Kyuu

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Akaashi, ao chegar na que parecia ser a centésima residência do dia, começou a tocar a trompeta de anúncio da chegada de membros do palácio. Ele e Bokuto estavam tão cansados que quase deixaram o sapatinho cair quando a carruagem parou abruptamente, mas para o bem das suas vidas, o platinado conseguiu apanhá-lo a tempo.

- Mãe, eles chegaram! - dentro da grande residência, Kiyoko grita entusiasmada com a irmã ao seu lado na janela.

- Estou bem vestida? A maquilhagem estará bem? - Hitoka passa, mais uma vez, pó de arroz no seu rosto.

- Lembrem-se, só terão mais esta chance, portanto, não falhem! - a matriarca, com o aviso dado, abre a porta aos guardas que mantinham a postura reta.

- Viemos em ordem de vossa majestade! Somos os oficias Akaashi e Bokuto! - anuncia o mais baixo deles.

- Entrem, sejam bem vindos! Estas são minhas filhas Hitoka e Kiyoko! - Akaashi sentiu-se arrepiar pela voz sombria que a mulher tinha.

- Muito prazer! - dizem as duas irmãs fazendo uma reverência exagerada e lançando olhares ao guarda platinado que deixaram a ele desconfortável e a Keiji zangado.

- Sim sim, muito prazer também! - o de olhos verdes mete-se na frente de Bokuto e estende-lhe a proclamação que teria de ler.

- Ora, vamos lá! - ele coça a garganta levemente para ler aquela mensagem que já estava quase decorada na sua cabeça. - Todos os leais súbditos de sua majestade ficam assim informados por esta proclamação real que a quem este sapatinho servir terá de vir... Tenho mesmo que voltar a ler isto tudo Agaaashe?

- Estamos em serviço Bokuto! - sem se importar, Keiji pega numa poltrona para que Koutaro pudesse sentar-se ao ver a carinha dele de cansado. - Tudo bem, vamos apenas despachar isto. Quem quer fazer a prova primeiro?

- Kiyoko vai primeiro! - ordena a madrasta deixando uma certa loira indignada.

A morena sentou-se numa outra poltrona e Akaashi começou a tentar encaixar o sapato no seu pé. Porém, o tamanho do pé da moça era quase o dobro e Bokuto conteve uma gargalhada para evitar sermões de Keiji mais tarde.

- Impossível! Não calçaste direito! Tenta de novo! - Kiyoko começou a pressionar as mãos do homem contra o seu próprio pé, quase machucando os dedos de Akaashi, mas Koutaro logo intrometeu-se ao ver o desconforto do parceiro.

- A outra jovem, por favor! - pede irritado ao ver a atitude infantil das donas da casa. - Podes deixar Agaaashe, desta vez calço eu!

A loira foi saltitante para a poltrona e o seu resultado não foi muito diferente do da irmã. O pé era levemente mais pequeno que o de Kiyoka, mas mesmo assim o tamanho era grande para caber na peça de cristal.

- O sapato está com defeito, certeza! - reclama e tentou arrancar o sapatinho das mãos do guarda, mas Bokuto foi rápido em desviar dela.

- Bom, estas são as únicas jovens desta casa? - pergunta Akaashi esperançoso de ouvir uma resposta positiva para ir embora dali.

- Não há mais nenhuma, senhor guarda! - confirma a matriarca, porém, um estrondo ouvido no andar de cima chamou a atenção dos guardas que reconheceram o som de uma porta a ser arrombada. Os seus treinos para a guarda real eram muito complexos.

- Guarda! - chama um certo ruivo da escada, deixando as três mulheres fulas. Atrás dele estava um homem enorme com um rato no ombro que sorria debochado para a dona da casa. - Posso experimentar o sapatinho?

- Ora senhor guarda, ignore, ele é apenas um moço tolo e sonhador! - a mulher tenta impedir Akaashi de se aproximar do corvo borralheiro, mas tudo o que recebe é um puxão de Bokuto para tirar as suas mãos dele.

- Madame, a ordem diz qualquer jovem! Vem cá meu bem. - disse gentilmente ao ruivo e guiando-o para a poltrona. - Traz aqui o sapatinho Bokuto!

O guarda foi na direção dos dois com o sapato apoiado numa almofada de veludo, mas a madrasta colocou o seu bastão no seu caminho e o fez tropeçar, resultando num monte de cristal partido pelo chão.

- Não, não, não! Que coisa horrível, o que dirá o rei? O que fará? - o guarda platinado começou a ficar desesperado só de pensar na fúria de Sugawara.

- Talvez eu possa ajudá-lo. - oferece Shoyo gentilmente.

- Não meu jovem, tudo está perdido! - ele choramingava em frente aos cacos.

- Mas veja, eu tenho o outro! - ele tira de suas roupas o outro sapatinho deixando os guardas em êxtase de alegria e as mulheres ainda mais fulas. Bokuto, depois de beijar imensas vezes o sapatinho, calçou-o no criado e viu que servia como uma luva.

- Vens connosco rapazinho. Ele é ruivo e baixinho, coincide com a descrição da pessoa que vimos ontem! - sorri Akaashi começando a guiar Hinata para fora. Bokuto teve que segurar três mulheres descontroladas para nenhuma atacar o rapaz.

- Ele pode vir comigo certo? - pergunta se referindo a Asahi que estava radiante por ver o amigo cada vez mais perto da liberdade.

- Claro, todas tiveram opção de levar um acompanhante!

- Todas? - questiona confuso ao chegar perto de uma outra carruagem que estava atrás da de Bokuto e Akaashi.

- Sim, as moças aí dentro conseguiram calçar o sapatinho, portanto terão de ir para o palácio. Tem o risco de teres pegado num outro sapatinho de cristal, mas eu duvido muito. - ele abre a porta para que Hinata pudesse subir. - Para além disso, és o único moço que encontramos e Kageyama desconfia que o seu par de ontem à noite não se tratava de uma mulher.







































Juro solenemente não ser normal !!!

Cinderella [Haikyuu!!]Onde histórias criam vida. Descubra agora