05/11/2022

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Sob meus pés sinto a areia áspera como farpas de vidro.



Estou há tanto tempo aqui que já não consigo mais calcular.

Dias, semanas, meses e anos... Uma existência inteira...

Toda a minha vida...

Deixando pegadas sem fim, sem ter pra onde ir

Sem ter para onde voltar, motivos pra prosseguir ou ficar...


E ainda assim...


Aqui.



Sozinho...

Tão sozinho quanto é possível estar.

Vagando em minhas próprias ruínas...

Enquanto mais um dia vem e vai...


E então a noite vem e eu me deito

Encarando o céu de estrelas cadentes que choram e choram

Todas as lágrimas que jamais me permitirei chorar.

Por todas as feridas nunca fechadas.

Pelo grito que ecoa pra dentro

E toda dor jamais esquecida...


Sozinho...


Então a ultima estrela cai e o resto é apenas escuridão...

Por dentro... Por fora...

Na alma e no coração...


Quem sabe amanhã seja o dia...

Quem sabe só mais um dia...

Sei láWhere stories live. Discover now