16 - A casa escura com telhado vermelho

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-Então, nós realmente podemos andar livremente por aqui? -Perguntou Armin. -Ninguém vai nos atacar ou nos tratar como traidores?

-É claro que as coisas não vão se encaixar perfeitamente de início. -Respondeu a rainha Historia. -Mas vocês podem andar livremente. Vocês contaram a história para o povo, isso é mais do que válido. Além disso, eu pessoalmente cuidei para que pudessem ter um lugar para morar. Muitos dos distritos foram reconstruídos, então vocês podem voltar para onde moravam antes, ou irem para onde construímos.

-Obrigado, rainha Historia. -Jean disse com um sorriso enorme.

Todos saíram da sala. Levi foi o último a sair, mas a rainha pediu para que ele esperasse.

-Capitão, eu gostaria de perguntar algo diretamente para você.

-Sim, rainha?

-As pessoas que foram mencionadas nas cartas. Quem eram elas?

-Minha família. -Ele suspirou. -Acredito que... você não saiba sobre eles, não é mesmo?

-Na verdade, tem algo que eu sei. Descobrimos há pouquíssimo tempo, depois de enviarmos a última carta, então achei que seria melhor deixar para contar quando você chegasse.

-O que? -O coração dele batia forte.

-Isaac Lawrence está vivo. -Ela respondeu. -Depois que tudo foi destruído, algumas pessoas vieram requisitar determinadas coisas. Ele era um grande médico e salvou muita gente depois do Estrondo, então eu não pude deixar de aceitar o pedido dele.

-O que... o que ele pediu? -Aquelas palavras... eram tão singelas, mas uma faísca de esperança surgia no peito de Levi, fazendo-o sentir um anseio em sua alma.

-Pediu para que construíssemos uma casa num local estranho. Na época não fez sentido, mas depois de algum tempo, novos vilarejos surgiram por lá. Ele morou lá por algum tempo, mas logo saiu da casa.

-Ele morava... sozinho? -Um nó na garganta estava formado.

-Ele me pediu para não dizer mais nada, que ele mesmo precisava dar as notícias. Ele me disse que quando você voltasse, era para você ir até lá. Nós nos asseguramos de que o local era seguro e que não era nenhum tipo de emboscada. Se quiser, preparamos uma carruagem para você. Seus companheiros devem ir para lá também, o local é calmo e tranquilo, além disso, foi no vilarejo mais próximo que montamos as casas para vocês.

-Achei que eles ficariam por aqui...

-Não. Nós achamos melhor deixa-los um pouco mais distantes. Depois podem vir para perto, se quiserem. A população de Paradis foi bem receptiva, mas ainda há coisas com as quais precisam lidar e aceitar.

-Entendo.

-De qualquer forma, já não é mais necessária nenhuma burocracia. Sua carruagem está pronta para partir assim que você desejar. Se for agora, devem chegar lá pela manhã.

-Então eu irei agora mesmo.

#

O vilarejo era próximo o suficiente da pequena floresta onde ele e Diana haviam se casado. Todos os seus companheiros se dirigiram para suas novas casas, exceto Armin, que havia voltado para Shiganshina mesmo depois de já terem encontrado Mikasa.

Eles iam na direção da clareira onde o casamento tinha acontecido, e uma angústia surgiu no peito do capitão. Queria chorar. Ali, vendo o caminha que fizera com Diana no cavalo, foi como um golpe cruel da vida, esfregando em sua cara que havia perdido sua esposa amada.

Os raios de sol atravessavam as folhas das árvores, iluminando o caminho que já não era mais feito de terra. Agora estava pavimentado o suficiente para que as carroças passassem sem problemas. Depois de atravessar as pequenas árvores que ficavam logo atrás do vilarejo, chegou na clareira de flores onde eles haviam se casado, mas agora tudo estava diferente.

Flower Girl, Levi AckermanOnde histórias criam vida. Descubra agora