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— Você vai me ignorar até quando? — Pela sexta vez na semana ele me perguntava a mesma coisa.

— Será que eu posso ter um pouco de privacidade? — Saí da cabine do banheiro indo lavar as mãos.

— Aqui é o único lugar que suas amigas não vão me impedir de falar com você — Ele me olhou de cima a baixo e escondeu os lábios.

— O que foi agora, Maloley? — Revirei os olhos, aquela era a típica cara dele quando queria zoar alguém.

— É que o papel higiênico está grudado no seu sapato — A tentativa dele, inútil, de segurar a risada tinha falhado.

— Por que isso seria engraçado? — Esfreguei o pé no chão e o papel logo descolou — Você é realmente uma criança.

Não tinha falado nada demais, mas ao invés do riso descontraído ele estava agora com o maxilar travado. O sinal tocou e continuamos ali parados, encarando um ao outro.

— Você... — Falamos juntos.

— Pode falar primeiro — Ele disse.

— Você vai falar algo ou eu posso ir pra minha aula? — Perguntei enquanto ajeitava a mochila nas costas.

— Aah... é... Eu esqueci — Ele coçou a cabeça e abriu a porta do banheiro.

Ele segurava a porta para que eu pudesse passar, assim que saímos do banheiro ele me puxou. Depois de uma semana inteira ignorando ele eu estava, finalmente, olhando novamente para aquela cara.

— Liz... você vai me odiar até quando?

— Espero que pra sempre — Ele soltou meu braço e eu percebi que tinha exagerado um pouco — Eu não sei Nate, toda vez é a mesma coisa, eu tô cansada de ter meu coração partido por você.

— Eu nunca parti seu coração.

— Você fuma tanto que isso afeta sua memória — Ele apertou as sobrancelhas, não conseguia saber se ele estava confuso ou bravo — Você foi a primeira pessoa que eu beijei.

— Isso eu sei — Ele encostou na parede.

— E você sempre foi uma pessoa incrível comigo, acho que foi por isso que eu te considerei meu primeiro amor — Ele arregalou os olhos o que me fez rir.

— Você realmente gostava de mim quando éramos crianças? — Balancei a cabeça, afirmando — Eu achei que seu irmão estava me zoando, eu realmente não fazia ideia.

— Enfim — Suspirei — A gente se beijou, você me tratou super bem e eu que já era apaixonada comecei a te a... — Limpei a garganta — Comecei a gostar mais de você, você demorou menos de duas semanas para começar a namorar minha irmã.

— Eu nunca namorei com ela.

— Isso não importa, tudo o que você fazia por mim, você fazia pra ela e eu comecei a perceber que você não era incrível só comigo — Comecei a rir — Você é muito rodado, Maloley — Isso fez ele rir também — Essa foi a primeira vez que eu chorei por um garoto, hum, você foi o único garoto por quem eu chorei.

— Mas agora é diferente.

— Eu sei, Nate, eu sei. Mas toda vez é a mesma coisa, sempre que eu achava que você estava afim de mim algo acontecia. Alexis aparecia se declarando pra você e nós não podíamos ficar juntos, por que Deus me livre de ver minha irmã na mesma situação em que eu estava... aí que droga — Escondi o rosto — Lembra quando vocês terminaram a primeira vez e a gente tentou ter algo de verdade?

— Foi a única vez que eu tentei ter um relacionamento. Viu só, você é diferente, me faz querer coisas que eu não quero com mais ninguém.

— Eu sou diferente mas você vai ser pra sempre o mesmo Nathan. Lembra por que a gente terminou? — Ele abaixou a cabeça — Você usou a desculpa, ESFARRAPADA, de que meu irmão não ia gostar, o Sammy não se importa com nada disso.

— Ele já estava bravo comigo por causa da Alexis, se ele soubesse da gente, nós teríamos a pior briga do mundo. Seria pior do que Jack com o Derek.

— Não importa, Nate. O que eu estou tentando te dizer é que sempre surge algo pra atrapalhar a gente. Alexis, meu irmão, seu pai, minha mãe. Talvez não estamos  destinados a ficar juntos nesta vida.

— Eu não acredito nessa besteira de destino.

— Mas eu sim.

— Tudo isso por que eu vou ficar alguns dias em Omaha?

— Você não sabe nem quando vai voltar, Nate, e agora é o momento que eu mais preciso de você.

— Eu não vou te abandonar — Ele segurou minhas mãos, entrelaçando nossos dedos.

— Então fica — Encarei ele o que fez com que ele desviasse o olhar — Por favor, Nathan — Deitei minha cabeça no peito dele.

— Eu não posso — Ele me abraçou.

— Por favor, fica. Não estou pronta para enfrentar isso sozinha ainda.

— Eu vou voltar, eu te prometo.

— Mas que droga, Maloley, então quando você voltar a gente resolve isso — Saí dali batendo os pés.

Pregnant ;; Nate Maloley & Derek LuhOnde histórias criam vida. Descubra agora