Francis acabou empacotando as coisas de Billie.
Sandra havia preparado um calmante para Agatha, e ela estava agora sentada no sofá, encarando a parede cinza.
— Tudo pronto — disse Francis, voltando do corredor com uma última caixa em seus braços.
— Pegou tudo? — questionou Sandra. Ele assentiu.
A senhora foi até a cozinha e entregou um pacote azul para Agatha.
— O que é isso? — ela conseguiu perguntar. Sandra sorriu com afeto.
— Para a viagem. Era o favorito de sua filha.
Agatha pegou o pacote, inexpressiva, e saiu pela porta da frente. Seus olhos estavam vazios. Era como se só agora ela percebesse que sua filha havia morrido.
Antes que pensasse em abrir a porta do carro, Francis a interceptou com seu próprio corpo.
— Você está cansada, eu dirijo — anunciou Francis. Agatha o encarou com irritação, mas então deu a volta e entrou na porta do passageiro.
Durante duas horas, quarenta e três minutos e vinte e dois segundos, Agatha encarou a janela, observando a paisagem na escuridão sem realmente observa-la.
— Meu voo é daqui dezesseis horas — anunciou Francis, estacionando o carro ao lado da calçada do apartamento de Agatha.
— Ótimo — ela murmurou abrindo a porta do carro. Agatha pegou o pacote azul em cima do porta luvas e andou até a portaria.
— O que você vai fazer com essas caixas? — perguntou Francis. Seus pés se prenderam ao chão, e ela prendeu a respiração.
— Deixe-as aí.
— Posso levar alguma coisa dela comigo? — indagou Francis com hesitação. Agatha o olhou por cima dos ombros e fechou os olhos, sentindo seu sangue ferver.
Em passos pesados, ela ficou em sua frente e estapeou seu rosto com toda a força que podia.
— Você ao menos sabe que dia é hoje? — ela cuspiu com ódio. Francis encarou o asfalto enquanto seus dedos alisavam sua bochecha vermelha, ocasionado pelo tapa.
— Darla...
— Sete anos, Francis. Ela esteve aqui durante sete malditos anos, e você sequer veio visita-la. Não diga que seu trabalho não o permitiu, porque eu usei a porra dos meus momentos para vê-la enquanto trabalhava, mesmo que de longe, caralho! — esbravejou Agatha, disparando sua frustação.
— Eu sei, eu sei...
— Então não pense em levar qualquer coisa que for dela, pois você nunca foi um pai de verdade, seu merda — respondeu apontando o indicador em seu rosto.
Os olhos verdes de Francis se escureceram, e ele deu um passo a frente, arrumando sua postura. Ela sabia que era agora que ele mostraria suas garras.
— E por acaso você foi a mãe dela? Você a abandonou com uma velha! Você é tão merda quanto eu, Darla — rugiu Francis.
Agatha agarrou o membro de Francis com força, fincando suas enormes unhas em seu pau. Com um olhar sombrio, ela rosnou.
— Talvez eu realmente acabe com a porra da sua vida, afinal você não me serve para nada. Nunca toquei em você porque eu tinha consideração pela minha filha. Mas agora... — Agatha sentiu o saco escrotal em sua mão e o girou. Francis gritou, se contorcendo de dor, enquanto lágrimas brotavam em seus olhos — Mas agora que se foda.
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Imprudente - Livro 1
Fanfic"Você não passa de uma garotinha assustada tentando ser um homem" Um passado traumático, morena sarcástica, um loiro misterioso, máfia e muitas mortes. Crescida em meio ao caos, ela buscava sua fonte de tranquilidade. Todas as garotas da escol...