• capítulo 5 •

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➴ 𝐘𝐨𝐮𝐧𝐠-𝐈𝐋 𝐩𝐨𝐢𝐧𝐭 𝐨𝐟 𝐯𝐢𝐞𝐰 ❠

       — Você convidou ele pra cá?
       A manhã começou assim quando vi a Soo-Min indo de um lado pro outro tentando não fazer o almoço queimar nas panelas.
      Eu acordei mais tarde do que o normal, e ao invés de acordar do jeito convencional, com um despertador, acordei com a notícia de que a Soo-Min havia convidado o Hyunjin pra almoçar na nossa casa.
       Ela não me perguntou nada. Ela descobriu tudo por conta própria, e de maneira descarada, usou a confusão como inspiração do livro dela.
       Ela me entregou os pratos e os talheres, e inconscientemente, eu organizei a mesa enquanto discutia com a Soo-Min sobre ela ter invadido a minha privacidade enquanto eu dormia.

— Como conseguiu o número dele? — disse colocando os copos ao lado dos pratos

— Já disse. Desbloqueei seu celular. E é melhor você trocar a senha, ainda é a data de aniversário do seu ex.

— Eu sei disso — fui até a área da cozinha, e esperei de pé e com os braços cruzados enquanto via a Soo-Min cozinhar desesperada — E como soube do beijo?

— O diário digital do seu laptop tava aberto quando eu entrei pra arrumar seu quarto. Então liguei pra ele, por que toda essa história parece mal resolvida.

       Ela desligou o Cooktop e me entregou a as tigelas com Kimchi. A campainha de casa tocou, e a Soo-Min foi atender, jogando o avental de cozinha no sofá da sala.
       Queria ter impedido ela antes de arrumar a mesa, mas depois de um segundo, ele já estava dentro da minha casa.
      Passei os dedos pelo cabelo, e coloquei um sorriso forçado no rosto, ao menos pra parecer receptiva.

— Você chegou — a Soo-Min guiou ele até a mesa — A gente mora juntas. Não somos um casal, então não pensa muito nisso.

— Eu não pensei em nada, juro. Meu nome é Hwang Hyun Jin, é um prazer conhecer uma amiga da Young-IL.

— Você é bem educadinho — a Soo-Min disse

— Essa casa era do pai da Soo-Min antes de morrer — dei um riso nervoso, percebendo que o que eu havia dito era completamente desnecessário

       A Soo-Min limpou a garganta e ofereceu pro Hyunjin se sentar á mesa.
       Até a metade da refeição, ficamos em completo silêncio. Essa era a pior ideia que a Soo-Min já teve, mas a casa está no nome dela, ela pode convidar quem bem entender.
       Reuni coragem dentro de mim, reensaiando várias vezes a conversa na minha cabeça. Tudo saiu como se fosse arrancar um curativo indolor.

— Até que parte você lembra daquela noite?

— Até a parte em que você me perguntava onde eu morava, mas nem mesmo eu sabia onde minha casa ficava — ele respondeu, comendo mais Kimchi — Por que a pergunta?

      Eu neguei em silêncio.
       Por dentro, uma parte minha não queira admitir, mas esperava que algo á mais acontecesse, que ele ao menos se lembrasse do que aconteceu aquela noite

— Você não lembra de nada daquela noite? — ele negou — Não lembra de ter me beijado pra ajudar a Jinsoul?

       Aos poucos as memórias pareciam voltar pra consciência dele. Ele ficou boquiaberto e não conseguia me olhar diretamente e, curvou a cabeça em sinal de desculpas.

— Achei que tivesse sido um sonho. Peço perdão; você poderia ter me empurrado.

— Eu deveria ter te dado um soco.

— Justo, mas doloroso

       Deixei o Hyunjin comer em paz, por mais que a opção de agredir fisicamente ainda parecesse uma boa ideia na minha cabeça.
       Beijar alguém e fingir como se nada tivesse acontecido é uma das piores situações que alguém pode se meter. No fim, você acaba achando que a culpa é sua (ou o beijo que foi muito ruim).
        Como educação, e parte do pedido de desculpas por ter me beijado, o Hyunjin lavou a louça do almoço. Ele foi embora logo depois disso. O assunto continuou mal-entendido, mas ao menos, conversamos sobre isso.

𝙋𝙄𝙉𝙏𝙐𝙍𝘼 • 𝐻𝑦𝑢𝑛𝑗𝑖𝑛Onde histórias criam vida. Descubra agora