capítulo onze

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David

Era sábado e depois de tanto enrolar para chamar Heloísa para fazer alguma coisa sem ser estudar eu consegui. Isso mesmo. Eu consegui. Bom, talvez eu tive a grande ajuda de Lucas, mas o importante é que ela aceitou. SIM, ela aceitou. E eu não podia não estar nas nuvens com isso. Parecia que eu estava flutuando. Tava tudo indo bem. Muito bem eu diria.

- Fico feliz que estamos nos tornando amigos. Digo...amigos de verdade. - Ela sorri e da mais uma colherada no sorvete. Eu tento sorrir, mas é uma tentativa falha quando ela volta a
falar. - Eu disse alguma coisa de
errado? - Ela pergunta desfazendo o sorriso. Eu nego com a cabeça rapidamente e abro um sorriso falso.

- Claro que não, Helo. Você...quero dizer, fico feliz de sermos amigos. - Ela abre um largo sorriso novamente.

- E como sua amiga, vou ser sincera contigo. Você é a segunda pessoa que me chama de helo. - Eu sorrio. Achei que ela ia brigar comigo por chamá-las assim. Achei que ela não gostasse.

- Quem foi a primeira? - Pergunto um tanto curioso, mas esperando ela falar "Ah foi o meu ex namorado, o Marc"

- A minha mãe. Ela que me chama assim. - Fico surpreso e então dou um sorriso.

- Você não costuma falar muito dela, né? -

- Ah é. - Ela olha para o sorvete que está derretendo.

- Se não quiser falar, tudo bem. - Olho um pouco constrangido para o meu que também está derretendo.

- Não, tudo bem. - Sinto a mão dela tocar a minha que está em cima da mesa. Olho para ela e a mesma voltou a sorrir.

Nossa, como eu sou apaixonado por essa garota.

- Ela é meu pai se separaram quando eu era mais nova. Eles não se davam muito bem. Minha mãe gostava de ser livre, não de ficar presa a alguém. Ela é o máximo. - Diz com um tom de orgulho da mãe. Caraca eu tinha pensado que ela odiasse a mãe dela, mas pelo visto não.

- Por que você não ficou com ela? - Pergunto dando uma colherada no meu sorvete.

- Ah, meu pai queria que a filha desse estudasse na escola que ele fundou, queria que eu fosse a garota propaganda. Enfim. Mas eu vejo ela quando eu posso. - Ela olha ao redor. Estamos em uma sorveteira um tanto longe do centro da cidade. Porque eu imaginei que ela não iria querer ser vista comigo pelas amigas rudes dela. - Por que escolheu essa sorveteria? - Ela pergunta parecendo que leu meus pensamentos.

- A-ah...sei lá. Eu gosto daqui. - Me embolei para falar e ela riu.

- Já entendi. Olha, não precisa ter medo do Marc. Na real ele é um cusão e geral sabe disso. - Ela diz e eu rio. Bom pelo menos ela não pensou nas amigas dela.

- Não é só pelo Marc. Eu imagino que você não iria querer se explicar para suas amigas. - Digo sendo sincero.

- Elas que se danem. Você é legal,
David. -

Nunca imaginei que um "você é legal" poderia fazer meu coração quase querer saltar para fora do corpo.

Eu posso ser muito idiota, mas eu realmente gosto dessa garota.

《...》

Estamos em frente a sorveteria. Estou junto a Heloísa enquanto ela espera o motorista chegar. E quando o mesmo para na nossa frente ela se vira para mim.

- Gostei de hoje, David. - Ela diz sorrindo e se aproxima de mim. - Até segunda. - E deposita um beijo na minha bochecha antes de se virar e entrar no carro.

Esse dia com toda certeza vai ficar para a história.

Assim que chego em casa pego meu celular e ligo para Lucas. Antes eu queria matar ele por ter marcado esse encontro mas agora eu quero dar um abraço e um beijo nele.

- Eai, cara. Como foi ? - ele pergunta assim que atende.

- Lucas, eu disse que eu te amo? - Escuto ele rir do outro lado da linha.

- Vai me dizer que você perdeu o bv para estar desse jeito? -

- Quase isso. - Juro que eu podia ver Lucas arregalando os olhos.

- Rolou beijo? -

- Não exatamente. Rolou. Mas foi na bochecha. - Escuto uma risada baixa do outro lado da linha. Sei que Lucas iria me encher o saco depois, mas fazer o que, o cara é meu melhor amigo.

- Meu Deus, David, se você está assim com um beijo na bochecha imagina quando for na boca. - Eu rio.

- Não vai rolar nada entre a gente, ela me falou que eu sou só um amigo. - Digo fazendo uma cara de desapontado e me jogando na cama.

- Eita, cara. Mas não custa sonhar né? Não é você que fala isso? - Eu volto a rir.

- Você está certo. Não custa sonhar. Talvez quem sabe um dia. - Digo e olho para o teto sorrio ao lembrar do sorriso de Heloísa.

- Vou deixar você se iludindo , porque eu tenho que fazer umas coisas. Mas, cuidado para não sair voado pela
janela. - Diz rindo.

- Idiota. - Murmuro antes de desligar e rir também. - Ah Heloísa, que merda você está fazendo comigo? - Pergunto fechando os olhos e rindo sozinho.

É eu acho que sou um nerd muito iludido.

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A filha do diretor Onde histórias criam vida. Descubra agora