Round 34

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México

Uma semana se passou desde que a bomba saiu. Nesta semana fui muito procurada por jornalistas de revistas cor de rosa, eu sabia perfeitamente quem eram e para quem trabalhavam e, felizmente, consegui fugir de todos. Não fui às minhas redes sociais, fiquei apenas pelas da Scuderia porque era o meu trabalho. Não me queria massacrar com comentários desnecessários e que me magoassem.
Decidi contar aos meus pais e ao meu irmão para que eles não soubessem por outra pessoas e da maneira errada, eles ficaram muito felizes porque têm uma boa impressão do Carlos, mas, ao mesmo tempo, estavam tristes por mim porque eu deixava - me ir abaixo com os comentários que ia lendo sobre mim.
O Carlos tem sido o meu maior apoio e tem estado sempre presente, procura saber de mim durante o dia, mesmo que não estejamos sempre juntos porque cada um tem as suas tarefas.
O Lando e o Daniel estão sempre a mandar mensagem e a fazerem chamadas para me animar, têm sido amigos fantásticos. Também Charles Leclerc tem sido importante nestes momentos, ele e o Luca procuravam - me sempre e queriam ter a certeza de que eu não estava no meu telemóvel a ler aqueles comentários maldosos.
E eu? Eu estava a aprender, aos poucos, que as opiniões dos outros não era minimamente importante para a minha vida. Não agora que tenho um relacionamento de sonho com o homem que amo, e isto sim era o importante no meio disto tudo.

Estava tão perdida nos meus pensamentos que não me tinha apercebido que o meu namorado estava mesmo à minha frente com os seus braços cruzados à altura do peito e um olhar confuso enquanto olhava para mim. 

-Estás bem, meu amor?- questionou preocupado. Eu sorri e assenti com a cabeça, em sinal de afirmação.- Mesmo? Estavas tão distraída, em que pensavas tu Francesca Fontana?- insistiu, ele já me conhecia demasiado bem.

-Na semana chata que passei, tenho sempre a cabeça a mil à hora.- bufei passando as minhas mãos pelo meu cabelo, em sinal de frustração.

-Não podes perder tempo com isso, só te faz mal.- Era a milésima vez que ouvia aquelas palavras, toda a gente me dizia o mesmo, o pior era conseguir seguir à regra o que elas diziam.

-Eu sei Carlos, sei mesmo. Mas não é fácil ok?- levantei-me irritada, este assunto conseguia mexer muito comigo.- Todos me dizem o mesmo porque é fácil falar, mas não é fácil encarar este problema e simplesmente ignorar tudo. E se eu perco o meu emprego por causa das más línguas de pessoas que eu nem sequer conheço?- enquanto falava sentia-me bracejar imenso, tentei conter as lágrimas mas foi impossível. 

-Tem calma amor, eu estou aqui.- senti os braços confortantes do espanhol envolverem o meu corpo. As lágrimas caíam com mais intensidade e eu permitia-me sentir toda a mágoa e frustração através do meu choro.- Tu não vais perder o teu emprego Fran, já passou uma semana e toda a gente tem sido muito querida contigo, tu és boa profissional e toda a gente aqui dentro gosta de ti. Não te preocupes com isso, preocupa-te em fazer o teu trabalho e seres a melhor como sempre, assim até distrais a cabeça. Não quero que estejas sempre a pensar no mesmo, quero que disperses e ocupes  a tua mente com aquilo que mais gostas de fazer, afinal, trabalhas com os dois pilotos mais espetaculares do grid.- as palavras do espanhol foram sábias e eu interiorizei-as muito calmamente. Ele tinha razão, eu tinha era de me preocupar com o meu trabalho e não com aquilo que diziam sobre mim. Limpei as lágrimas e, lentamente, afastei-me do seu corpo para me tentar recompor e recuperar a minha faceta de mulher forte e inabalável porque estava a precisar dela.

-Obrigada Carlos, obrigada por estares presente sempre que preciso. - agradeci sincera e beijei os seus lábios.

-Eu vou estar sempre do teu lado. - disse enquanto afastava uma mecha do meu cabelo e a colocava atrás da minha orelha. - Tenho de voltar ao trabalho, ficas bem? - perguntou preocupado.

-Sim, não te preocupes. - tranquilizei-o. - Eu também preciso de voltar ao trabalho e vou estar sempre acompanhada do Luca e da Emily. - expliquei para, de certa forma, o tranquilizar ainda mais. Ele sabia que os momentos em que eu era mais frágil era quando estava sozinha e se estivesse na companhia dos meus amigos, estaria mais distraída.

-Então eu volto a passar aqui para irmos almoçar pode ser? - propôs e eu não tive outra reação senão aceitar com um grande sorriso. O piloto despediu-se de mim com um beijo nos lábios antes de sair do meu escritório.

O trabalho estava a correr bem, depois do que tinha acontecido mais cedo, eu precisava mesmo de me distrair e de me entreter para pensar noutra coisa. Estava a trabalhar com o Luca e com a Emily numas fotos à belíssima pista do México para depois as colocarmos nas nossas redes sociais. O meu tablet estava a ficar sem bateria e eu bufei irritada, tinha quase a certeza de que o havia carregado antes de sair das instalações da Ferrari para poder trabalhar nele cá fora. Não tive outra alternativa senão ir buscar uma powerbank ao meu escritório para poder continuar o meu trabalho.

-Fran! - ouvi o meu nome na voz que eu conhecia tão bem, parei a minha caminhada até ao motorhome da Ferrari e encarei o australiano que já me esperava com um sorriso. - Como estás miúda gira? - perguntou simpático enquanto caminhava na minha direção.

-Já estive melhor, mas há quem esteja pior. - respondi um pouco brincalhona e, como era de esperar, Daniel Ricciardo deu uma pequena gargalhada.

-Não há problema nenhum em estar mais desanimada, desde que não deixes esse sentimento apoderar-se de ti e dos teus dias. - disse sincero, tornando o rumo da conversa um pouco mais sério.

-Eu sei Danny, mas não tem sido fácil. Hoje de manhã tive um momento difícil, mas já passou e agora estou focada no meu trabalho. - desabafei, falar com ele era sempre muito fácil.

-Não te podes permitir ir abaixo por causa de opiniões alheias. Quem te conhece sabe que és uma pessoa incrível e que tu e o Carlos são um casal verdadeiramente feliz e apaixonado. O que realmente interessa é o que vocês sentem, não o que os outros pensam. Nunca te esqueças disso. - as palavras do piloto da McLaren eram muito reconfortantes, ele sabia sempre o que dizer.

-Eu tenho muita sorte em ter um amigo como tu Danny. - abri os meus braços para abraçar o seu corpo em força de agradecimento e fui recebida nos braços tatuados do companheiro de equipa de Lando Norris.

Continua...

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I Wanna be Yours||Carlos Sainz JrOnde histórias criam vida. Descubra agora