7. 𝑆𝑒𝑣𝑒𝑛

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Noé On:
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- Hã? Pelo o quê?

- Por... você sabe... de lembrar do acidente...

- Mas você não sabia. Eu não te falei nada sobre.

- Mas eu devia saber. Eu sou realmente idiota. Hahahahah - Vanitas estava... tremendo. Seus olhos começaram a umidecer e logo lágrimas começaram a escorrer.

- Vanitas você- ... POR QUE TÁ CHORANDO?!

- E-eu sempre *snif snif* trago problemas pro outros. Eu... sempre estrago tudo *snif snif*

Ele... estava chorando por minha causa...? Mas eu disse pra ele que não tinha culpa nenhuma.

Mas olhando melhor pra ele... da pra ver que ele foi tão sozinho quanto eu. Deve ser por isso que é tão carente a ponto de querer fazer amizade com um estranho qualquer.

- Vem. - abro meus braços com um sorriso gentil

Sem demora Vanitas me abraça e se aconchega.

Ele estava tremendo, por medo, acho. Era notório os olhares maldosos de quem passava por ali. Mas diferente das outras vezes eu não liguei.

Vanitas precisa de alguém, precisa de mim. Ele me ajudou tantas vezes sem medo, e eu não podia fugir disso.

Enquanto o abraçava notei uma coisa, seu cheiro. Não sou de me preocupar com isso, mas, o cheiro dele, era doce, mas não enjoativo. Era único. Me atrevo a dizer que era gostosinho.

Notei que ele não estava mais tremendo. E parecia que não estava mais chorando também.

- Tá melhor? - digo com um sorriso para tentar alegra-lo

- T-tô.

Tanto seus olhos e nariz estavam vermelhos e inchados. Ele estava fazendo um biquinho como de uma criancinha. Era meio fofo.

- Então vamos. - dessa vez fui eu que estendi minha mão a ele.

Começamos a caminhar pelo parque. Uma brisa fresca passeava por entre as árvores, fazendo um barulho agradável e reconfortante.

Vanitas, aparentemente tinha voltado a seu estado de sempre. Ele agora mesmo está me enchendo pra comprar um balão que tinha um pato Donald estampado. Essa praga só me faz passar vergonha.

- Por favooooooooooooor, Noézinho~

- Vá a merda. Você agora pouco tava com dezenove tipos de depressão.

- Isso é passado... Mas você tbm tava diferente antes. Até deu a mão pra mim~ ui ui ui.

- CALA BOCA!!! Vai ganhar porra nenhuma de balão, seu arrombado. - começo a puxar ele pelo colarinho pra longe daquela caralhada.

- NÃAAAAOOOOOOO. EU TE ODEIOOOOOOOOOOOOO - ele tentava, de forma miserável, se desvencilhar de mim.

Estavamos agora em uma avenida. Vanitas continuava com bico por não ter ganhado o balão.

- Vai me odiar só por isso? - falo com um tom de repreensão

- Vou. Eu sou livre pra odiar quem eu quiser.

- *suspiro* Uma criança seria bem mais fácil de lidar do que você. - falo baixo para ele não escutar

- EU ESCUTEI!!!

- Aff desculpa. Mas decide logo pra onde a gente vai ir agora. Já tá ficando tarde e frio também.

- Huuuuumm... a essa hora só vai ter um parque de diversões. Mas voc-

- Então vamos.

- Mas você disse que não queria gastar mais comigo...

- *suspiro* Vai querer ir ou não?!

- Se você ensiste... hehehehehehe.

E mais uma vez estava eu. Sendo puxado pelo braço por um crianção. Mas aquilo nem estava mais me incomodando. Na realidade até que era divertido.

O verdadeiro motivo de eu querer ir nesse parque, era justamente a mesma pessoa que alegrou minha vida novamente.

Sim. Um idiota que trabalha em um puteiro, tem um senso de humor um tanto quando duvidoso, age como uma criança de 9 anos e que tem o sorriso mais contagiante do mundo.

Queria que ele se sentisse feliz. Ver ele chorar machucava. E ele dava muito trabalho quando estava triste.

E mesmo que eu não diga isso a ele (coisa que eu nunca me atreveria), sinto que, de alguma forma, ele saiba disso.

Enquanto estava perdido em devaneios, tinhamos chegado ao parque. E tenho que dizer, o lugar era gigante.

- É maior do que eu imaginava...

- NÃO É?! Esse lugar é incrível.

- Vamos em que brinquedo? Não podemos ir em muitos. Já tá ficando tarde. - falo enquanto olho ao redor.

- Então vamos só na roda gigante.

- Quê?! Mas você queria tanto vir aqui.

- Pra mim já tá bom ir só nela.

- Então ok. - falo com um tom um pouco desconfiado

Assim que termino de falar. Vanitas pega minha mão de uma forma sútil. Coisa que nunca havia feito.

Meu coração começa a acelerar gradualmente. E sinto minhas bochechas ruborizarem.

Mas parece que ele nem notou. Começou a ir em direção a roda gigante junto comigo.

Acho que eu estava tão avoado que nem notei que já estávamos dentro da mesma.

- Isso não é exitante. - dizia Vanitas com brilho nós olhos

- Ela... nem começou a andar, idiota.

- Para de estragar a alegria alheia.

Sem demora a roda gigante estava a girar. E gradualmente foi aumentando a velocidade. E Vanitas estava certo. Era realmente exitante.

- É divertido mesmo Vanit-

Ele estava rindo... mas era diferente, meu coração estava acelerado de uma forma que nunca tinha acontecido. Talvez seja só adrenalina. É. Só adrenalina.

Mas independente do culpado daqueles sentimentos. Eu amava aquilo. Ter alguém ao meu lado pra compartilhar memórias era... maravilhoso. Mas dizer isso a Vanitas seria vergonhoso demais.

Aquele tempo com ele na montanha russa não durou tanto quando eu queria. O brinquedo já estava parando. E logo Vanitas voltou a ser um chorão.

- Aaaaaaahhhhh. Acabooooooooou... podemos ir de novo?!

Mesmo eu querendo ir muito mais uma vez. Tinha que admitir que já estava bem tarde. E que não era tão saudável ficar até tarde na rua.

- Não. Vamos logo voltar.

O caminho de volta foi até que tranquilo. Nós dois estávamos jogando conversa fora. E Vanitas estava tentando me ensinar a cantar as músicas daquela cantora, a "girl in red". E sendo sincero, elas são realmente muito boas.

Você me fez Sorrir | VanoéOnde histórias criam vida. Descubra agora