13 - Uma centena de peônias

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-Então, vocês vão partir o quanto antes? -Diana perguntou cabisbaixa.

-Sim. -Levi respondeu. -Com tudo o que descobrimos, pretendemos eliminar todos os titãs dessa ilha.

-Você vai voltar de vez em quando?

-Não sei. Provavelmente não.

Diana olhou para o chão e cruzou os braços delicadamente, como se abraçasse a si mesma.

-Me promete que vai tomar cuidado? -Ela tinha os olhos marejados.

-Prometo. -Ele tocou no queixo dela e o ergueu suavemente. -Ei, eu não pretendo morrer lá fora, ok?

-Ok. -As lágrimas nos cantos dos olhos ameaçavam cair, mas se mantinham firmes.

-Quando eu voltar, teremos dominado a Muralha Maria, não vai haver mais nenhum titã desgraçado para causar terror, e então, nós vamos nos casar.

-O que? -Diana o olhou com um semblante iluminado de surpresa e pequenos rastros de felicidade.

-Eu pretendia te perguntar, mas eu acho que já sei a resposta. -Ele sorriu sem tirar o olhar da boca entreaberta da garota. -Promete que vai me esperar?

-Prometo. -Ela tocou a mão dele e colocou em seu próprio rosto, acariciando sua pele macia e suave. -Eu prometo!

-Então não chore enquanto eu estiver longe, apenas se for muito necessário. Plante suas flores, cuide do seu jardim, cuide do seu pai, continue vivendo tranquilamente, e então, quando você menos esperar, eu estarei de volta.

-Levi, tente se lembrar de mim sempre que encontrar alguma flor de lavanda por aí, tudo bem? -Ela falou e Levi deu uma risada.

-Diana, você é boba? Você nunca sai da minha cabeça. -Ele a abraçou com força, sentindo o cheiro de lavanda impregnado em seus cabelos. -Eu não preciso de nada para me lembrar de você, porque você está sempre nos meus pensamentos.

E após se despedir, Levi partiu, deixando sua amada para trás com o coração apertado. Ele não sabia se voltaria, sabia que mais companheiros morreriam, mas aqueles titãs finalmente seriam exterminados. Cada um deles.

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As estações se passaram e então, menos de um ano depois, os titãs haviam sido extintos. Os refugiados já podiam retornar para a muralha Maria enquanto as flores desabrochavam e as borboletas voavam por todos os lados. Levi imaginou que poderia retornar, mas não pode. Eles saíram em missão a fim de confirmar as memórias de Eren.

Naquele exato momento ele estava observando o mar. Era bonito, mas ele não se atreveria a entrar. Eren parecia melancólico e preocupado, coisa que Levi também sentia, aliás, a paz que ele tanto sonhara parecia ter sido roubada dele. Não haviam mais titãs, mas os inimigos ainda existiam. Marley ainda existia. O titã bestial ainda estava vivo. A paz e a tranquilidade que ele sonhara pareciam distantes demais de acontecer.

Quando... quando ele poderia finalmente caminhar tranquilo com Diana sem precisar de espadas?

O sol já tinha começado a se por, mas Levi continuava com o coração apertado, apenas observando o que acontecia em volta, sem prestar muita atenção em nada. O vento gelado tinha um cheiro salgado de mar e balançava seu cabelo, fazendo pequenas cócegas nas têmporas.

-Ele teria adorado descobrir isso. -Disse Hange se aproximando com um monte de coisas estranhas na mão.

-Erwin?

-É claro! -Ela suspirou. -Um mundo inteiro lá fora...

-É... ele teria. -Aquilo ainda machucava Levi de alguma forma, trazendo pensamentos e pesadelos sobre o amigo morto.

Flower Girl, Levi AckermanOnde histórias criam vida. Descubra agora