Round 36

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Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos

Carlos Sainz

A segunda parte do campeonato de Fórmula 1 passou a voar para mim. Talvez porque foi um pouco mais atribulada e sentimental do que a primeira parte graças ao início da minha história de amor com a italiana mais linda que conhecia. A Francesca finalmente conseguiu superar a sua ansiedade quanto ao nosso relacionamento público e não se importava mais com os comentários que faziam nas redes sociais. Entretanto, a nossa vida seguia bem e feliz. Nós estávamos juntos todos os dias devido ao nosso trabalho e quando tínhamos os dias livres acabavamos sempre por passá-los juntos.
Hoje estávamos em Abu Dabi, a última etapa do campeonato e as atenções estavam todas viradas para os líderes do campeonato, Lewis Hamilton e Max Verstappen, um deles ia ser campeão hoje. Já eu estava bem mais calmo do que os protagonistas de hoje, só queria um bom resultado que me deixasse na quinta posição no campeonato de pilotos e que fosse bom para a equipa. Claro que o pódio era o meu objetivo e sabia que tinha capacidade para lutar por ele.

-Que tal cabron, nervoso? - perguntou o meu primo e manager, Carlos.

-Um pouco, mas é normal, fico assim todas as corridas. - encolhi os ombros antes de dar a minha resposta. - Não sou eu que estou a lutar pelo campeonato, o Max e o Lewis devem estar bem mais nervosos.- comentei.

-Um dia vais ser tu nessa posição portanto vai-te mentalizando e tira notas com eles. - o meu primo era um grande apoiante meu, ele acreditava em mim mesmo quando eu não o fazia e desde pequenos que ele me diz que, um dia, eu vou ser campeão do mundo de Fórmula 1.

-Quero muito que tenhas razão primo. - respondi imaginando como seria se fosse eu naquela posição.

Antes da corrida estive a fazer uns exercícios de aquecimento com o Rupert e, no fim, tive uns minutos livres antes de ter de ir para a pista para me preparar para entrar no carro. Nesses minutos livres fui até ao escritório da minha namorada, já se tinha tornado num hábito ir ter com ela antes das corridas, parece que me dava sorte. Eu queria entrar no carro com a cabeça na minha condução e o meu coração na mulher que eu amava, queria fazê - la feliz e sentir-se orgulhosa de mim.
Dei duas batidas na porta e esperei que ela me cedesse autorização para entrar, assim que o fez eu entrei e quando ela olhou para mim e notou a minha presença mostrou um sorriso lindo, o sorriso que eu queria ver sempre no rosto dela.

-Vim pôr em prática o meu amuleto da sorte. - disse assim que fechei a porta atrás de mim.

-E como é que pões em prática? - questionou tentando parecer curiosa quando, na verdade, ela sabia muito bem que ela era o meu amuleto da sorte.

-Assim. - aproximei - me dela e baixei um pouco o meu corpo para estar à sua altura, já que ela estava sentada na sua cadeira de escritório, coloquei a minha mão no seu rosto e uni os nossos lábios num beijo apaixonado, como todos aqueles que dávamos.

-Depois agradeces-me pelo teu bom resultado na corrida de hoje. - comentou brincalhona assim que os nossos lábios se separaram e eu não contive o grande sorriso que insistiu em aparecer. Sempre que olhava para ela lembrava-me do quão sortudo sou por ter uma mulher como ela na minha vida. Nunca estive tão apaixonado na minha vida, sinto-me um autêntico adolescente, sempre nervoso quando estou perto dela e sempre com saudades mesmo que sejam só cinco minutos sem a sua presença. - Boa sorte para a corrida, meu amor. Vou estar a torcer por ti, como sempre. - disse-me enquanto acariciava a minha face com a sua mão macia.

-Obrigada princesa, vou-te deixar orgulhosa. - respondi aconchegando a minha face na sua mão.

-Deixas sempre Carlinhos. - obtive a resposta perfeita, era tudo o que eu precisava de ouvir.

[...]

Assim que cruzei a meta ouvi o meu engenheiro no rádio dizer que acabei em terceiro lugar e, como tal, iria subir ao pódio ao lado de Max Verstappen e Lewis Hamilton. Sem dúvida que era a melhor maneira de acabar o meu primeiro ano na Ferrari, fechar a época com um pódio e trazer bons pontos para a equipa que conseguiu ficar em terceiro no campeonato de construtores.
Estacionei o carro e assim que saí, corri para a minha equipa que me esperava ansiosamente, recebi abraços e fui congratulado por todos os membros que tinham esperado por mim. No meio daquela pequena multidão encontrei os olhos mais bonitos e brilhantes que alguma vez vi, ela sorriu para mim e acenou, consegui ler nos seus lábios um "estou muito orgulhosa" e rapidamente saltei a pequena "cerca" que me separava dela, avancei entre as pessoas da minha equipa e agarrei na minha mulher. Ela sorriu tímida com a minha atitude e passou a sua mão pelo meu rosto, não me contive mais e beijei os seus lábios, estava sedento por eles porque queria mostrar o quão feliz estava pelo pódio e o quão melhor a minha vida é com ela. Conseguir as minhas conquistas do lado da mulher da minha vida é a melhor sensação do mundo e queria que ela ficasse a saber disso através de um gesto de amor.

-Amo-te Francesca Fontana, amo-te muito. - admiti com os meus lábios muito perto dos dela, ainda.

-Eu também te amo muito meu Carlinhos. - ouvi a sua voz angelical perto dos meus lábios e esbocei um sorriso sincero.

Fui o primeiro a subir ao pódio, acenei a toda a gente que me aplaudia e sorria genuinamente por estar ali na última corrida do ano. Lewis Hamilton veio depois de mim, e Max Verstappen foi o último a subir. Quando o meu troféu me foi entregue, levantei o mesmo e apontei para ela que estava perdida no meio do mar vermelho de pessoas da Ferrari. Ela reparou no meu gesto e sorriu, mostrei-lhe um sorriso e pisquei o olho enquanto mordia o meu lábio inferior em sinal de nervosismo.

-Estou tão feliz por ti. - ouvi a Francesca dizer assim que nos encontramos no motorhome da Ferrari.

-Obrigada Fran. - sorri enquanto afastava um bocado do seu cabelo para trás da sua orelha. - Agora já podemos começar as nossas férias juntos. - propus.

-Vens comigo a Manarola? - perguntou um pouco receosa, não sei do que é que ela tinha medo, eu queria muito conhecer a família dela.

-Claro que sim amor, quero conhecer os teus pais e o teu irmão. - respondi com um sorriso. Vi um sorriso enorme aparecer no rosto da minha namorada e reparei que ela estava genuinamente feliz pela minha resposta, eu sabia como a família dela era importante para ela.

-Eles vão adorar ter-te lá em casa, não te admires se o meu pai te fizer um questionário. Aliás, ele vai fazer dois questionários. Um sobre as tuas intenções com a filha dele e outro sobre a fórmula 1, ele é um grande fã. - alertou-me.

-Desde que eles gostem de mim, quero muito que eles me aceitem. - Confessei um pouco tímido e nervoso.

-Amor eles adoram-te e já te aceitaram, não te preocupes. A minha mãe vai ficar muito entusiasmada por te ter lá, és o primeiro namorado que levo lá a casa. - confessou.

-Uau, então tenho mesmo de os impressionar. Agora estou ainda mais nervoso. - brinquei um pouco com a situação para ver se me acalmava, vou ser o primeiro namorado lá em casa e sinceramente quero muito ser o último.

Continua....

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I Wanna be Yours||Carlos Sainz JrOnde histórias criam vida. Descubra agora