Francesca é uma jovem italiana que trabalha para a equipa de Formula 1, Scuderia Ferrari. É alguém dedicada ao trabalho e que adora o que faz, visto que é uma grande fã do desporto.
Percorre o mundo com a sua equipa e com os pilotos que são conhecid...
Enquanto Charles não chegava eu aproveitava a companhia da linda mulher que estava à minha frente, eu sabia que a tinha deixado nervosa e um pouco tímida com o facto de ter pedido os aperitivos ao gosto dela, mas a verdade é que eu gostava de agradar.
Quando Charles chegou começou o verdadeiro jantar, fizemos os nossos pedidos e estávamos a aproveitar o pouco de paz que tínhamos naquela noite. Não fazíamos questão de falar em trabalho porque era uma saída de amigos e estava tudo a correr extremamente bem. Já estávamos prestes a pedir a sobremesa quando o meu telemóvel tocou, pela terceira vez consecutiva em vinte minutos. Era Isa, a minha namorada, eu sei que devia de ter atendido logo à primeira chamada mas eu estava a jantar e era falta de educação atender o telemóvel à mesa. Para não a deixar preocupada enviei uma mensagem a dizer que estava a jantar e perguntei se era algo importante mas a resposta dela foi de que não era nada importante mas que queria saber com quem eu estava a jantar. Inicialmente, pensei em não responder, não gostava que tentassem controlar a minha vida, mas acabei por dizer que estava a jantar com o Charles e a Francesca, a partir daí não parou de me ligar.
-Com licença, eu volto já.- disse enquanto me levantava da mesa em direção à porta do restaurante de telemóvel na mão.
-Carlos onde estás?- questionou assim que eu atendi o telemóvel.
-Que maneira agradável de começar uma conversa, o que se passa Isa?- perguntei um pouco frustrado, tinha a certeza que esta chamada se devia a ciúmes.
-Quero saber onde estás e porque é que estás a jantar com outra mulher.- disse visivelmente enervada.
-Eu estou a jantar com o Leclerc e com a Fran porque somos todos amigos e colegas de trabalho.- respondi para a tentar tranquilizar.
-A Fran?- riu sarcástica.- Até a chamas de maneira diferente, quem é essa Francesca?- continuou a interrogar.
-Faz parte da equipa de marketing da Ferrari, porquê?- eu já estava a ficar farto desta conversa e começava a notar na minha maneira de falar, estava a começar a responder mais frio.
-E porque é que estás a jantar com ela?- perguntou do outro lado do telemóvel.
-Porque o Leclerc a convidou, qual é o teu problema?- perguntei frustrado e muito irritado.
-O meu problema?- perguntou e fez uma pausa.- O meu problema é que queres manter a nossa relação o mais privado possível por causa dos jornalistas e porque dizes querer viver a tua vida íntima descansado, mas depois vais jantar com outra mulher como se nada fosse.- desabafou.
-Eu sempre quis manter a minha vida privada em privado porque prefiro, também já te levei a jantar muitas vezes e tu vais acompanhar imensas corridas, toda a gente sabe que estamos juntos. O que é que te falta?- desabafei e pude ouvir a respiração de Isa do outro lado do telemóvel, ela estava sem palavras porque ouviu a verdade, ela queixa-se sempre de tudo o que faço e o que não faço e eu não gosto nada de sentir esta pressão.- Agora se me dás licença eu vou voltar lá para dentro para acabar de jantar.- aviso e desligo o telemóvel sem nenhum arrependimento, eu tinha de começar a ser firme, não podia deixar que ela tentasse controlar cada passo que dou na minha vida.
Voltei para a nossa mesa e só lá estava a mulher italiana que nos acompanhou hoje e que estava a bebericar o seu vinho.
-Desculpa, tive mesmo de atender.- disse assim que me sentei à sua frente.
-Não tem problema, mas está tudo bem?- perguntou preocupada.
-Sim, não foi nada de importante.- respondo tranquilo.- O Charles?- questiono.
-Foi à casa de banho.- ela responde enquanto limpa os seus lábios ao guardanapo de pano.
-Então, o jantar está a ser agradável para ti? Eu imagino que não seja fácil aturar duas pragas como eu e o Leclerc.- disse numa tentativa de criar assunto, não queria deixar cair aquele silêncio constrangedor enquanto esperávamos pelo Charles.
-Está a ser muito agradável sim.- fez uma pausa para dar outro gole na sua bebida.- Não te preocupes que és mais fácil de aturar do que o Charles, ou então eu é que já estou cansada.- ela responde em tom de brincadeira e deixa escapar uma gargalhada que logo me contagiou.
-Fico feliz por saber.- sorri e ela acabou por fazer o mesmo.
Entretanto o meu companheiro de equipa voltou e logo se juntou a nós na conversa, as horas foram passando e o jantar acabou por ser prolongar mais do que achávamos. Era quase meia noite quando o empregado nos veio informar de que iriam fechar o estabelecimento.
-Isto de vir jantar com dois cuscos faz-me perder a noção do tempo.- comentou Francesca, que gargalhou juntamente connosco.
-Vá, eu pago o jantar.- ofereci-me enquanto tirava a minha carteira do bolso.
-Por mim tudo bem, eu pago o próximo.- ouço Charles comentar.
-Não vais pagar o jantar sozinho Carlos, nem pensar!- interveio Fran preocupada.
-Não me custa nada, não há discussão sim? Eu pago e acabou.- respondi e sorri para ela, na tentativa de a tranquilizar mas mesmo assim vejo na sua mão a sua carteira.
-Nem pensar.- disse e começou a andar para o balcão do restaurante. Rapidamente a segui e alcancei-a antes que o empregado a deixasse pagar.
-Hoje é por minha conta senhor.- digo ao empregado que me olha confuso mas que pega no cartão que lhe entrego.
-Não é não, eu é que vou pagar.- ela respondeu, já percebi que era teimosa.
-Fran, deixa-me ser eu desta vez, por favor.- pedi gentilmente, não queria nada entrar numa "discussão" só por causa de um jantar.
-Tudo bem, mas a minha vez de pagar também vai chegar.- diz vencida.
Depois de eu pagar o jantar saímos os três do restaurante, cada um para o seu veículo. Francesca foi a primeira a ir embora depois de se despedir de nós, mas eu e Charles ainda ficamos mais um pouco à conversa.
-Queres falar sobre o telefonema que recebeste? Parecia importante, está tudo bem?- perguntou o monegasco.
-Sim, está tudo bem.- respondi sincero, afinal estava tudo bem, aquilo tinha sido apenas uma crise de ciúmes sem importância.
Continua (...)
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