Dean And Me

Pequenos Detalhes

Sexta feira, 5 de fevereiro

Dean me chamou para ajudá-lo em uma caçada, acontece que Sam está resfriado então deixamos que Eileen se encarregasse de cuida-lo.

O trajeto mais curto até San Louis é de cerca de três horas, não sabíamos do que se tratava mas sabíamos que era algo sobrenatural, e como já era esperado de Dean, ele não ficaria de braços cruzados.

Foi um longo caminho, ouvindo rock e rindo de piadas ruins, o humor de Dean
é um tanto quanto peculiar.

- Se liga Cas, quando chegarmos lá, não quero saber de você saindo na frente ou se afastando de mim ouviu bem? - ele me encarou sério.

- Dean! - não pude deixar de revirar os olhos - sou seu namorado, não seu filho, não me trate como se eu fosse um bebê, já lutei em batalhas bem maiores do que essa caçada.

- É mas você tinha sua graça, e eu sou o caçador aqui - ele fez uma pausa e sorriu antes de completar a frase - e só pra você saber, você é um bebê sim, meu bebê de sobretudo!

suspirei enquanto ele se contorcia rindo, a risada mais linda que já ouvi, embora não achasse a mínima graça daquele apelido, soava ridículo para mim, e ele logo percebeu.

- Tá chateado? - questionou apertando suavemente minha perna enquanto mantia os olhos fixos na estrada.

- Eu estou... - busquei a palavra certa - aborrecido!

- Foi mal - ele disse abrindo um pequeno sorriso em seguida segurou minha mão e levou até seu lábios depositando um beijo no topo - não quis te aborrecer, anjo!

Sorri em resposta, mostrando que meu aborrecimento já havia passado, não sou capaz de resistir quando ele se refere à mim como "anjo", sei que é o que sou mas, e talvez pareça bobo o que vou dizer, mas na boca de Dean soa diferente, ele se refere de uma forma tão íntima e única que faz que eu me sinta especial, é quase como se fosse o único anjo existente, e a naturalidade com que ele diz isso, sempre me faz lembrar do porque o amo com tanta intensidade.

Chegando em San Louis levamos algumas horas até finamente descobrir que se tratava de um Poltergeist, e só então dar um jeito de nos livrar dele.

Dado o fim do serviço, estávamos prontos pra voltar pra casa, e estávamos fazendo isso quando prestes a sair da cidade Dean manifestou algo que eu já esperava.

- A gente devia ter parado num daqueles restaurantes na beira da estrada, eu tô cheio de fome! - resmungou.

- Eu sabia que ia dizer isso - constatei - acho que naquele posto onde abastecemos deve ter algo pra comer.

Ele assentiu e de fato, alguns poucos metros a frente nos deparamos com o posto, ele desceu e volto de lá minutos depois, com uma caixa de pizza.

- Tinha razão Cas, eles vendem pizza - ele disse animado - PIZZA em um posto de gasolina, não é um barato?

- Sim Dean, é um fato interessante - sorri - devíamos comer primeiro, não parece uma boa ideia que você dirija enquanto come.

Ele concordou comigo, e então fomos para o banco de trás onde tínhamos mais espaço e nos acomodamos, enquanto saboreavamos a pizza que de fato era muito boa.

Dean parecia mesmo faminto, em poucos minutos ele devorou três ou quatro pedaços, e eu sempre me pergunto para onde vai tanta comida?
Me contentei com apenas dois.

Em um certo momento ele se deitou, aconchegando a cabeça em meu colo, enquanto me pedia para alcançar mais uma fatia para ele.

Ele pegou o lanche com uma de suas mãos, e agarrou minha mão com a outra enquanto brincava entrelaçando nossos dedos.

Fiquei acariciando seus cabelos enquanto o ouvia falar sem parar, eu poderia passar horas o ouvindo dizer qualquer coisa, sem jamais me cansar.

-... E aí quando o Sammy tiver melhor, nós vamos dar um jeito de encontrar aquele arcanjo tampinha, e vamos recuperar sua graça!

Eu sabia que ele estava falando de Gabriel.

- Não se preocupe com isso Dean, eu posso cuidar disso.

- Não Cas, nós vamos fazer isso juntos, eu prometi pra você que íamos ajudar.

Apenas sorri com o modo como ele sempre faz questão de cumprir todas as promessas que faz, independente de quão difícil possa parecer.

- Está bem, eu agradeço.

- Não precisa agradecer Cas, acha mesmo que ia deixar você na mão? logo você?

- Logo eu o que? - quis saber.

- Logo você, o anjo que salvou a minha vida - ele disse sorrindo mas sabia que não era isso o que ele realmente iria dizer.

- E o que mais Dean? - questionei curioso.

- Bem... Você sabe - ele fez uma pausa para olhar em meus olhos - logo você, que me provou que o amor é real, e que não há nada de errado em amar, logo você que me mostrou que eu também mereço ser amado... Logo você Castiel, o amor da minha vida - ele disse com convicção - eu te amo Cas

Uma lágrima escapou de meus olhos, e eu sorri antes de depositar um beijo em seus lábios com sabor de pizza.

- Eu te amo Dean - falei por fim - mesmo quando seu beijo tem sabor de pizza - brinquei.

Ele gargalhou.

- Poderia ser pior, pelo ao menos não tem o sabor daqueles legumes horríveis que o Sammy adora - ele fez careta.

- É tem razão, poderia ser pior - constatei me lembrando que de fato eram horríveis.

- Viva à pizza! - ele comemorou.

- Viva a pizza - concordei.

E voltamos pra casa após essa profunda conversa sobre beijos e pizza.

São esses pequenos momentos que me fazem sentir o quão prazeroso é nosso relacionamento, mesmo com a personalidade forte de Dean ele me faz sentir que sou realmente especial, me faz sentir amado, e sou profundamente feliz por estar com ele.

E sendo humano é como se estivesse mais próximo dele, partilhando das mesmas necessidades que ele, acho que essa é a parte boa, poder ver o mundo do ponto de vista dele, sentir como ele sente.

Sei que Dean tem centenas de pessoas que já passaram pela vida dele, e me alegra o fato de que ainda assim ele me escolheu.

Mas eu, não tenho tantas pessoas assim, tudo o que tenho é ele, e isso o que temos juntos, o que inclui Sam obviamente, e todos os que ele ama.
Sem o amor dele eu seria incapaz de viver, e mesmo conhecendo outras pessoas, meu amor por ele permanece aqui, cada vez maior, mais forte, cada vez mais real, como deve ser.

Notas da autora: A meta é achar alguém que me ame como o Castiel ama o Dean 💚💙