Capítulo dois

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Heloísa

Acordei com a campainha tocando sem parar. Coloquei meus chinelos da coca e desci as escadas rapidamente. Abri a porta dando de cara com o nerd da escola? O que ele está fazendo aqui?

- O que está fazendo aqui? - Pergunto depois de alguns minutos o analisando. Ele está usando uma camiseta preta e uma calça jeans que parece ser batida no dia a dia. E nos pés um par de tênis casual na cor preta. Nos ombros está sua mochila que ele usa na escola. Ah e sem contar os óculos redondos que sempre está em seu rosto.

- Seu pai não te falou? - Franzo a testa. O que meu pai não me falou?

- Não? -

- Sou seu professor particular de matemática. - Ele coça a nuca e eu caio na risada.

- Está brincando comigo? - Ele nega envergonhado.

- N-não estou não, Heloísa. Seu pai me chamou hoje na sala dele...- Eu o interrompo.

- Não precisa falar mais nada. Eu já entendi. - Dou um sorriso forçado. - Tudo bem. Entra. - Dou passagem para ele entrar. E assim que o mesmo entra eu fecho a porta.

Meu pai só pode estar de sacanagem comigo. Professor particular de matemática que ainda é o nerd da minha sala? Fala sério.

- Bom...pode se sentar ali. - Aponto para a mesa na sala de jantar. - Eu vou subir 'pra trocar de roupa. - Digo subindo as escadas. Eu estava com uma roupa confortável e muitíssimo curta porque eu estava dormindo. E esse garoto acabou de atrapalhar o meu sono. Mas que merda.

Troco de roupa rapidamente e dou uma passada de água no rosto pra tentar tirar o sono que está nítido no meu rosto. Desço novamente as escadas e vejo que ele está ainda na mesma posição desde que eu saí.

- Aah...você pode sentar. - Digo indo em direção à mesa e me sentando. Ele me segue e se senta na minha frente.

- Bom...como seu pai não lhe disse, se você quiser eu posso voltar na quarta...- Eu o interrompo novamente.

- Quarta? - Pergunto sem acreditar. Meu pai só pode estar de brincadeira.

- Sim. Seu pai combinou comigo que nas segundas, quartas e sextas, eu venho aqui te ajudar. - Eu bufo irritada cruzando os braços. Tudo isso de aula? Ninguém merece.

- Quanto ele te 'ofereceu pra fazer
isso? Eu te pago o dobro! - Eu digo enquanto vejo ele tirando os materiais da bolsa e os arrumando em cima da mesa.

- Acha matemática tão horrível? - Ele pergunta abrindo o caderno.

- Está brincando? É a pior coisa! - Ele ri.

- Olha, você vai ver que nem é tão complicado assim. - Ele sorri pra mim de um modo gentil. Olha que fofinho as covinhas dele. Balanço a cabeça em negação.

- Vou precisar do meu caderno...eu vou lá pegar. - Ele apenas assente e eu saio da sala e subo para o meu quarto novamente. - Aff, que saco! - Resmungo irritada pegando o caderno na minha mochila. Volto para a sala checando as mensagens no meu celular e tem uma das meninas me lembrando do jogo de hóquei as cinco e meia. - Você vai ficar aqui até que horas? Umas quatro? - Pergunto colocando o caderno na mesa e me sentando logo em seguida.

- Até às seis e meia. - Diz me olhando.

- Seis e meia? - Repito e ele assente. - Que merda! - Resmungo baixo dessa vez cruzando os braços novamente.

A filha do diretor Onde histórias criam vida. Descubra agora