• capítulo 3 •

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➴ 𝐘𝐨𝐮𝐧𝐠-𝐈𝐋 𝐏𝐨𝐢𝐧𝐭 𝐨𝐟 𝐯𝐢𝐞𝐰 ❠

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𝟚 𝒅𝒂𝒚𝒔 𝒍𝒂𝒕𝒆𝒓

      Quando sua vida se resume a tirar fotos, racionalmente seu cérebro cria a esperança de que todas as paisagens são, naturalmente, uma obra de arte.
Fiquei a manhã e a tarde inteira sentada na frente do computador ajudando a Soo-Min a fazer a revisão dos capítulos que ela escreveu na última semana. Foram horas cansativas.
       Peguei minha câmera, e fui no parque central de Busan. Me sentei perto á fonte de água com uma escultura de uma garça no topo, e olhei pro mundo á minha maneira. Através da lente de uma câmera.
       Observei as crianças no parque de areia, os idosos que conversavam juntos no banco de praça, e um cara de costas, usando um casaco escuro. Em contrate com as folhas da primavera, aquela era uma ótima foto. Ele parecia desacompanhado. Pegou o celular, teclou algumas vezes e o levou até a orelha. Agora a foto não parecia tão boa.
       Meu celular começou a tocar. Eu havia deixando ele do meu lado. Era um número desconhecido. Tentei lembrar dos dígitos enquanto guardava a câmera na minha bolsa, e atendi a ligação.

O que você tá fazendo? — eu ouvi o riso das crianças no fundo da ligação. Era o Hyunjin.

      Tampei a boca com a palma da mão pra não começar a rir histericamente com a coencidencia de estarmos no mesmo parque

— Tirando fotos — respondi olhando ele de longe do outro lado do parque — Esse é o meu trabalho

       Ele seguiu falando pela ligação, até se virar na direção da fonte com a escultura da garça, e me ver um pouco abaixo.
       Ele parou de falar, e eu acenei de longe.
      Desliguei a ligação, e fui até ele, que ainda não havia tirado o celular da orelha.

— Por que me ligou?

— Disse que ligaria quando não tivesse nada pra fazer

      Ponderei um pouco, pendendo meu corpo pra trás e pra frente copiosamente.
        Não tem muito o que fazer em um fim de tarde como esse.

— Você bebe? — questionei

— Por que?

— Se concordar, podemos esperar a noite cair pra bebermos juntos — eu propus — Sabe como isso se chama?

       Ele pensou antes de responder.

— Um encontro?

— Não. Uma chance de beber até cair.

       Esperaríamos pouco tempo. O sol já estava pela metade no céu, e os bares não tendem a demorar para abrir.
       Fomos em algumas lojas em Busan. Passamos pelo centro, e conversamos parcialmente sobre nós mesmos, mas nada que fosse realmente relevante.
Pelo tempo que passamos juntos, percebi também que provavelmente ele não sabia sobre o meu trabalho de fotógrafa, e muito menos que eu trabalharia pra ele, e se ele sabe mesmo disso, então é bom em esconder segredos.
        Se eu quisesse saber sobre o Hyunjin, só seria necessário uma pesquisa na internet e eu saberia de tudo, mas ele não tem a capacidade de me conhecer tão bem quanto eu posso conhecê-lo, só se, ele tiver a real vontade de me conhecer.
       Escolhemos uma barraca de praça. Era bonita e havia algumas pessoas além de nós. O lugar era iluminado por lanternas chinesas acima de nós. A bebida era barata e boa, e havia comida também, e não era longe da minha casa. Só via lucros pra minha parte.
Nós nos sentamos juntos nas cadeiras de plástico, cada um com uma garrafa de Soju, que das quais comprávamos mais uma cada vez que acabava.

— A primeira vez que fui em uma exposição fotográfica, era na época da minha faculdade. Minha foto também foi exposta, mas o meu nome nas informações da foto apareceu como Woong Woong-IL.

𝙋𝙄𝙉𝙏𝙐𝙍𝘼 • 𝐻𝑦𝑢𝑛𝑗𝑖𝑛Onde histórias criam vida. Descubra agora