capítulo quinze

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David

Sexta-feira e lá estava eu em frente a casa de Heloísa esperando a porta ser atendida. Quando a porta se abriu vi dona Marieta sorrindo dando espaço para mim entrar.

- Venha, querido, entre. Heloísa está no quarto, provavelmente nem escutou a campainha. - Eu entro na casa e olho em direção à escada. E lá está Heloísa descendo-as com uma cara sonolenta.

- David, você aqui essas horas? - Ela perguntou coçando os olhos.

- É, hoje é sexta-feira, temos aula. - Heloísa nega com a cabeça quando termina de descer as escadas. Dona Marieta fecha a porta e em seguida some pelos corredores.

- Nananinanão, futuro garanhão. Hoje é a festa que eu disse que iríamos. - Diz sorrindo ao parar na minha frente, me seguro para não revirar os olhos pelo mais novo apelido.

- Tudo bem, mas pensei que iríamos estudar primeiro já que a festa é só noite. -

- Aiai, David, quando eu tenho uma festa, digamos assim, eu meio que costumo descansar antes de ir. E hoje não seria diferente. -

- Então vou deixar você descansar e volto mais tarde. - Sorrio e me viro para sair mas ela segura meu pulso.

- Olha não vou deixar você voltar para casa. É longe e depois você vai vir de novo. Não, não, você vem e descansa comigo. - Eu me viro e ela sorri. - Igual aquele dia que você dormiu aqui. O que acha? -

- Tem certeza que não quer que eu volte mais tarde? - Ela assente com a cabeça.

- Certeza absoluta. Agora vem. - Passa um dos braços sobre meus ombros e começa a me guiar até a escada.

Quando chegamos no quarto dela deixo minha mochila no chão e sento ao lado dela na cama.

- Você trouxe a roupa que eu pedi? - Eu assinto. Basicamente a roupa que ela pediu se consistia em uma blusa preta de marca cara, uma calça jeans escura também de marca, nos pés um par de tênis da Nike, e ela ainda insistiu que comprassemos alguns acessórios.

Acompanho-a com o olhar, ela vai até a minha bolsa e a pega, trazendo para cima da cama também.

- Sério, David, hoje ninguém vai te reconhecer. - Ela diz mexericando na minha bolsa.

- O objetivo é esse, né? - Pergunto enquanto a observo.

- Também. - Diz dando de ombros.

- Qual é o outro objetivo? - Pergunto curioso e ela me olha

- Você conhecer mais uma parte do meu mundo. - Ela sorri para mim de modo doce. - Você tem que sair mais pra se divertir, tem que se dar o luxo as
vezes. - Diz voltando a mexer na bolsa.

- Não gosto muito de sair e já te disse isso. - Digo ainda olhando-a e ela volta a olhar para mim.

- Então por que topou ir comigo nessa festa? - Eu olho para o chão. Não podia simplesmente me declarar assim. Ainda mais do nada. - Não precisa responder. - Ela parece brava ao se levantar da cama e ir em direção à porta. E por um momento penso que ela vai me mandar embora, mas, quem sai é ela. Fico sentado sem entender.

Eu podia ter falado que topei ir nisso pra vê-la feliz e por querer passar mais tempo com ela, porque o dia de encerrar as aulas estavam chegando e provavelmente isso encerraria a minha amizade com ela. Eu podia ter me declarado, mas eu tenho certeza que ela só me vê como amigo, e eu acho que não estou pronto para encarar essa dor da rejeição.

A filha do diretor Onde histórias criam vida. Descubra agora