You're not alone anymore

O que fazer ?

No momento que eu vi aquela cena eu paralisei, o que eu iria fazer ? Falar com o Vander ? Avisar a polícia? Como ele saiu da cadeia ? Se ele está de volta, está tramando alguma coisa, ele não viria atrás da Powder assim do nada. Eu não posso voltar para casa sabendo disso eu não iria aguentar ver a Powder fingindo pro Vander... Tudo menos para ele.

Terminei meus deveres da detenção, e quando estava saindo do colégio peguei meu telefone e liguei para o Ekko perguntando se poderia ficar na casa dele aquela noite, e enquanto caminhava para a casa do meu amigo avisei Vander que não iria para casa, infelizmente tive que inventar uma mentira sobre um trabalho para entregar amanhã. Durante o caminho até a casa do Ekko minha cabeça parecia que não parava por um só minuto, eu não sei o que fazer, será que tem algo que eu possa fazer para ajudar ela ? Vander vai ficar arrasado...

Assim que cheguei bati na porta e logo meu amigo abriu e percebeu que minha cara não era uma das melhores e me deu um abraço e só naquele momento eu percebi o quanto eu precisava daquilo e retribui.

- Entra! - Disse me dando passagem para entrar na casa.

Ekko era um dos mais velhos em sua casa, seu pai era um militar que infelizmente morreu em combate e então quando ele se foi ficou tudo ao cargo dele, dos irmão mais velhos e da sua mãe que era enfermeira e pegava o máximo de turnos que conseguia para sustentar os 5 filhos. Eu e ele subimos as escadas até o seu quarto e assim que entrei fechei a porta e soltei um longo suspiro, sabia que iria precisar contar tudo que descobri para ele.

- Você já sabe o que fazer - Confirmei com a cabeça, deixei meus pertences em um canto do quarto e sentei na cama de dele e ele na cadeira de sua escrivania.

Comecei do dia que percebi que ela estava diferentes, o dia das aulas de reforço até o dia de hoje, quando terminei olhei a cara de Ekko e eu não sabia se ele estava com raiva ou triste com aquilo acontecendo denovo.

- Eu não sei o que fazer - Disse com a voz trêmula e já com os olhos cheios de lágrimas - Eu não quero esconder isso de Vander mas tenho medo dele manipular ela mais ainda denovo

- Calma, Vi - Se levantou e ficou ajoelhado na minha frente querendo me olhar mais de perto - Nós vamos dar um jeito, precisamos descobrir o que ele quer com ela e como esse cara saiu da cadeia - Ele fez um carinho nas minhas mãos e só ai percebi que estava tremendo, de medo do passado ter voltado.

- Obrigado - Falei baixinho e encostei minha testa na dele e ficamos assim por uns minutos. Ele era a única pessoa que eu podia confiar agora...

P.O.V Powder/Jinx

Silco me entendia... Não me fazia tomar aquilo que me deixava fraca, ele me compreende, somos iguais. Ele precisa de mim e eu preciso dele. Hoje ele me fez uma surpresa indo no campo me ver, me disse que daqui a poucos dias eu teria que fazer o plano funcionar então pediu para eu começar a agir.

"Powpow, não faça isso... não está vendo que ele não te entende, ele só precisa de alguém para levar a culpa" Disse Claggor tentando passar as mãos no meu cabelo mas eu desviei

- Shiiuu eu não preciso dos seus conselhos inúteis, gordinho - Falei pegando meu telefone e começando a digitar

-Oiiii, então eu estou com dificuldades na atividade que você me passou, será que eu posso ir na sua casa hoje ou amanhã a tarde para você me explicar melhor?

- Oi Powder, claro, se quiser vir agora

Ótimo, o plano está começando a andar, me arrumei o mais rápido que consegui antes que Vander chegasse e não me deixasse sair mais e fui pelo endereço que a Kiramman havia me enviando.

➸

Tive o mesmo sonho horroroso de sempre, a Powder brava e em seguida alguém com uma longo cabelo preto saindo ferida, por mais que eu tentasse eu não conseguia chegar a tempo, acordei no susto como estava acontecendo nos últimos dias então me levantei e logo em seguida acordei o Ekko e nos arrumamos para a escola.

Durante o caminho Ekko tentou me distrair contando com a sua irmã mais nova, Sirina, tinha feito alguns dias atrás que quase levou ao ponto de deixar ele careta. Quando notei já estava quase chegando na minha sala quando notei a Powder ao lado da porta.

- Oi maninha... podemos conversar? - Nessa hora eu engoli em seco porque não sabia o que ela queria, olhei para Ekko e ele assentiu com a cabeça, me deu um abraço e fui até aonde Powder queria.

- O que você quer Powder? - Disse já sem paciência o que fez ela soltar uma risada que me fez arrepiar.

- Só estou vindo de contar que a sua namoradinha burguesa, não se aproximou de você por livre e espontânea vontade

- Ai Powder denovo essa conversa

- Eu vi e ouvi ontem ela no corredor com a diretora, digamos que ela ainda de racista e homofóbica também é manipuladora

- Não vou acreditar em você - Falei chegando perto dela o que fez ela ir para trás - Sabe porque? Porque você não está lúcida - Vi ela nesse momento arregalar os olhos - Isso aí eu vi você jogando seus remédios pela janela e o pior de tudo falando com o homem que quase matou nós duas - A expressão da mesma mudou deixando seu rosto completamente sem expressão.

- Eu estou mais lúcida que qualquer um aqui... Se não acredita em mim... pergunte a sua cupcake - Pressionou a sua testa contra a minha, algo que ela fazia quando estava com raiva e logo em seguida saiu me deixando naquele corredor vazio fazendo o que ela sabe fazer de melhor

Me deixando sozinha... e com um milhão de duvidas sobre mim e sobre a pessoa que eu supostamente amo. Eu não ia acreditar nela, não a Cait está próxima de mim porque quer me ajudar nas notas, ela tem um bom coração né, ela não faria jamais isso comigo.

Mas e se?

Mas ontem ela e a Fiora estavam conversando e depois nas últimas aulas ela ficou estranha, sempre que alguém falava com ela parecia que levava um susto, será que dessa vez a Powder está certa?  Será que a Cait esta sendo ameaçada ? Mas o que eu tenho a haver com isso ? Porque ela ganhariam algo me ajudando com a minhas notas ?

Fiquei com essa perguntas indo e vindo na minha cabeça durante todo o dia, logo não prestei atenção na aula e acabei levando uma bolada na cara na aula de educação física. Iria descontar minha raiva no treino depois da detenção