2. 𝑇𝑤𝑜

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Noé On:

"Não, não, não, não!!! Por que justo quando o vovô não está essas coisas acontecem?!"

Eu tinha que manter a calma. Mas não sabia como.

"Será que eu ligo pra polícia?" O desespero estava tomando conta de mim "Mas ele já está bem próximo. Não vai dar tempoooo!!"

O jeito era improvisar. Pego uma cadeira que estava no meu quarto e me preparo para a ação.

- Como licença, você poderia me a a tirar esse espinho no me-

- Aaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhh. Sai demôniooooooo!!!!! - sem pensar muito acabo partindo pra cima dele com a cadeira.

- Caralho!!! Se acalma aí.

Pera. Não parecia a voz de um ladrão (n/a: e desde quando ladrão tem uma voz específica???). Parecia mais a de um adolescentes.

Olho com mais atenção e noto que era um garoto pálido, com um longo cabelo azul, olhos da mesma cor e que usava uma espécie de capa bem extravagante.

- Quem é você? E o que está fazendo aqui? - pergunto com hesitação mas também com um pouco de curiosidade.

- Bom. - ele tosse e limpa a garganta - Eu sou Vanitas. E não um demônio, senhor dramático.

De alguma forma ele parecia ofendido. Mas foi ele que começou entrando no meu quarto, tarde da noite e sem nenhum convite ou permição.

- Ok... - falo meio desconfiado - Mas ainda não respondeu a minha pergunta. Por que você está aqui?

- Booooom. Eu queria que alguém me ajudasse a tirar um espinho que ficou preso no meu dedo. Mas daí você começou a me macetar com a cadeira.

Ótimo. Era só o que me faltava, um moleque querendo tirar espinho do dedo. E ainda acha que pode ficar bravinho só porque eu fui um "pouco" agressivo com ele. Me poupe.

- Como você conseguiu ficar
com um espinho no dedo? E por que raios você tava na rua a essa hora?!

- Isso não importa. Vai me ajudar a tirar ou não?

Maldito pirralho. A minha situação já está bem ruim, e aí aprece essa praga.

- Dá o teu dedo. E depois vaza.

- Você é bem gentil, né? - sinto que ele falou isso com um tom de deboche.

Um tempo depois~

Depois de tirar a farpa dele. Ele ficou me enchendo com umas perguntas idiotas.

- Você mora sozinho?

- Não. Moro com meu avô, mas ele saiu de viagem.

- Entendi~ - sinto que ele não quer ir embora - que tal eu ficar com você até ele voltar? Ah, e você podia me oferecer algum lanchinho, é bom tratar as visitas com cortesia~ - ele diz isso com um sorriso de canto.

Isso foi a gota d'água. Odeio gente folgada. E esse piolho é o pior que eu já conheci.

- O pirralho, já tá tarde pra criança ficar na rua. Vai pra casa, vai.

Ele me olho fuzila com os olhos. Com se eu tivesse atravessado um barreira proibida.

- Criança? CRIANÇA?! Eu tenho 18 muito bem contado. VOCÊ SÓ FALOU ISSO POR CAUSA DA MINHA ALTURA, NÃO É?! EIN?!?!

- Sinceramente sim. Você parece um pirralhinho que assiste my little poney e usa cueca do Ben 10.

- Fique sabendo que você é um tremendo babacão... My little poney é desenho de cabra macho e a minha cueca é do Gumball.

A minha situação não podia estar pior. Sozinho e com um marmanjo com mentalidade de cinco.

- *suspiro* Ok. Desculpa por te chamar assim. Não queria te ofender.

- Se você se desculpou tudo bem - e além de tudo é bipolar - mas voltando a pergunta, posso ficar com você? Eu me comporto.

- Nem pensar. Não quero um intrometido como você me atasanando. E além do mais nem te conheço.

- Por isso é um bom motivo pra eu ficar. Podemos ser amigos.

- Não preciso de amigos. Tô bem sozinho.

- Ala o Sasuke da vida - ele susurra com deboche.

- EU TE ESCUTEI.

Vanitas On:
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Que cara mais chato, se ele continuar assim não vai conseguir uma namorada. Se bem que...

- EU TÔ FALANDO COM VOCÊ!!!

- PARA DE GRITAR CARALHO!! - Que cara chato - parece que é assim desde que nasceu, que tal ser mais feliz.

Depois de falar isso ele entrou em transe. Como se eu tivesse acionado algo que fosse um gatilho pra ele.

Autora On:
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E de fato Vanitas tinha acionado um gatilho em Noé.

O mesmo quando criança era espontâneo e elegre. Era aquele tipo de criança que se soprar no rosto dela, a mesma começa a ter um ataque de risos.

Mas, desde do falecimento de seus pais, Noé se tornou alguém meio frio e distante. Até mesmo com seu avô, alguém que era consideravelmente próximo dele.

O jovem não via mais motivos para sorrir ou ficar alegre. Seus pais eram a única coisa que ele mais amava, mas para a infelicidade dele, nunca mais poderá ver eles de novo.

Quando se dá conta Noé volta a realidade.

- E o que você tem haver com isso?! A vida é minha e eu decido quando devo sorrir.

- Eu não falei nada em sorrir. Só disse que podia ser mais feliz - Ele senta na cama de Noé, e por causa da altura não consegue por os pés no chão - Mas enfim, interprete como quiser. Você sabe quando seu avô volta?

Noé não entendia o motivo daquela insistência toda. Mas achou que se respondesse aquele pergunta Vanitas podia ir embora.

- Ele me disse que pode ficar fora por umas duas semanas.

- Então temos tempo~

Noé On:
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Tempo? Como assim tempo?! Ele realmente pretende ficar comigo até meu avô chegar?

- Você não quer dizer que-

- É exatamente isso. Vou ficar até o vovô da criança voltar.

- EH?! Não, não, não, não e não.

Não tinha a menor das menores chances dele ficar aqui.

- Vaaaaaaaaaaai~ Você precisa de alguém como eu. E além disso vou fazer você dar um sorriso.

So... sorriso? Tem muito tempo que eu não fazia tal ato. Talvez... não seja má ideia. NÃO. É uma péssima ideia.

- Não quero saber. Você vai voltar pra casa. E vai agora.

- Não. Não vou, você tem que parar de ser tão rabugento.

Dava pra ver que aquele cara não ia desistir de forma alguma. Então o jeito era entrar no joguinho dele.

- Ok. Você pode ficar comigo pra me "fazer dar um sorriso". - Os olhos de Vanitas brilharam. Como o de uma criança. Ele realmente tava feliz com aquilo? - Mas você só vai ter um semana.

- Entendido! Mas o que eu ganho se te fazer sorrir - ele me olhou com seu sorrisinho de canto. Eu. Odeio. Esse. Sorrisinho. - Ein? ein?

- Vou deixar você escolher. - ele não tem a mínima chance de me fazer rir. Estou com zero preocupações sobre essa aposta.

- Hehehehehehe. Então combinado. Está apostado.

Ele estende a mão e fechamos nosso "acordo".

Você me fez Sorrir | VanoéOnde histórias criam vida. Descubra agora