Eleven

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Estávamos em total silêncio, Billie parecia mais calma, estávamos dando voltas na cidade, já é a quinta vez que vejo a mesma árvore constantemente. Resolvi não questiona-lá, quando saímos do apartamento, seu rosto estava vermelho igual a um tomate. De vez enquanto a encarava, seus olhos estavam mais claros que o normal, ela parecia estar presa em seus próprios pensamentos.

As vezes me pegava cantarolando algumas músicas que passavam na rádio, percebi que estávamos pegando um caminho diferente, Billie entrou em uma rua totalmente abandonada, haviam casas grandes e abandonadas, se quer havia uma alma por lá. Respirei fundo meio trêmula, o carro parou de movimentar. É a hora da minha morte.

Fechei os olhos e respirei tentando controlar minha ansiedade.

— Desculpa pelo surto de hoje... — Após alguns minutos de silêncio, Billie se pronuncia. Fico até meio surpresa com isso, ela pedindo desculpas?

Abri os olhos e observei a morena com os pés por cima do volante, ela me olhava com curiosidade, talvez esperando que eu falasse alguma coisa.

— Tudo bem... estava estressada.. — Ela me deu um meio sorriso.

— Sabe... você está muito calma para quem foi sequestrada e está prestes a se casar... deveria estar surtando — Ri negando com a cabeça.

— Eu estou esperando o momento certo para surtar e acabar socando alguém — Billie riu negando com a cabeça, sua língua passou lentamente em volta de seus lábios me deixando hipnotizada por alguns segundos.

— Bom... essa é a coisa mais emocionante que está acontecendo em minha vida.. — Dei os ombros — Só vou reclamar da forma que foi tratada, precisava me deixar presa naquele buraco? Passe uma noite lá para ver o quão sombrio é.

Billie arqueou a sobrancelha mas sorriu de ladinho. Merda, sedutora de merda.

— Era só um aviso para seu pai... eu iria te deixar ir, mas encarei esse plano de cabeça e aqui estamos — O silêncio reinou. Me virei para frente observando o céu totalmente nublado e as árvores secas que haviam naquela rua. Seria um bom lugar para esconder corpos...

— Se ajeite, vamos comer empanados — Pulei do banco na mesma hora. Por alguns minutos esqueci que estava morta de fome.

— Mas, sem gracinhas, estou de olho em você — Levantei as mãos para o alto e sorri. Comer melhora qualquer dor.

•••
Estávamos literalmente em uma feira, já estava escurecendo, as mãos de Billie não soltavam a minha por sequer um estante, no meio daquelas pessoas, vi de longe a melhor barraca de empanados já feitos em todo o México. Me lembro de quando era criança, minha mãe me levava todos os sábados nessa barraca para termos um momento em família normal. Desde que ela se foi, nunca mais pisei nesse lugar.

— Tem muitas pessoas aqui. Melhor pedirmos para a viagem e comermos no carro — Apenas assenti animada.

Nós sentamos e pegamos o cardápio com várias variedades de sabores. O cheiro era tão bom, me lembrava infância, minha boca chegou a se encher de água.

— Antes que me pergunte. Pode pedir quantos quiser, desde que não reclame — Billie deu os ombros olhando tudo em volta. Sua mão não se soltou da minha, logo ela começou a fazer carinho em minha mão discretamente com seu dedão. Sorri com aquele ato.

— Boa noite, bem vindas, o que irão querer? — O garçom pergunta simpático.

— Quero empanados de, frango, carne, calabresa, brócolis, espinafre com molho branco, quero a opção vegetariana e também um de pizza, com um grande refrigerante para a viagem por favor — Fechei o cardápio e olhei para Billie que estava com os olhos arregalados.

— Você vai comer tudo isso? — Perguntou com um tom de indignação. Revirei os olhos.

— Iremos dividir, não sou tão gulosa assim — Ela riu.

O clima estava agradável, a feira continuava bem movimentada, havia pessoas dançando, outras se beijando, crianças correndo para todos os cantos, adultos vendendo seus produtos. Eu adoro isso.

— Eu estou fazendo um grande esforço por você Ricci, não me decepcione — Senti o ar quente do hálito de Billie em minha nuca, um arrepio correu por todo meu corpo me fazendo suspirar. Se controle Sara.

— Não irá se decepcionar Eilish, pode ter certeza.

Seus dedos apertaram minha coxa com certa força, antes de falar algo, o garçom trouxe duas sacolas de comida, Billie pegou rapidamente deixando o dinheiro na mesa e me puxando para fora da feira. Acho que alguém ficou bravinha.

A morena saiu me arrastando como se eu fosse um saco de batatas, entramos no carro, ela deixou a sacola no meu colo e saiu correndo. O que tá acontecendo?

— Billie... o que tá acontecendo? — Suas mãos apertavam o volante com uma certa força, coloquei o cinto rapidamente e me encostei do banco.

— Um dos dançarinos estava armado, não percebeu? — Neguei com a cabeça.

— Ele está nos segundo agora... aperte o botão do S.O.S — Apontou para a pequena TV no carro (sla como chama essa porra, vai ser pequena TV)

Apertei rapidamente, logo a imagem de quatro pessoas apareceu na tela.

— Preciso de reforços, estão me seguindo. Deixem o vídeo ligado, o rastreador está em tempo real.

Puta merda, quanto tempo não temos uma fuga dessas — Uma menina de cabelos alaranjados falou animada, pude escutar o carro rasgando pela estrada.

Se eu conseguir chegar primeiro, a Drew vai chupar meu pau — Todos riram, inclusive Billie. Ah legal, no meio de uma perseguição eles estão fazendo piada e rindo.

— Harry, acho que ninguém tem coragem de chupar seu pau — Disse Billie rindo desviando dos carros na maior paz.

Não foi o que o Louis disse... — Billie fez careca.

O que tem eu? Estou quieto aqui... BILLIE ESTÃO EM QUATRO, JÁ ESTAMOS CHEGANDO — Gritou animado.

Escutei um tiro ser acertado do meu lado, bateu no retrovisor. Gritei pelo susto, meu coração estava acelerado, observei Billie com uma expressão de calmaria.

— Sara, preciso de pegue a arma no porta luvas. Quero que abra a janela e atire nas rodas do carro. Consegue fazer isso? — Perguntou calma. A olhei por alguns segundos e peguei a arma.

— Sabe como usá-la? — Os tiros não paravam um minuto se quer, Billie desviava dos carros e dos tiros também.

— Apenas engatilhe e atire. Ela está carregada, preciso de dois tiros na roda. Eles não irão atirar em você, seu pai os mandou — Engoli seco e assenti. Billie sorriu para mim e assentiu.

Me posicionei na janela e atirei com tudo no carro de trás, o carro se destabilizou na estrada e caiu para fora da rua. Pude escutar o barulho de explosão. Senti a mão de Billie me puxando para dentro, eu estava estática.

Está tudo limpo Billie, estamos indo para casa — Disse Zoe e Billie apenas agradeceu.

Meu corpo ainda se mantida rígido, eu não acredito que acabei de matar uma pessoa...

Senti o olhar de Billie em mim, logo reconheci que estávamos chegando no apartamento, respirei fundo pegando minha sacola de empanados.

— Sara... vamos conversar lá dentro — Apenas respirei fundo e assenti. Merda, eu matei uma pessoa.

•••
A primeira morte a gente nunca esquece. Que linda.

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Hostage - Billie Eilish G!POnde histórias criam vida. Descubra agora