9. 𝑁𝑖𝑛𝑒

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Noé On:

Assim que vi seu rosto, congelei. Desde que caímos no sofá ele esta estranho. Sei que eu devia ter me preocupado, mas não sabia que a situação ficaria tão pesada.

Claro que ele não me trazia incômodo, já havia me acostumado com sua personalidade, senso de humor, manias e como ele lidava com situações.

Talvez eu não deixei claro o bastante para ele, mas, isso não seria um problema, certo?

Provavelmente o deixei desconfortável em vários sentidos. Eu não sou muito bom com relação as pessoas. Mas eu tentei o meu máximo, não é?!

Antes mesmo de eu balbuciar alguma palavra de conforto, Vanitas, começa a se levantar.

Ele caminha em direção a varanda do quarto. Começo a me levantar também

– Vanitas. – falo em um tom mais alto do que imaginei

Ouço ele suspirar, e no mesmo instante abre as portas que davam direto para varanda.

O ar frio das noites de outono começa a invadir o meu quarto.

– Acho... que eu já vou indo. – ele fala de um modo melancólico

– Vanitas, espera. Vamos conversar. Você já me ajudou em muita coisa, deixa eu recompensar por isso.

– Noé. – ele da um suspiro longo e pesado – Eu já te fiz sorrir. Não tenho mais nenhum motivo de ficar com você. E mais... eu só causo desconforto.

– Não é verdade! Maioria das situações são culpa minha, eu não sei como me relacionar com as pessoas. – dou uma pausa e logo, um sorriso – Mas você é diferente. Você não tem medo de interagir... e eu te admiro por isso.

– Você é bem ingênuo, Noézinho. – ele da um riso fraco – A verdade é que eu não tenho amigo nenhum. Claro, é verdade que eu até posso ter facilidade de lidar com pessoas. Mas a outra verdade é que as mesmas não gostam de personalidades como a minha.

– NÃO É VERDADE! Você é divertido, espontâneo, confiante, alto astral... Quem se importa com que os outros dizem?! Você é incrível.

– PARA. – ele grita no meio de soluços – Você não vê?! O tempo todo só te dei desconforto. Fazendo piadas idiotas e agindo de uma forma nojenta. – ele começa a secar as lágrimas – Não tem problema me odiar. Já me acostumei com esse sentimento.

Não. Não. Não. NÃO! Não é assim que eu me sinto em relação a ele.

– Eu sou um lixo. Não é atoa que ninguém quis me adotar-

– CALA BOCA!!! Todas essas merdas não são verdade. Eu gosto da sua companhia. Depois de anos sozinho, você aparece,  da forma mais idiota possível, mas não quer dizer que eu não gostei. Você me fez sorrir, Vanitas. Você me alegrou, me deu a esperança que eu já tinha perdido a anos, me ajudou com meus problemas em relação aos meus pais e... me deu a sua amizade. – sinto meus olhos lagrimejarem – Você é especial pra mim. Esse seu jeito único de agir é incrível. As suas piadinhas e atitudes é oque te fazem você, ser único de todas as formas. E é óbvio que eu não te odeio, claro, ter um estranho entrando pela janela do seu quarto a noite não é um bom exemplo de "primeira boa impressão", e sim, não te suportava nas primeiras vezes, mas não quer dizer que eu realmente te odiava. – não aguentando mais, as primeiras lágrimas começam a ceder  – Você se mostrou ser sensível e que se importa com os sentimentos dos outros. Algo que eu não esperava de você.

Assim que termino o meu sermão, começo a me acalmar, Vanitas ainda estava de costas, mas percebia-se que ele já estava mais calmo.

– Isso... isso não é verdade. – ele falava trêmulo

– CLARO QUE É, SEU BESTA!!! Você é realmente um crianção... – dou um riso

Ele se vira lentamente para mim. Seu semblante mostrava um rosto choroso e com olhos vermelhos, seus dentes estavam serrados tentando conter as lágrimas.

Começo a me aproximar dele, até ficarmos a poucos centímetros de distância.

Dou um sorriso gentil para tentar conforta-lo.

– Por quê? – ele fala de forma baixa e fraca

– Hã?

– Por que mesmo que depois de deixar você... "chateado", com os meus comentários... você continua comigo?!

Acho que, mesmo que o motivo fosse realmente vergonhoso, não tinha mais motivo para esconde-lo. Quer dizer, já tinha dito tanta melosidade pra ele agora pouco.

Abaixo a cabeça e começo a tomar coragem para falar isso.

– Olha, não que eu realmente não gostasse... era meio que, não sei. Meu corpo agia de uma forma estranha. – coço a minha nuca a fim de achar uma explicação clara para aquilo – Meu coração ficava batendo forte e... parecia que eu ia morrer, é um pouco engraçado – dou uma risada fraca – eu meio que, sou novo nesse lance de amizade. Então ainda não sei lidar com... essas formas de sentimentos.

Levanto a cabeça e vejo Vanitas. Seus olhos estavam me encarando de uma forma profunda, seu olhar, agora, era de uma pessoa mais calma. Não havia mais lágrimas em seus olhos, apenas o vermelho que mostrava que algum dia elas estavam ali. Em seu rosto, havia um rubor leve. E sua boca... começava a dar um sorriso doce.

– Você é mesmo bem ingênuo, Noézinho.~ – ele da a sua risada sarcástica de sempre

Você me fez Sorrir | VanoéOnde histórias criam vida. Descubra agora