Regras de convivência

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O tempo passou e, finalmente, estamos de mudança. Não aguentava mais todo o teatrinho com a Sakura. Agora só teremos que fingir quando encontrarmos nossos pais, o que tentarei ao máximo evitar.

— Você deveria me ajudar aqui. Desembrulhar as coisas é um saco. — digo parando bravo na frente dela.

— Você que quis fazer isso agora. Disse pra deixarmos pra depois. — ela não se moveu daquele sofá desde que chegamos aqui.

— Se depender de você, não vamos desembalar nada nunca.

— Talvez semana que vem.

— Eu não vou viver nessa bagunça, já tô avisando. Vou te perturbar até você me ajudar.

— Ok, ok, vamos desempacotar tudo então. — a contragosto, ela se levanta.

Ficamos toda a tarde desempacotando tudo. Sakura tinha tanta coisa que pensei que nunca acabaríamos. Já estava anoitecendo quando terminamos.

— Agora preciso de um banho. — digo caindo morto no sofá.

— Antes, temos mais uma coisa pra fazer. — diz tirando minha alegria.

— Eu só quero um banho, Sakura.

— Isso é mais importante. Precisamos de regras. — ela sentou ao meu lado com os braços cruzados.

— Como? — morar com essa garota seria mais chato do que imaginei.

— Se quisermos manter uma boa convivência, regras são necessárias.

— Fala logo então.

— Nada de trazer peguete aqui. Se quiser, arrume um motel, sei lá. Não me interessa. Não quero você ficando com ninguém no meu sofá. Vamos dividir as tarefas de casa. Eu não sou escrava de ninguém e não quero viver num lixão. Então, cada um lava o prato que usar. Vamos separar um dia na semana pra fazer uma faxina geral e cada um lava sua roupa. Não sou sua mãe pra lavar suas cuecas. Nada de barulhos, gosto de silêncio. Se quiser fazer barulho, vá a uma festa. Falando em festa, nada de festinhas, reuniões com seus amigos ou algo do tipo. Não vou com a cara deles e não sou obrigada a conviver. E...

— Sakura, cala a boca um minuto. Você sabe que eu saí de casa porque não queria morar com uma mãe, né? Agora eu tenho você?!

— Sasuke, eu só estou dizendo coisas básicas que se espera de um inquilino.

— Mas eu não sou seu inquilino, a gente mora juntos. Temos que chegar a um consenso juntos pra sobrevivermos.

— Qual sua ideia?!

— Eu quero e vou trazer amigos aqui, e você também pode trazer os seus. Podemos dividir melhor as tarefas, talvez revezar. Também não quero viver na sujeira, mas vamos pegar o jeito com o tempo. Como você mesmo disse, não é minha mãe. Eu vou trazer garotas pra cá, mas relaxa que vou usar só o meu quarto.

— Só quando eu não estiver aqui, de preferência nos fins de semana, e sem barulho. Não seja um cuzão pra variar.

— Não posso prometer que elas façam silêncio, mas posso tentar.

— Idiota. E tem mais uma coisa.

— Diz logo.

— Cada um tem seu espaço. Fica na sua e eu fico na minha. Eu sei o meu limite. Se eu disser chega, vou embora e você não vai me convencer do contrário.

— Combinado. — finalmente poderia tomar meu bom banho.

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— Às 20h, já combinei com os caras. Já tá tudo certo... Beleza, espero você então.

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