Uma longa caminhada depois, os três finalmente chegaram nos portões do palácio, este que estava fechado e era protegido por dois guardas que não pareciam que os iam deixar entrar.
- Vamos tentar a entrada de serviço, está bem? Talvez seja melhor vocês voltarem a ser ratos. - sugere Hinata e os dois amigos fizeram o que ele pediu.
Observaram que os servos estavam naquele momento a levar mantimentos para dentro do palácio, vigiados por um guarda e o ruivo juntou-se à fila para apanhar um dos mantimentos. O homem que fazia a distribuição da comida olhou estranho para o mais baixo, mas bastou apenas um daqueles sorrisos encantadores do pequeno corvo para o homem ceder e dar-lhe um enorme queijo que pesava um pouco, mas nada que os músculos trabalhados dele não aguentassem.
Ele foi em direção à entrada e o guarda apenas olhou para ele e deixou-o entrar com a mercadoria. Dentro da dispensa, ele soltou o queijo em cima de vários outros e olhou para os dois amigos que estavam no seu bolso.
- Agora só temos de achar o príncipe! - ele antes que conseguisse sair da dispensa para o corredor, teve a sua passagem barrada por um loiro de óculos.
- Para! Ouve lá, quem és tu e o que estás aqui a fazer? - ele analisa o seu rosto de cima a baixo. - Eu sou o responsável por todos os criados do castelo e nunca te vi por aqui! Qual é a tua função?
- Eu... eu... - Hinata olha ao seu redor e encontra uma ideia nos dois amigos que rastejavam pelo chão. - Eu sou o apanhador de ratos real!
- Apanhador de ratos real? Isso é um absurdo!
- Eu sou muito bom, sempre os apanho em flagrante!
- Estou em serviço aqui à muito tempo e posso garantir-te que nunca houve na residência real um simples...
- RATO! - ouve-se um grito estridente vindo da cozinha e os dois foram a correr para lá. Depararam-se com as cozinheiras a correr de um lado para o outro desesperadas e dois ratos a desorganizar tudo.
- Deixe-me ajudar! - pede o ruivo, mas é totalmente ignorado.
- Este espaço é meu! Eu trato do assunto! - Tsukishima pega numa vassoura e tenta acertar os roedores, estes que apenas riam da sua cara enquanto desviavam dos golpes. Ele correu a cozinha toda atrás deles e, por distração, não reparou nas laranjas derrubadas no meio do chão e acabou por tropeçar nas mesmas.
- Asahi, agora! - com o sinal dado por Yuu, Asahi empurrou uma frigideira bem na cabeça loira, causando o desmaio do funcionário de óculos.
- Bom, vou atrás dos ratos! - anuncia Hinata passando por cima do corpo desacordado e seguindo os dois amigos que corriam em direção ao corredor. - Bom trabalho rapazes! Ouçam, se nos separarmos, encontramo-lo o mais depressa! Temos de nos encontrar com o príncipe o mais rápido possível!
- Temos de nos encontrar com o príncipe o mais rápido possível! - diz a madrasta ao pobre guarda que estava apenas a cumprir com o seu trabalho em vigiar aquele corredor onde as mulheres estavam hospedadas.
- Larga o guarda, isso é um atentado ao nosso rei e reino! - avisa Kenma que era o servo responsável pelo bem estar de Kiyoko no palácio. - O príncipe e o rei nem no palácio se encontram ainda. Peço que tenham paciência!
- Mas eu quero ver o príncipe! - reclama Hitoka.
- Se não há nada a fazer, vou para a cozinha e comer alguma coisa. - Kiyoko antes de sequer dar um passo, foi impedida pela mãe.
- Comer? Nós vamos para aquele quarto e deixar-te deslumbrante! - ela puxa a morena pelo braço para o quarto. - E tu nem penses em entrar no quarto sem a nossa devida autorização!
- Não se preocupe, eu nunca me aproximaria de si por vontade própria. - Kenma sorri antes de virar costas e ir em direção ao salão de esgrima encontrar-se com Tetsurou.
Dentro do quarto, a madrasta empurrou Kiyoko para a frente do enorme espelho e estendeu-lhe um pente para que esta pudesse arranjar os seus cabelos pretos levemente desarrumados.
- Hitoka, para de brincar com isso! - repreende a mulher mais velha ao ver a filha loira fazer transformações bizarras no cabelo com a varinha. - Vamos usar isso para pôr a tua irmã deslumbrante! Vou falar com um guarda para que vossa alteza possa nos encontrar assim que chegar!
A mulher saiu do cómodo para falar com um guarda e os seus desejos foram supridos, apesar de isso ter irritado um pouco o rei e Kuroo. O primeiro porque não poderia comparecer ao reencontro do seu filho com a noiva e o outro por ter a sua aula cancelada.
Mesmo exausto da viagem, Tobio foi com passos apressados em direção ao salão onde iria se encontrar com quem tanto esperava. Ele bem estranhou apenas uma pessoa em todo o reino calçar o 34, mas decidiu deixar esse pensamento de lado enquanto andava pelos extensos corredores.
Ele ao chegar nos portões, não mediu forças para o abrir, fazendo um estrondo ecoar no cómodo e assustar as três madames que lá se encontravam. Ao encarar a mulher sentada bem de frente para ele, a sua expressão de felicidade foi desaparecendo.
- Vossa alteza! - cumprimentam as três.
Naquele exato momento, dois seres entraram no lugar sorrateiramente para talvez obterem mais informações do paradeiro do príncipe e obtiveram êxito. Asahi e Nishinoya conseguiam andar em alguns cómodos discretamente, pois até mesmo o palácio, por ser uma estrutura antiga, tinha certas imperfeições na parede que serviam de passagens para os dois ratos. O par, ao ver que estavam no mesmo cómodo que as três mulheres e o príncipe, decidiram espiar por uns minutos e acabaram por descobrir a razão daquela confusão toda.
- Estou na sala certa? - pergunta Kageyama aos guardas na porta que apenas acenaram para ele. - Mas é claro que é a sala certa! Parece que houve aqui uma confusãozinha.
- Como assim vossa alteza? O sapato até serviu na minha filha!- diz a mais velha do cómodo apontando para o pé de Kiyoko que ainda calçava o sapato de cristal.
- Sim, estou a ver, mas é que eu estava a espera de uma pessoa diferente. - ele viu a cara de desapontamento da madrasta e da Hitoka. - Realmente peço desculpa!
- Mas a proclamação real... - começa Hitoka, mas é interrompida pelo moreno.
- Eu sei o que ela dizia, mas, ao que parece, à mais pessoas a quem o sapatinho serve e os guardas apenas não encontraram! Peço desculpa por este mal entendido, vou pedir a alguém que vos leve em segurança para casa. - ele vira costas para sair daquela sala.
- Que bom que ele não é um idiota! - exclama Nishinoya aliviado.
- Ele vai esquecer com quem dançou e casar com a donzela a quem o sapatinho servir, esta noite! - diz a madrasta com um tom de voz tão sombrio que assustou até as próprias filhas e tirou a varinha mágica da sua manga discretamente para os guardas não verem. - Bibbidi-bobbidi-boo!
Kageyama sentiu uma forte dor de cabeça e os seus olhos adquiriram um tom esverdeado sinistro. De repente, as suas memórias do dia do baile foram alteradas. Aqueles cabelos ruivos e curtos, transformaram-se em pretos e longos; Os olhos castanhos que demonstravam doçura, passaram a ser olhos num tom de azul acinzentado; Ele tinha sim, dançado com Kiyoko no baile e a vontade de pedi-la em casamento para se casarem nesta mesma noite veio à tona.
- Espera, eu enganei-me! - ele vira-se de novo para as mulheres e aproxima-se da morena com óculos. - Agora eu me lembro, eras mesmo tu! Por favor, diz-me o teu nome!
- É Kiyoko vossa alteza!
- Bom, Kiyoko, pode parecer repentino, mas aceitas casar comigo? - ele ajoelha-se e pega na sua mão com um olhar apaixonado e demasiado brilhante. A morena viu os resquícios do feitiço naquele olhar e sentiu-se desconfortável em aceitar, mas foi só olhar para a sua mãe que ela deixou esse receio de lado.
- Aceito. - ela diz simplesmente.
- Ótimo, vou falar com o meu pai! - anuncia o príncipe antes de sair dali.
- Temos de avisar o Hinata! - disse Nishinoya antes de voltar a perambular com os túneis com Azumane.
Juro solenemente não ser normal !!!
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Cinderella [Haikyuu!!]
Fiksi PenggemarHinata Shoyo era filho de um comerciante rico. Depois que seu pai morreu , sua madrasta tomou conta da casa que era de Hinata. O rapaz, então, passou a viver com sua madrasta malvada, junto de suas duas filhas que tinham inveja da beleza de Hinata e...