capítulo cinco

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David

Estava parado em frente a porta de Heloísa criando coragem para tocar a campainha novamente. Só de pensar em vê-la de novo meu coração já começa a acelerar. Da primeira vez que estive aqui, na segunda, quase tive um ataque cardíaco. Sou muito tímido para essas coisas. Ainda mais quando se trata da garota que você gosta.

Respiro fundo e toco a campainha. E logo a porta se abre revelando, talvez, o meu primeiro amor. Heloísa está sorrindo. A roupa que ela está usando é um cropped branco e um shorts jeans. E os pés dela estão descalços.

- Entra. - Ela dá espaço para mim passar e assim faço. Ainda estou impressionado com o tamanho dessa casa. Ela é muito bonita por dentro, assim como é por fora.

- Bom fica a vontade, vou pegar as minhas coisas no quarto. - Ela diz e sobe as escadas. Eu vou até a sala de jantar. E coloco minha mochila em cima da mesa de vidro com cuidado para não quebrar. Então me sento e puxo o meu celular do bolso. Vejo que tem mensagens da minha mãe mandando "boa aula" e uma de Lucas pedindo se eu havia chego na casa de Heloísa. Respondo que sim e guardo o celular quando vejo ela se aproximar.

- Você poderia me passar seu número? - Ela pergunta e eu pisco algumas vezes - Bom, como você é meu professor, acho que caso algo aconteça é bom que tenhamos o número um do outro. - Ela se senta espalhando o caderno e o estojo dela pela mesa.

- Ah, claro, claro. - Digo nervoso e pego meu celular de novo. Passo o meu contato para ela, e a mesma me manda um "oi" para salvar o número.

Ajeito minhas coisas e logo começo explicar a matéria para ela. Estamos no segundo ano do ensino médio. Então pego de base as coisas que o professor estaria explicando em sala. Tento resumir algumas coisas e também explicar da melhor maneira possível para que ela entenda.

《...》

Agora estamos na hora do "intervalo". Ela disse que não aguentava mais ver números. E eu ri disso. E ela também.

- Quem foi o desgraçado que inventou isso? - Ela pergunta olhando para a conta enorme que eu passei para ela resolver e eu rio.

- Foi o Pitágoras de Samos, ele era considerado o pai da matemática. - Ela me olha.

- Caraca, você é realmente muito inteligente. - Eu não consigo envitar e sorrio.

- Olha eu tento. -

- Não, você não tenta, você é o melhor aluno lá da sala. Acho que é por isso que é meu professor. - Ela joga o cabelo para o lado. Eu rio.

- Uhum, com toda certeza. - Coloco a mão na nuca um tanto envergonhado.

- Mas, eai, o que você gosta de fazer? - Pergunta pegando a jarra de suco e despejando o líquido laranja no copo.

- Ah, sei lá. Gosto de ler, assistir filmes, coisas assim. -

- Você realmente não joga nenhum joguinho de nerd? - Pergunta arqueando uma sobrancelha. Eu novamente rio.

- Não. Prefiro estudar do que jogar. - Digo e tomo um gole de suco.

- Entendi. - Sorri. - E que filme você gosta de assistir? - Pergunta lambendo os dedos todos lambuzados de cobertura de chocolate do bolo.

- Ficção científica, ação, aventura, comédia, terror. E você gosta de qual filme? -

- Ah, comédia, aventura, aah e o romance que não pode faltar. - Eu sorrio.

- Também gosto de romance. -

- Que legal. Achei que nerds só gostavam de coisas que envolvem ciência ou física. - Eu nego com com cabeça.

- Talvez eu seja um nerd moderno. -

- É, pode ser isso. -

- Eu falei ontem com o meu pai...- Eu respiro fundo. Já sei ela não quer mais ter aulas comigo. - Fiquei sabendo que você é bolsista. -

- Ah sim. - Mordo o lábio inferior e olho para o bolo em minha mão. - Achei que você já sabia disso. - Digo baixo.

- Cara eu fiquei impressionada. Porque eu percebi que você realmente é muito inteligente e merece estar naquela escola. - Olho pra ela e a mesma está sorrindo. E não é um de seus sorrisinhos debochados ou algo do tipo. Esse é do tipo sincero. - Sério, David, você realmente deve ser um nerd moderno. Do tipo muito inteligente. E tudo bem eu te chamar de nerd? - Ela pergunta olhando bem no fundo dos meus olhos.

- Sem problemas. Me acostumei já. - Digo mordendo um pedaço do bolo.

- Sei que não é legal chamar as pessoas assim. E se você não gostar eu paro. -

- Pra falar a verdade eu nem ligo. Eu realmente me acostumei com isso. Na outra escola era muito pior. -

- Hum. Deve ser difícil. - Ela analisa as unhas bem pintadas em um tom de azul claro.

- O que? Não ser popular? - Eu rio. - Não gosto muito de "ser visto". - Faço aspas com as mãos. Ela ri.

- Já eu...- Ela aponta para si mesma. - Adoro ser o centro. - Sorri.

- Ah eu sei. Você costuma aprontar bastante. -

- Além de nerd você anda me stalkeando? - Ela se debruça na mesa me olhando. E eu sinto minhas bochechas esquentarem.

- Quem eu? Não tenho tempo para
isso. - Desvio o olhar e olho para qualquer canto, ela ri. - É melhor voltarmos. -

- Ah, claro. Matemática lá vamos nós. - Fingi empolgação e deixa o copo de lado. - Sexta você vem? -

- Sim. Mas se você tiver algum compromisso eu não venho. -

- Não. Quer dizer eu tenho. Mas você vai comigo. - Eu pisco algumas vezes.

- Como assim? eu? -

- É, você! Vou te levar em um lugar que eu costumo ir nas sextas. - Diz pegando a caneta no estojo. - E falei que seria legal com você...então. - Ela Sorri.

- Tá legal. - Sorrio também e abro o livro de novo.

É errado estar ansioso para a sexta-feira e ao mesmo tempo com medo?

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A filha do diretor Onde histórias criam vida. Descubra agora