Capítulo Quatro

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“Yumi” foi o que quis exclamar ao ouvir seu nome. Combinava com ele. 
Forte. 

Tive que também conter a vontade de passar a língua por meus lábios secos.

Não queria que ele tivesse a mínima ideia das imagens que passavam em minha mente. Imagens sobre momentos em que eu estaria gritando o nome dele. 

Duke

Não poderia deixar que ele soubesse o quanto estava me afetando. Pelo menos não agora que eu ainda estava brava com ele e sua atitude imbecil. 

- Muito bem, Knight – falei entredentes. – Já se apresentou e se fingiu de educado. Agora pode dar meia-volta e sair daqui. 

- Sair daqui? – arqueou a sobrancelha, medindo-me de alto a baixo como se analisasse a ameaça. 

A diversão que brilhou em seus olhos mostrou que claramente fui descartada como potencial perigo. Sabia que ficar indignada por essa constatação era ridículo já que Duke estava certo. Eu não chegava nem em seus ombros e os músculos dele eram visivelmente fortes como aço, enquanto eu não passava de uma sedentária. 

Uma sedentária baixinha. Enquanto ele era o rei de Esparta. 

Essas comprovações, contudo, não mudavam o fato de que ficara brava. 

- E se eu não quiser? – perguntou antes que eu pudesse vocalizar qualquer coisa. 

- Se você não quiser o quê? 

- Se eu não quiser sair daqui – agora o divertimento chegava aos seus lábios na forma de um sorriso. 

Outra vez tive que me conter para não me mover para apagar aquele sorriso. Com um tapa. 

Ou, quem sabe, com um beijo. 

Não! Não! Sacudi a cabeça, tentando me concentrar. Era a droga daqueles olhos dele – mesmo sendo frios como gelo – que me prendiam a cada vez que cruzavam meu caminho. 

Havia alguma coisa ali, alguma coisa além do frio ártico. E eu ficava meio tonta tentando descobrir o que estava lá escondido. 

- Se você faz tanta questão de ficar aqui, então eu saio – virei-me de uma vez para a porta. 

O problema é que me fugiu da mente que ela estava fechada e acabei por bater nela. 

- Outch! – por puro reflexo levei a mão para segurar meu nariz que agora latejava e trazia lágrimas aos meus olhos. – Ai que dor – cambaleei alguns passos para trás. 

No segundo passo uma mão se espalmou contra minhas costas e a voz do Duke falou: 

- Hey, hey. Calma. 

Seria um gesto adorável, exceto que seu tom claramente continha traços de riso. Com raiva, deixei meus impulsos violentos venceram e dei uma cotovelada em suas costelas, o que se mostrou ser mais um tremendo erro de cálculo. 

O cara só podia ter um tórax de titânio. Agora eu estava com dor no nariz e no cotovelo. 

- Ai, seu imbecil! – soltei um gritinho agudo. – É tudo culpa sua! 

Tentava acudir meus dois recém-machucados ao mesmo tempo e às cegas, já que mantinha os olhos fechando enquanto algumas lágrimas de dor escapavam. 

- Calma, Ravenna Reid – colocou as mãos em meus braços, tentando com que eu abaixasse as mãos para longe de meu rosto. – Deixe-me dar uma olhada nesse machucado. 

- Não! 

Meu orgulho também estava ferido. 

- Eu insisto – suas mãos fizeram uma maior pressão e eu cedi. 

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