A maior parte do tempo eu sinto como se estivesse sonhando.
De vez em quando sinto como se estivesse caindo.
O tempo todo eu me sinto sozinho.
E quase nunca estou sorrindo.
Pelo menos... Não de verdade.
Tudo é sempre tão vazio.
"Legalzinho"...
Suportável... Nada memorável... Esquecível...
E então me encaro no espelho.
"Detestável"
Cansado de tudo o que não faz sentido.
E de buscar conexões num mundo tão fácil de ser compreendido.
Sem novidades... Sem surpresas verdadeiras...
Todo o mecanismo desvendado.
"Qual a graça das coisas serem sempre tão previsíveis?" – ela perguntou.
Então desmaio acordado de costas sobre o colchão.
A cabeça cheia de pensamentos não quer descansar.
O mundo desaba ao meu redor e volto a sonhar.
Morrendo, lutando, vivendo e voltando a sangrar.
Minhas armas destruídas.
Meus dedos quebrados.
Os olhos cansados de chorar...
Minhas lágrimas de areia que se recusam a sair.
Repletas da raiva mais profunda que ainda habita em mim.
Tudo que sobrou do que um dia fui.
Do que continuo sendo.
Daquilo que faz de mim o único...
"Não tenho como voltar atrás".
Por que agora é tarde demais.
É tarde...
"Você não é nada para mim!"
"Eu não sou nada para você!"
"Um dia você também vai esquecer"
"Um dia eu vou voltar só pra te ver"