improvável

Segredo revelado

Tínhamos o último dia de detenção, mas eu queria conversar com a Sakura o quanto antes sobre ontem. Na verdade, queria falar sobre muitas coisas. Quero saber por que ela estava sozinha na rua, por que ela mudou tanto. Nunca tive coragem de perguntar...

O professor que aplicava a detenção tinha entrado de licença, e não sabíamos quem iria substituí-lo hoje.

Foi uma surpresa quando o Kakashi apareceu.

— Animados para o último dia de detenção? Espero que vocês não voltem tão cedo depois dessa última — disse ele, com um tom brincalhão.

— Você vai aplicar a detenção? — perguntei, curioso.

— Sim e não.

— O que quer dizer? — Sakura parecia sem paciência.

— Vou aplicar um exercício para vocês, mas não vou ficar aqui.

— Vão nos deixar sozinhos? — Já imaginei que essa ideia era péssima.

— Não exatamente. Eles não sabem, mas acho que vocês já aprenderam a lição. Posso ir almoçar tranquilo.

Ele realmente deixou uma atividade da matéria dele e saiu. Aproveitei essa oportunidade para conseguir conversar com a Sakura logo.

Sakura POV

— Você gosta de mim? — Sasuke soltou como se fosse a coisa mais simples do mundo.

— Uchiha? Que merda você tá falando? Não é lugar nem hora — afastei-me o máximo que pude.

— Me responde, sempre brigamos sem necessidade. Antes era porque nos odiávamos, e agora? Você pode dizer que me odeia o quanto quiser, vai ser sempre da boca pra fora.

— Você surta se me vê com alguém. Você me deve explicação, não o contrário.

— Então foi um erro só da minha parte? Eu realmente achei que não tínhamos nada a ver. Ainda não sei se estou errado.

— É só da boca pra fora — não parava de andar de um lado para o outro, confusa.

— Então me diz o que foi essa semana? Não estou me enganando porque estamos morando juntos, te queria muito antes disso — comecei a me aproximar.

— Me sinto bem com você, mas tenho medo de não ser recíproco — ela me olhou.

— Sakura — parei antes de conseguir me aproximar mais.

— Você sabe que me magoou — ela não me deixava chegar mais perto.

— Você fez o mesmo — soltei.

— Exatamente.

Sabíamos que nos machucamos.

— Não respondeu minha pergunta até agora.

— Não posso — vi uma lágrima escorrer.

— Tenho que sair — agora eu estava nervoso.

— Não pode, estamos na detenção, gênio — ela enxugou a lágrima e se sentou numa carteira distante.

— Que merda — me sentei.

— Eu sabia que era uma péssima hora para conversar, você não me escuta!

A conversa se encerrou ali, com o pior clima possível. Terminamos a atividade de filosofia e pudemos ir embora.

— Espera, Sakura — ela saiu em disparada, tentei alcançá-la.

— Não era você que queria ir embora? Agora podemos — ela nem se virou.

— Você tá indo pro lado errado — estávamos no pátio da escola, já vazio.