17 - A primavera mais gentil

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Era uma deliciosa tarde de primavera, os canteiros floridos estavam tão coloridos que pareciam uma pintura.

Ele aproveitava a vista sentado, observando o vento balançar as folhas das árvores. Respirou fundo e aproveitou a paz daquele momento.

A mesa já havia sido posta no gramado e Levi terminava de arrumar os talheres e os utensílios para os visitantes. Seu corpo melhorava a cada dia. Embora ele não pudesse passar períodos muito longos de pé, nem pegar muito peso, ele praticamente tinha abandonado a cadeira de rodas, se auxiliando da bengala apenas em caminhadas mais longas, mas quando estava em casa, conseguia se mover livremente. Ser casado com uma médica talentosa tinha grandes vantagens.

-Pai, precisa de mais quantos copos? -Elric, já com seus dez anos de idade falou da porta. Estava cada dia mais parecido com o pai, embora acreditassem que ele ficaria mais alto.

-Três. -Levi indicou com os dedos restantes da mão direita. -Pede pra sua irmã trazer a toalha de mesa, por favor.

-Hana! A toalha! -O garoto gritou entrando em casa novamente.

A garota de cabelos cor de mel e olhos azuis correu pelo gramado e entregou a tolha de mesa branca rendada para o pai. Ela ficou sentada no banco, observando como ele organizava as coisas perfeitamente.

-Papai, cadê todo mundo? -Ela perguntou balançando as pernas, pois seus pés não alcançavam o chão quando ela se sentava.

-Está quase na hora, Hana. -Levi riu e bagunçou a franja da garota, fazendo-a esconder o rosto nas mãos e ajeitar as flores na trança.

-Papai, não me bagunça!

-Você está linda! -Ele se sentou e a colocou apoiada na perna direita. -Cadê sua mãe?

-Terminando de arrumar o cabelo dela.

-Ela precisa de ajudar pra descer as escadas?

-Acho que não. Ah, olha, papai! -Hana pulou do colo do pai e correu na direção dos visitantes que desciam da carruagem.

Levi adorava ver a pequena garota correndo, pois ela se parecia com uma versão pequena da mãe. Hana saltou e pulou no colo do visitante mais próximo, que a ergueu no ar e a girou.

-Tio Jean! -Ela ria enquanto ele a girava.

-Olha só que está fazendo seis anos hoje! -Jean disse a colocando no chão novamente. -Feliz aniversário, Hana!

-Obrigada!

Ela cumprimentou cada um deles com o sorriso enorme que tinha herdado da mãe. Todo aniversário era a mesma coisa: os companheiros de Levi iam até a casa deles para passarem um período juntos.

-Tio Connie! -Elric gritou enquanto saía correndo pela porta da frente. -Meu pai consertou o trem de brinquedo, você quer ver?

-Jura?! Agora a gente vai poder fazer a brincadeira direito! -Não importava quantos anos tinham se passado, Connie e Elric conversavam como se tivessem a mesma idade, e aquilo fazia Levi rir sozinho todas as vezes.

-Hana, meu amor! -Mikasa disse abraçando firme a garota. -Olha o que eu e o Armin trouxemos pra vocês.

-Acho que vocês vão gostar. -Armin tirou um pequeno pote de vidro da bolsa, cheio de conchas coloridas que fez os olhos da menina brilharem. Arlert tinha conseguido plantar nela o amor incondicional por tudo que envolvia o mar.

-Tio Armin, tia Mikasa! Que lindo! Obrigada. -Ela agradeceu sem conseguir tirar os olhos das conchas coloridas.

-Aí, garotinho, sei que é aniversário da sua irmã, mas a gente trouxe uma coisa pra você também. -Pieck disse abrindo a mala e entregando uma luva de beisebol para o garoto enquanto Annie mostrava os tacos na bolsa.

Flower Girl, Levi AckermanOnde histórias criam vida. Descubra agora