Capítulo um

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David

Tirei os olhos do livro de biologia e olhei para a porta da sala. E lá estava ela. Heloísa Barrett. A garota mais popular do colégio e ainda filha do diretor da escola. Aiai essa garota é simplesmente linda. O cabelo dela tem cor de mel lisos e vão até os seios. Os olhos dela são meios esverdeados quando está exposto ao sol, mas quando não está é um castanho claro. E ela tem aquele olhar marcante e sedutor que qualquer cara pagaria pra ela o olhar assim. E o seu corpo...ah o seu corpo. Ouvi boatos que ele é fantástico. E ela fica linda com aquela saia colada, top roxo e por cima dos ombros a sua jaqueta jeans.

Volto a realidade quando escuto alguém bater na minha mesa ao subir o olhar vejo Marc. O babaca galinha da escola é o capitão do time de hóquei.

- Só falta você babar em cima dela. Cara se toca. - Diz apontando para Heloísa que está entretida conversando com as amigas.

- O que eu fiz pra você me incomodar tanto? - Pergunto fechando o livro e ajeitando os meus óculos que estavam deslizando pelo meu nariz.

- Tudo. A sua existência me incomoda. - Diz cruzando os braços. Eu reviro os olhos. Ninguém merece um babava desses lhe incomodando logo cedo. - Mas se você me passar as respostas da prova de hoje, quem sabe eu paro de te incomodar. - Piscou e saiu para a sua carteira.

- Eai cara. - Lucas me comprimenta e senta na cadeira do meu lado. Lucas é meu amigo. No caso meu único amigo nessa escola. Eu comecei a estudar aqui no começo do ano passado por conta de uma bolsa de estudos. Essa é a melhor escola de Chicago, por isso fui colocado aqui, porque sou o melhor aluno. E se você está se perguntando se eu sou nerd. A resposta é sim. Eu sou um nerd.

Esse é o meu apelido aqui. O nerd esquisitão.

- Eai Lucas. Estudou pra prova? - Pergunto pra ele. Lucas faz uma cara como se estivesse se perguntando se tinha prova hoje. Eu rio. - Aiai Lucas, boa sorte. - Digo ao ver o professor entrar em sala já com as folhas da prova em mãos. O professor Paulo não gosta muito de enrolar. Então quanto mais rápido terminarmos, mas rápido ele se livra da gente.

Ele tem um combinado com a gente. Que quem terminar pode ir para fora da sala ficar de boa. Desde que não arranje problemas pra ele, está tudo certo.

Assim que termino a prova deixo-a em cima da mesa do professor Paulo e saio da sala. Estava fácil. Era tudo o que tinha no livro.

Me sento em um dos bancos que tem no grande saguão do colégio. Pego meu celular e meus fones de ouvido e coloco uma música para escutar. Fecho os olhos e curto o momento da música e o silêncio do saguão. Mas logo sinto alguém me cutucar. Então abro os olhos assustado e tiro os fones do ouvido. Vejo o zelador Jaime parado na minha frente com uma vassoura.

- Garoto, o diretor está pedido para falar com você. Ele está te esperando na sala dele. - Dito isso ele se vira e volta a varrer o chão.

Eu ainda meio confuso me levanto e sigo até a sala do diretor Luiz no segundo andar da escola. O que ele quer falar comigo? Será sobre a minha bolsa de estudos? Aí será que eu fiz merda?

Assim que chego na porta da sala do mesmo balanço a cabeça afastando qualquer pensamento negativo. Bato na porta e logo escuto um "entre" e assim faço.

Ao entrar vejo Luiz sentado em sua cadeira de couro. A sala dele é em um tamanho médio. Nem tão grande nem tão pequena. Estive aqui uma vez. Foi quando eu ganhei a bolsa. Depois disso nunca mais entrei aqui. Mas agora posso reparar melhor na sala. Em sua mesa tem uns quadros de fotos. Na parede tem uma foto de cima da escola. Alguns troféus ganhos por provavelmente ser a melhor escola de Chicago.

Luiz faz um gesto com a mão para que eu me sente. E assim faço. Nervoso começo a balançar uma das pernas. Ele sorri para mim.

- David, certo? - Ele pergunta e eu assinto.

- Sim, senhor. - Digo com a voz um pouco tremula. Estou morrendo de medo de perder a bolsa. Se eu perder vou ser um fracasso pra minha família e não vou poder dar orgulho para eles.

- Queria te pedir um favor, David. - Diz calmo e dá um sorriso. Eu suspiro aliviado.

Ufa. Não vou perder a bolsa.

- Claro. Pode pedir senhor. - Digo ajeitando a postura na cadeira.

- Como sabe Heloísa é minha filha. E meio que ela está com dificuldades em matemática e você por ser um ótimo aluno pensei que poderia dar algumas aulas na parte da tarde para ela. O que acha? - Pergunta ainda com um sorriso no rosto e com os olhos cheios de esperança que eu vá aceitar.

Mas espera, ele está querendo mesmo que eu dê aulas particulares para a sua querida filha única? Nunca imaginei que Heloísa estivesse com dificuldade em alguma matéria. Ela é tão inteligente.

- Eu vou te pagar é claro. Isso você não tenha dúvida viu, David. - Ele pega um papelzinho e uma caneta. Escreve alguma coisa e o desliza pela mesa. Faz um gesto com a cabeça para que eu pegue o papel. Faço isso e olho para o papel.

- quinhentos dólares? - Pergunto voltando a olhar para ele sem acreditar.

- Se quiser posso aumentar. O que não quero é que Heloísa fique com nota baixa. -

- Não, não. Quinhentos dólares está perfeito. Posso com toda certeza ajudar sua filha. - Sorrio para ele. Disse precipadamente que aceito? Sim. Mas seria boa a grana. E eu poderia ajudar meus pais.

- Ótimo. O horário das duas é meia até às seis e meia fica bom para você? - Eu assisto e ele pega outro papel sorrindo de orelha a orelha. - Este é o endereço de nossa casa. E as aulas vão ser de segunda, quarta e sexta. - Me levanto e pego o papel que ele está na mão e em seguida saio da sala.

Bom, passar um tempo com a menina mais gata do colégio talvez não seja tão ruim. Merda, David. Ela é a sua colega de sala e está precisando de ajuda. Para de pensar merda.

Afasto esses pensamentos assim que volto para o saguão e vejo Heloísa Heloísa seu grupinho de amigas. Elas estão sorrindo. Mas o sorriso que se destaca mais é o de Heloísa. Ela sempre se destaca.

Eu sem perceber deixo escapar um sorriso bobo.

- Cara, você deveria disfarçar melhor. - Volto a realidade com a voz de Lucas.eu reviro os olhos. Mas ele está certo se vou dar aula para ela é bom eu aprender a disfarçar minhas caras e bocas.

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A filha do diretor Onde histórias criam vida. Descubra agora