A Descoberta De Um Camaleão

_Camaleão_2

Camilo havia saído as pressas do quarto, com lágrimas em seu rosto, estava nervoso e bravo consigo mesmo por ter sido rude com sua prima e melhor amiga, ele não sabia onde ficar sem que alguém ficasse o perguntando sobre o estado que o jovem se encontrava, sem saber onde ir  ele se escorou em um quadro que avia na parede, ele ficou se perguntando o que estava acontecendo consigo mesmo, e se ele ficaria bem e voltasse ao normal, voltasse ao Camilo de antes, o alegre e sorridente Camilo.

-Milo? Onde você está? Eu só quero falar com você- Camilo ouviu sua irmã, provavelmente ela tinha ouvido sobre sua conversa com Mirabel, Camilo não queria falar com ela no momento e ter que se explicar, procurando um lugar para se esconder da irmã notou o quadro se mechendo como se fosse uma pequena porta, Camilo afastou um pouco o quadro e viu uma passagem, se perguntando se entrava ou não ouviu os passos de sua irmã chegando mais perto, foi ai que ele entrou na passagem atrás do quadro sem mais nem menos.

Camilo notou o túnel que se encontrava, estava dentro das paredes da casita, Camilo receoso decidiu seguir a onde o túnel o iria levar, avia alguns buracos no chão mas nada de mais, o jovem ficou surpreso ao se deparar com uma porta, a porta estava aberta então ele adentrou ao cômodo desconhecido, parecia um quarto com objetos diferentes e até algumas roupas, Camilo nunca tinha visto esse quarto antes.

-Camilo?- Camilo se virou e viu tio Bruno parado na porta o olhando, então esse quarto é dele?, Camilo pensou -O que esta fazendo aqui sobrino? Espera...você estava chorando?- Bruno havia notado a vermelhidão nos olhos do sobrinho, fazendo que Camilo se desesperase mais do que antes.

-Isso?? É n-nada- Camilo estava nervoso, ele percebeu que não tinha mais como esconder.

-Camilo não minta para mim- Bruno falou num tom insistente, ele queria saber o que estava havendo com o sobrinho, Camilo vendo que não tem mais como esconder.

-Eu...gritei com a Mirabel- Camilo falou se sentando na poltrona de seu tio, ele estava olhando para baixo, estava tímido e com vergonha, Bruno notou chegando mais perto sentando no braço da poltrona dando leves tapinhas em suas costas para o reconfortar.

Bruno estava pensativo, não sabia o que perguntar para o sobrinho sem o deixar desconfortável, notou que Camilo estava encolhido, abraçando as pernas, ainda tinha algumas lágrimas saindo de seus olhos.

-Você... Quer falar o por que gritou com ela?- Bruno falou em um tom calmo para não pressionar o sobrinho, ele notou que Camilo estava pensativo, estava pensando em uma resposta.

-Eu não sei- Camilo confesso, ele não sabia o que estava sentindo no momento e o que levou ele a gritar com sua melhor amiga -é como, se eu tivesse explodido.

-Explodido o que estava guardando?

-Sim...- Camilo havia parado de chorar, o que foi um alívio para Bruno que ajudou a secar o resto das lágrimas que ainda estavam em seu rosto -Eu apenas descontei minha raiva nela.

-Raiva do que exatamente?

-De mim...- A confissão de Camilo deixou seu tio assustado, ele não sabia o que dizer.

-Por que você teria raiva de si mesmo sobrino?- Bruno falou confuso, não via motivo para seu sobrinho se odiar, o garoto sorridente, brilhante como o sol, se odiando? Não fazia sentido na mente do mais velho.

-Eu também não sei o porque, só que, todas vez que eu me olho no espelho, sinto vontade de quebrá-lo, eu não consigo me identificar com o que vejo, eu fico me perguntando se aquele realmente sou eu- cada vez mais que Camilo falava mais ansioso ele ficava, e Bruno percebeu.

-Milo calma- Bruno falou segurando o ombro do sobrinho ficando em sua frente -Está tudo bem, eu também sei mais ou menos como é esse sentimento- Bruno abraçou o sobrinho para reconfortalo, Camilo se sentiu mais calmo com a declaração de seu tio, mas ainda não entendendo o que tio Bruno queria dizer.

-Como assim?

Bruno riu se afastando do jovem, Camilo notou o homem pegando duas arepas, oferecendo ao sobrinho uma, Camilo aceitou pegando uma das arepas, ele ainda estava confuso, Bruno logo se sentando ao lado do sobrinho abriu o jogo.

-Milo, eu sou gay