pela manhã toda por ela!

- Que ela?

- A que perdeu o sapatinho no baile! - Shoyo, que ia servir o pequeno almoço ao quarto da irmã, começou a ouvir a conversa na porta. - Diz o príncipe que está perdidamente apaixonado por ela.

-Príncipe? - disse Hinata surpreendido. O homem com que tinha dançado ontem não era um convidado qualquer? Tamanho o seu choque, acabou por deixar cair o tabuleiro, tendo como resultado loiça em pedaços aos seus pés.

- Idiota! - insulta a mais velha do cómodo. - Limpe tudo e depois ajude as minhas filhas com as roupas!

- Para quê? - pergunta Hitoka deitada na cama da irmã.

- Se ele se apaixonou pela outra, não podemos fazer nada! - Kiyoko pega no cobertor e cobre a ambas para voltarem a dormir, mas a mãe voltou a tirar-lhes o cobertor.

- Vocês ouviram o que eu falei? Se conseguirem calçar aquele maldito sapato, podem ir para o palácio e conversar com o príncipe! Ontem à noite os guardas tentaram achá-la, mas dizem que ela desapareceu como por magia, então ela nem no reino deve estar mais! A moça que vossa alteza escolher, será sua noiva!

- Noiva? - murmura Hinata sonhador enquanto recolhia os cacos de porcelana do chão e deitava fora.

- NOIVA? - as irmãs gritaram e em seguida começaram a correr pelo quarto em busca de roupas.

- Hinata, passe esta peça! - Hitoka começa a pegar em peças de roupa e a jogar nos braços do ruivo.

- Não! Primeiro vais ajudar a mim! - a morena joga mais algumas roupas no criado, que ainda olhava sonhador para o nada e não mexia nenhum músculo. - Vamos palerma, tenho que me arranjar!

- Arranjar? Claro, tenho que me arranjar! - ainda hipnotizado, o criado colocou a pilha de roupas nos braços da meia irmã e saiu do quarto em meio a murmúrios e cantos.

- O que lhe deu? Comeu algo estragado? - pergunta à sua mãe, mas foi completamente ignorada.

A madrasta, completamente desconfiada, foi para o corredor observar melhor o corvo borralheiro e viu-o subir as escadas em direção ao quarto enquanto cantarolava uma música que, na perceção da mulher, era demasiado parecida com a música que vossa alteza tinha dançado com a mulher misteriosa. Bem que ontem à noite estranhou a postura do ruivo quando tinha chegado a casa, mas nunca ponderou que ele tivesse ido ao baile e ter regressado tão rápido. Mas a reação dele ao ouvir do príncipe e aquela cantoria deixou a mais velha muito suspeita.

Nishinoya e Asahi observavam os movimentos da mulher e ao verem que ela perseguia o amigo de maneira assustadora, tentaram chegar o mais rápido possível no quarto para avisar Hinata do possível perigo.

- Shoyo, a madrasta está a subir e... - eles subiram na cómoda para avisar o amigo que arranjava os cabelos, mas de nada adiantou, pois atrás de Hinata a madrasta pegou na chave e trancou o criado lá dentro.

- Não, por favor não! Solta-me! - começou a gritar e a bater na porta desesperado, mas nada do que o corvo borralheiro fazia parecia adiantar. Começou a chutar a porta, numa tentativa de a arrombar, mas não tinha força o suficiente nas pernas por ter trabalhado a manhã toda.

- Se ao menos eu tivesse o tamanho do Asahi quando ele era humano, eu arrombaria essa porta num instante! - exclama Nishinoya revoltadíssimo e a sua própria fala acendeu uma luz na sua cabeça. - Asahi, se a gente conseguiu se transformar em ratos ontem à noite, será que conseguimos ao contrário?

- Posso tentar! - mesmo receoso, Azumane alinhou na ideia de Yuu e repetiu o progresso da noite anterior. - Eu quero ser um humano, eu quero ser um humano, eu quero ser um humano!















Juro solenemente não ser normal !!!

Cinderella [Haikyuu!!]Onde histórias criam vida. Descubra agora