09 - Lembranças da garota dançando com a música dos ventos

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Uma semana já havia se passado desde que Levi retornara. Os dias eram muito semelhantes, mas ele estava gostando daquela rotina pacífica. As vezes Diana dormia na casa dele, o que ajudava com os pesadelos. Os dias em que ela não ia, ele apenas se contentava em dormir como costumava dormir antes: sentado numa cadeira. Quando ela descobriu, brigou com ele e o forçou a usar a cama, mas ele não conseguia, os pesadelos pareciam piores lá.

Os dias eram todos bons. Estavam sempre juntos. Passeavam, comiam, ele e o senhor Lawrence passavam um bom tempo conversando e discutindo sobre os acontecimentos da região... era tudo tão calmo.

A calmaria, entretanto, estava prestes a ter fim. Hange iria visita-lo naquele dia, o que significava que as tarefas de seu trabalho estavam retornando.

Eram por volta das dez da manhã quando ela chegou. Uniformizada, como sempre, entrou na casa com muita, muita energia.

-Aqui está sempre com um cheiro tão bom! -Ela comentou. -Você é realmente viciado nessas coisas de limpeza, não é mesmo?

-Eu gosto de ser limpo. -Ele respondeu com pouca paciência. -E então, quais são as ordens?

-Acho que você vai ficar feliz em saber. -Ela parecia animada demais. Provavelmente alguma loucura envolvendo pesquisa de titãs estava prestes a acontecer. -Sabe, todos nós passamos por muitas coisas no Reconhecimento, porém, foi unanimidade o pensamento de que você talvez precisasse de um tempo distante de tudo isso para se recuperar.

-Unanimidade? Quantas pessoas votaram nisso?

-Na verdade, eu e o Erwin. -Ela disse sem graça enquanto coçava a cabeça. -Olha, não nos leve a mal, veja bem, eu amo as pesquisas com os titãs e tenho muitas relações de amizade. Erwin dedica sua vida quase integralmente para o Reconhecimento, mas sabe relaxar tomando alguns drinques e curtindo seus próprios hobbies pessoais. Você é o único que vive o Reconhecimento em todas as áreas de sua vida, Levi.

-Tá dizendo que eu não sei descansar?

-Você come e dorme muito mal. Se isso acontecesse apenas durante as missões, seria uma coisa, mas é o tempo inteiro. Então, chegamos numa conclusão. -Naquele instante, ela parecia estar comemorando a própria vitória da humanidade. -Demos a você um atestado de estresse.

-E você está feliz por isso? Me parece muito mais uma ofensa do que um presente.

-Coloque essa cabeça para funcionar, Levi. -Ela esticava os braços para o alto, como se estivesse impaciente de ter que explicar algo muito óbvio. -Erwin atestou, e foi aprovado, uma licença de sete semanas para você. Completamente livre de qualquer atribuição com o Reconhecimento. Só será recrutado em situação de emergência.

Naquele instante, os olhos de Levi brilharam. Sete semanas. Sete semanas inteiras.

-Hange, isso é algum tipo de pegadinha?

-Não mesmo! Não está feliz?

-Claro que sim. -Ele pegou o documento e começou a ler as palavras. -Eu só... não consigo acreditar.

-Pois deveria. -Ela deu uma risada alta. -Aproveite bem esse tempo, Levi, tente recuperar tudo aquilo que for necessário. Nos vemos em sete semanas, a não ser que eu venha te fazer uma visita informal.

-Sete semanas...

-Vê se arruma algum passatempo ou algo do tipo. Precisa de alguma coisa pra se distrair ou vai acabar enlouquecendo.

Saltitando de alegria, Hange passou pela porta, e foi embora. Levi continuou ali, parado, encarando o documento em sua mão sem conseguir acreditar. Com um sorriso enorme, ele guardou o papel e saiu de casa, pronto para se encontrar com Diana para mais um dia incrível, agora, muito mais tranquilo, por saber que passaria sete semanas inteiras com ela.

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-Então, está me dizendo que você não vai embora nem tão cedo? -Ela perguntou enquanto estava deitada ao seu lado na grama.

-Não. Temos bastante tempo para ficarmos juntos.

A sombra da macieira os protegia do excesso de sol e deixava passar apenas luz suficiente para aquecê-los.

-Isso é ótimo! -Ela virou o corpo, colocando a perna por cima da dele. -Porque eu tenho tantas ideias de coisas que podemos fazer juntos.

-Não vejo a hora de descobrir cada uma delas. -Ele sorriu e a abraçou.

Levi adorava ter o corpo de Diana perto do seu. Se sentia acolhido, abraçado, amado... tudo o que nunca havia sentido antes. Todos aqueles sentimentos eram tão bons e profundos que ele não era capaz de expressar nenhum.

Os pássaros cantavam melodicamente e o vento balançava as folhas, completando a melodia.

-Vem cá. -Ele falou se levantando.

-O que foi? -Ela o seguiu.

-Eu não sei fazer isso muito bem, então apenas vamos imaginar que tem algo tocando.

Ele segurou na cintura dela e entrelaçou os dedos da outra mão. Seus corpos estavam unidos e eles se encaravam frente a frente. Começaram a balançar o corpo suavemente, de um lado para o outro. Em seguida, já estavam dando passos mais largos, mais ousados.

Ele a afastou e a girou sem soltar sua mão, depois pegou-a pela cintura novamente e a puxou para perto. Diana dava uma risada gostosa e calorosa, e ele não podia parar de sorrir enquanto olhava para ela.

O cabelo, como sempre, estava numa trança frouxa e cheio de flores. As mechas frontais balançavam junto com o vento. A luz do sol a fazia brilhar por completo. Os olhos castanhos pareciam bronze derretido com a luz, o cabelo tinha um brilho dourado sobre o castanho... ela parecia mágica, não parecia ser de verdade.

Naquele momento, observando-a dançar junto dele, sorrindo e gargalhando conforme se moviam, Levi percebeu que a mais bela e mais valiosa existência daquele mundo estava em seus braços.

-Diana, eu te amo. -Ele sussurrou.

-Levi, eu também te amo. -Ela sussurrou de volta.

Com um beijo delicado, os dois pararam de dançar e ficaram ali, apenas abraçados, aproveitando o quanto se amavam, mesmo que não soubessem verbalizar muito além daquelas três palavras.

Com um beijo delicado, os dois pararam de dançar e ficaram ali, apenas abraçados, aproveitando o quanto se amavam, mesmo que não soubessem verbalizar muito além daquelas três palavras

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Flower Girl, Levi AckermanOnde histórias criam vida. Descubra agora