enfrentando a verdade

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Não consegui dormir essa noite. A essas horas, todos já devem estar sabendo.

Estou muito preocupado com a Sakura, com medo de estar forçando uma situação que ela não gostaria. Não quero que ela faça nada que não queira, não quero que ela se sinta obrigada a me ajudar. Quero que ela entenda isso.

Levantei bem cedo, queria fazer uma surpresa para a Sakura como forma de agradecer por estar comigo.

— Bom dia. Vamos juntos hoje? — disse Sakura, saindo já pronta do quarto.

— Fiz uma coisa para você — a levei em direção à cozinha.

Tinha preparado um café da manhã com coisas que lembrava que ela gostava bastante. Comprei tulipas, suas flores favoritas, e deixei um bilhete junto:

"Obrigada por entrar nessa loucura comigo."

Ela me deu um abraço apertado e senti quando deitou sua cabeça em meu ombro.

— Eu quis entrar nessa loucura e não me arrependo. Não precisa se preocupar tanto assim, eu amei a surpresa — disse ela, ainda em meus braços.

— Saiba que, a qualquer momento, pode falar comigo se sentir que estou forçando. Eu gosto de você, Sakura.

Já tinha dito isso antes, mas quero que ela entenda que não tenho nenhum ódio dela, acho que ele nunca realmente existiu.

— Também gosto de você.

Ela se afastou e olhou nos meus olhos, sorrindo, o sorriso mais lindo de todos.

— Podemos comer? — perguntou animada.

— Óbvio! — respondi com a mesma animação.

Fomos juntos para o colégio. Estávamos nervosos. Não estava nos planos a escola inteira saber que estávamos juntos. Assim que entramos, os olhares já se viraram em nossa direção, e os cochichos começaram. Não só estávamos entrando juntos, estávamos de mãos dadas.

— Então é verdade? Vocês estão juntos? — as primeiras corajosas vieram até nós perguntar, enquanto todos os outros observavam de longe. Essa era a comprovação final que precisavam, só precisava sair das nossas bocas.

— Sim, eu e Sakura estamos juntos — disse firme. Sakura me olhou e eu sorri para ela como forma de tranquilizá-la.

— Morando juntos? — continuaram.

— Sim — respondi.

— Foi tão repentino, ninguém imaginava.

— Pensei que vocês se odiavam.

De perguntas, passaram para comentários sem noção.

— Queríamos deixar as coisas entre a gente mesmo — disse já sem paciência.

— Até porque não era da conta de ninguém — Sakura respondeu, deixando claro sua impaciência.

— Tenta melhorar o temperamento dessa aí agora que vocês estão juntos — um cara soltou, e isso foi o suficiente para acabar com o resto da minha paciência.

— Você falou o quê, seu babaca?! — Sakura já se aproximava do cara, mas a puxei de volta e entrei na sua frente.

— Sakura — ela olhou para mim, nervosa — É melhor você calar essa boca, idiota, e vão todos cuidar da vida de vocês.

Disse em tom bem alto, para que todos pudessem ouvir. Me virei e Sakura estava segurando para não sorrir.

— Esse é o meu namorado — ela sussurrou perto ao meu ouvido, e quem sorriu fui eu.

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