02 - À florista que carregou minha cesta

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-Levi, não devia estar de repouso? -Erwin disse erguendo as sobrancelhas.

-Eu consigo andar normalmente. -Ele respondeu. -Já fiquei um dia inteiro sem fazer nada. É o suficiente.

-Eu não tenho tanta certeza disso. -Erwin o encarou de cima a baixo.

-Mas então, quais são os planos para capturarmos a Titã Fêmea?

-Eu estou esperando a Hange chegar para dar todos os detalhes.

-Entendi. -Levi se sentou na cadeira mais próxima da maneira mais natural possível, tentando fingir que seu tornozelo não estava latejando de dor.

-Como estão seus ferimentos?

-Bem, como eu já disse. -Ele suspirou. -Eu me recupero rápido.

Erwin não respondeu. Apenas deu um olhar de desaprovação, pois sabia que falar não adiantaria nada. Levi era um grande teimoso e cabeça-dura.

Alguns instantes depois, Hange chegou na sala, sorridente e energética como sempre. E então, após todos os outros envolvidos chegarem, a reunião finalmente pode ter início.

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-Acha que vai dar certo? -Levi perguntou quando todos se retiraram, sobrando apenas ele e Erwin novamente.

-Você sabe minha opinião sobre esse tipo de coisa.

Os dois se entendiam bem, então ele apenas olhou pela janela e afastou os pensamentos, enquanto percebeu que já estava anoitecendo. No parapeito havia um vaso com algumas flores. Flores de lavanda.

-Não sabia que você era do tipo que curtia flores, Erwin. -Levi disse com um toque sarcástico.

-Foi um presente. -Smith disse cruzando as mãos. -Sempre tem flores no meu escritório, nunca reparou?

-Não. -Levi disse tentando se lembrar, mas realmente nunca havia reparado nas flores antes. -Foi um presente, é? De quem?

-Um velho amigo. Nós estudamos juntos quando éramos crianças. Ele é médico hoje em dia, já cuidou dos meus ferimentos incontáveis vezes. Por que a pergunta?

-Nada. -Ele não podia negar que estava um pouco frustrado com a resposta, mas não entendia o motivo disso. -Só curiosidade.

-Posso te passar o endereço dele, se quiser. A família dele vende flores.

-Um médico florista... que engraçado.

-Cada um ganha a vida como pode. -Erwin suspirou. -Além disso, ele mora na mesma cidade que você.

-Eu nunca ouvi falar de um médico florista na minha cidade.

-Ouviria se passasse algum tempo na sua própria casa, mas você só fica nas instalações da tropa.

-Eu ouviria se eu fosse alguma garota adolescente ou dona de casa querendo decorar o lar.

-Eu pareço uma garota adolescente ou uma dona de casa? -Erwin perguntou e Levi ficou surpreso com o tom levemente agressivo que o amigo usou.

-Calma aí, Erwin. Não quis te ofender.

-As flores que eles vendem são tratadas de um jeito especial, então elas mantém tudo com um cheiro de limpeza. Você e seu transtorno obsessivo compulsivo vão gostar.

-Não parece má ideia.

-Você passou em qual hospital ontem? -Erwin encostou o corpo na poltrona e relaxou.

-No mais próximo daqui. Foi onde eu consegui chegar.

-Entendi. -Ele deu um sorriso discreto. -Você ficou por último de novo?

Flower Girl, Levi AckermanOnde histórias criam vida. Descubra agora