Capítulo 11 - o menino que sobreviveu

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- O que é isso?

Rony perguntou desconfiado, olhando para o vidro em cima da escrivaninha de Dumbledore.


- Lembranças.

Respondeu Harry, do outro lado da sala, puxando a penseira de Dumbledore pra fora do armário. Nós nos entreolhamos.


A penseira era uma bacia de pedra que abrigava um líquido mágico que estava constantemente girando. Ali dentro, os bruxos derramavam memórias que gostariam de revisitar, observar como um telespectador. Era assim que Harry tinha aprendido tanto sobre a vida de Tom Riddle (o Voldemort) nos últimos meses. Dumbledore estava mostrando a ele lembranças antigas de pessoas que o conheceram antes dele se tornar o monstro que era hoje.


- O que será que Snape quer te mostrar de tão importante?

Eu perguntei, e Harry desarrolhou o frasco. Era um frasco grande. Ele também percebeu.


- Isso vai demorar. Voldemort nos deu apenas uma hora antes de ele retomar a batalha. Vocês não precisam esperar por mim aqui. Desçam até o salão principal. Encontrem os Weasleys, a  Elite... Aproveitem esse tempo para rever nossos amigos. Eu encontro vocês lá embaixo quando terminar, e conto tudo.


Nós trocamos um olhar preocupado, um pouco desconfiados. Mas Harry bateu o pé e nos dispensou.

Eu agradeci mentalmente. Queria mesmo encontrar Pansy e Theo, saber se eles estavam bem. E os outros Weasleys. E todos os outros que lutavam.



Nós caminhamos pelos escombros em silêncio, seguindo o barulho de conversas que começavam. Em uma sala grande no primeiro andar, os professores organizaram uma enfermaria e tentavam fazer o que podiam para ajudar os feridos.

Vi Neville e Dino trazendo o corpo desacordado de uma colega grifinória, alguns garotos chorando em um canto, muitos feridos.


Rony correu quando reconheceu sua família em um canto do salão. Eu suspirei aliviada ao perceber que todos os Weasleys estavam vivos. Hermione correu até eles também, e eu paralisei na porta. Não queria descobrir todo o mal que estávamos causando. Eu também me sentia culpada pela guerra.

Mas aí eu vi algo que fez meu coração saltar. Pansy e Theo acenavam pra mim. 


Vivos.

Inteiros.

Eu perdi o medo e corri até os amigos sonserinos, finalmente deixando as lágrimas correrem. Theo me acolheu em seus braços e puxou Pansy também para o abraço.


Eu estava aliviada em saber que eles estavam vivos.

- Vocês estão bem? Estão feridos?


Eu corria as mãos pelos corpos dos meus amigos, procurando ferimentos, mas eles estavam inteiros.

- Nós estamos bem. Mas Carol...  Zabini tem a marca negra. Nós o encontramos.


Eu senti a dor das palavras dele. Eu não respondi, e ele continuou.

- E Draco... Nós o vimos lutar. Com a máscara de comensal. Ele derrubou três aurores em um instante. Ele é letal.


Universo Fawley - LIVRO 4 (A Batalha de Hogwarts)Onde histórias criam vida. Descubra agora