capítulo dezoito

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Heloísa

Sai de casa de baixo da chuva que aumenta a cada minuto que passava. O motorista hoje estava com meu pai então ele não poderia me levar até o deposito que David estaria.

Fazia exatamente uma semana desde do que aconteceu na festa da Julia. E desde então ele não queria falar comigo, e pior ele disse que não poderia me dar aulas pois estaria ocupado arrumando um deposito que o tio dele havia comprado. Isso era o que ele tinha dito para o meu pai, mas comigo tinha sido totalmente diferente. Era por minha culpa que ele resolveu não ir mais me dar aulas e eu queria resolver isso.

Eu tenho uma pequena ideia de onde seja esse tal depósito, porque teve um dia que passamos em frente a esse lugar e ele me disse que o tio estava querendo comprar aquele estabelecimento. Não é tão no centro da cidade então eu tive que andar muito. E por conta da chuva forte estava difícil identificar os lugares e aonde eu estava. Acabei parando em baixo de uma cobertura que atrás tinha algumas portas e eu me escorei em uma delas e ela acabou se abrindo. Dei um passo para trás por conta do pequeno susto que tomei. Mas como a chuva estava cada vez ficando mais forte resolvi entrar ali para me esconder.

Olhei ao redor até meus olhos caírem sobre o garoto em minha frente. David. Mas dessa vez ele estava com uma camisa de frio e as mangas estavam arregaçadas para cima e uma calça jeans preta. Nas mãos ele estava carregando uma caixa - que parecia estar pesada - de bebidas.

Ele colocou a caixa no chão pegou o casaco que estava em cima do balcão e colocou sobre meus ombros.

- O que está fazendo aqui? - Perguntou parando em minha frente enquanto me analisava.

- Eu estava te procurando. - Digo em um tom baixo enquanto observo seu rosto. Ele está sem seus óculos. Sorrio, porque provavelmente deve estar usando as lentes que eu dei para ele.

- Veio até aqui de baixo de chuva? - Eu afirmo com a cabeça. - Está maluca? Pode pegar um resfriado! - Ele diz e tira mechas do meu cabelo molhado do meu rosto. Sua mão está quente e eu estou totalmente gelada.

- Não importa se eu vou pegar um resfriado ou não. O que importa é eu saber o porque você está estranho comigo. É ainda por causa da festa? - Ele afasta a mão do meu rosto. - David, eu pensei que fossemos amigos. - Abaixo o olhar e olho para os meus contornos no meus pés.

- Eu não posso fazer isso...- Eu volto a olha-lo e os meus olhos encontram os dele de novo.

- Isso o que? - Pergunto um pouco confusa.

- Fingir que somos só amigos. Eu penso em você o tempo todo. - Ele diz com sinceridade e os olhos dele também transparecem sinceridade. Eu me arrepio e de prontidão como um impulso eu tento passar por ele mas ele me segura delicadamente.

- Você também pensa em mim? - Ele pergunta e essa é umas das perguntas que eu tenho tentando fugir ultimamente. Mas eu sou sincera.

- O tempo todo. - Ele abre um pequeno sorriso. Os olhos dele parecem brilhar. Minha mão desliza do braço dele até sua mão. Eu a seguro delicadamente e ele faz um pequeno carinho ali. - Eu tenho tentado fugir desse sentimento, porque...sei lá é algo estranho. -

- Talvez porque eu seja um nerd esquisito e você uma garota rica e popular. - Eu reviro os olhos.

- Não seu bobo. Não é disso que estou falando. É que eu nunca senti isso que eu sinto quando eu tô com você. - Ele me lança um olhar curioso e eu rio baixinho. - Você faz meu corpo arrepiar. Eu fico nervosa quando penso em você...porque cara eu penso em você demais. - Agora o sorriso dele vai de orelha a orelha.

- Você não sabe o que você faz comigo só quando me olha. - Ele agarra minha cintura e me puxa para perto. - E quando você está pertinho de mim...parece que alguma coisa em mim vai explodir. - Eu rio e coloco os braços em volta do pescoço dele o puxando para mais perto.

- E quando eu te beijei? Você sentiu o que? - Pergunto dando um leve beijo em sua bochecha e eu juro que vi ele revirar os olhos.

- É melhor eu não comentar sobre. - Eu rio e ele me beija com intensidade. Eu logo retribuo porque estou tão sedenta por esse beijo quanto ele.

E ali ficamos nos agarrando por um bom tempo. Acho que estávamos precisando disso. Conversamos sobre a festa e o porque dele estar agindo estranho. Descobri que era por conta que gostava de mim e disse que esse sentimento era recíproco.

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A filha do diretor Onde histórias criam vida. Descubra agora